segunda-feira, 15 de julho de 2013

Reflexão necessária

Amor sem limite

A Sagrada Escritura relata o fato ocorrido no caminho de Jerusalém para Jericó, quando determinado transeunte é assaltado, roubado e deixado na estrada como se estivesse morto. Passou por ali um sacerdote, viu e não fez nada. Passou um levita e fez a mesma coisa. Por fim, veio um estrangeiro, um samaritano, que realizou um gesto de compaixão, recolhendo aquele judeu e cuidou de seu tratamento. Fez um ato que ultrapassou de muito o simples amor.
Atitude que ultrapassa o simples amor
O amor supõe acolhida do próximo, fato que vai além dos limites de nosso próprio ser. É o encontro do outro, que deve ser outro eu, agindo com ele como samaritano, como alguém que presta serviço em seu benefício. Isto parece desafiar os critérios da cultura moderna, marcada pelo egoísmo e pela convergência de situações voltadas para o indivíduo, sem preocupação com a coletividade e a partilha em vista do bem comum.
No cotidiano, o amor se vive ou não se vive. É expressão de fidelidade ou não, sendo capaz até de quebrar barreiras e de luta pela conquista e defesa de direito. Uma manifestação pública ordeira da população pode ser gesto de amor e conquista de melhores condições de vida da população. A desordem e a violência revelam desrespeito com o bem público e é expressão clara da falta de amor.
O Brasil vive certa varredura na sua democracia, quando o povo vai às ruas para protestar, inconformado com a falta de amor dos nossos dirigentes. Os limites de resistência chegam ao extremo e a paciência acaba. É o que temos assistido nos últimos tempos. Parece que o povo quer passar o Brasil a limpo, e isto realmente precisa acontecer para que o amor seja real.
Parece que perdemos o espírito samaritano, o valor do voluntariado e nos deixamos iludir pela cultura do consumismo desenfreado. Com isto não prestamos atenção no sofrimento de quem está alheio aos bens materiais e carentes do necessário para uma vida digna. Temos muitos gastos desnecessários e partilhamos pouco com que não têm.
                                                              Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo de Uberaba
                     Fonte: www.cnbb.org.br             Ilustração: www.mfcmamonas.no.comunidades.net
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