1ª Leitura: Gn 2,7-9; 3,1-7 Salmo: 51(50) 2ª Leitura: Rm 5,12-19
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Evangelho: Mt 4,1-11
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“Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele prestarás culto” |
Jesus foi conduzido ao deserto pelo Espírito, para ser posto à prova pelo diabo. Ele jejuou durante quarenta dias e quarenta noites. Depois, teve fome. O tentador aproximou-se e disse-lhe: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!” Ele respondeu: “Está escrito: ‘Não se vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’”. Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o no ponto mais alto do templo e disse-lhe: “Se és Filho de Deus, joga-te daqui abaixo! Pois está escrito: ‘Ele dará ordens a seus anjos a teu respeito, e eles te carregarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”. Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: ‘Não porás à prova o Senhor teu Deus’!” O diabo o levou ainda para uma montanha muito alta. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua riqueza, e lhe disse: “Eu te darei tudo isso, se caíres de joelhos para me adorar”. Jesus lhe disse: “Vai embora, Satanás, pois está escrito: ‘Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele prestarás culto’”. Por fim, o diabo o deixou, e os anjos se aproximaram para servi-lo.
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Reflexão
Mais do que
tentações, o que sucede com Jesus nesta passagem do evangelho deve ser chamado
de provações. Tal como o povo de Israel que, saindo do Egito e sendo guiado por
Moisés, é posto à prova por 40 anos, assim Jesus, guiado pelo Espírito,
enfrenta as provações no deserto por 40 dias. No entanto, ao contrário do povo
que tantas vezes sucumbiu às murmurações e, mesmo, aos ídolos, Jesus supera e
vence todas as provas. Mostrando em forma de drama o confronto entre a proposta
do reino e a anti proposta do reino (não esqueçamos que a palavra “diabo”
significa “aquele que divide” em oposição àquele que une), o evangelho coloca o
acento na fidelidade de Jesus à palavra de Deus. Não é sem razão que, a cada
proposta do Tentador, Jesus responde citando a Escritura e manifestando sua
total e plena adesão e obediência a ela. Jesus vence o Divisor demonstrando que
a palavra que sai da boca de Deus é o verdadeiro alimento dos filhos e filhas
de Deus.
Este é o caminho
oferecido para retomarmos nesta quaresma: tornar a Palavra de Deus o critério
fundamental que nos orienta e nos firma no meio das ambigüidades e confrontos
entre o Reino e o que o ameaça. O seguimento de Jesus é um caminho que se
fundamenta na proximidade e na fidelidade à Palavra e ao Espírito que a
inspirou, de forma que ser discípulo(a) não é outra coisa senão aprender da
palavra e ser sustentado por ela. É preciso freqüentar a palavra como um amigo
freqüenta outro amigo (Arturo Paoli), para que nossas opções cotidianas sejam
inspiradas fortemente por ela. É exatamente isto que nos fortalece e nos faz
vencer as tentações que se nos apresentam no meio do nosso caminho.
A tradição das
Igrejas consagra este primeiro domingo da quaresma para o início do
catecumenato daqueles(as) que irão receber os sacramentos de iniciação na noite
pascal. A palavra “catecumenato” significa, etimologicamente, tempo dedicado a
fazer ressoar a palavra. Nele, os catecúmenos são instruídos com a escuta e a
explicação dos textos bíblicos. O catecumenato dá um tom específico e marcante
à celebração quaresmal, de forma que, mesmo para os já batizados, a quaresma se
apresenta como uma oportunidade única de retomar o caminho do discipulado e
trilhar um itinerário de escuta constante da palavra de Deus.
Nesta
celebração, reunidos para escutar a palavra, nós continuamos esta tradição e
nos fortalecemos no caminho de Jesus. A comunidade reunida pela e em torno da
palavra torna-se imagem de Jesus que vence o Tentador. Esta graça da fidelidade
e da obediência à palavra nós pedimos, de uma maneira especial, quando rezamos
o Pai-nosso: “Não nos deixes cair em tentação...”.
Reflexão: revistadeliturgia.com.br Banner: news.va
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