Papa pede a líderes diálogo construtivo e humildade social
O Papa Francisco pediu
neste sábado a representantes das lideranças da sociedade civil, reunidos no
Teatro Municipal do Rio de Janeiro, a construção de um futuro baseado no
diálogo e na humildade social.
Diálogo, diálogo, diálogo! |
“Entre a
indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: odiálogo.
O diálogo entre as gerações, o diálogo com o povo, a capacidade de dar e
receber, permanecendo abertos à verdade. Um país cresce, quando dialogam de
modo construtivo as suas diversas riquezas culturais.”
“É impossível
imaginar um futuro para a sociedade, sem uma vigorosa contribuição das
energias morais numa democracia que evite o risco de ficar fechada na pura
lógica da representação dos interesses constituídos”, afirmou Francisco.
O Papa
prosseguiu: “quando os líderes dos diferentes setores me pedem um conselho, a
minha resposta é sempre a mesma: diálogo, diálogo, diálogo”.
“A única
maneira para uma pessoa, uma família, uma sociedade crescer, a única
maneira para fazer avançar a vida dos povos é a cultura do encontro; uma
cultura segundo a qual todos têm algo de bom para dar, e todos podem receber em
troca algo de bom. O outro tem sempre algo para nos dar, desde que saibamos nos
aproximar dele com uma atitude aberta e disponível, sem preconceitos.”
Francisco
chamou isso de “humildade social”.
“Só assim
pode crescer o bom entendimento entre as culturas e as religiões, a
estima de umas pelas outras livre de suposições gratuitas e no respeito pelos
direitos de cada uma. Hoje, ou se aposta na cultura do encontro, ou todos
perdem; percorrer a estrada justa torna o caminho fecundo e seguro.”
Aos que
exercem cargos e funções de responsabilidade no Brasil, o Papa
afirmou: “no exercício da nossa responsabilidade, sempre limitada, é importante
abarcar o todo da realidade, observando, medindo, avaliando, para tomar
decisões na hora presente, mas estendendo o olhar para o futuro, refletindo
sobre as consequências de tais decisões”.
Em outro
momento de seu discurso, disse que era preciso “valorizar a originalidade
dinâmica que caracteriza a cultura brasileira, com a sua
extraordinária capacidade para integrar elementos diversos”.
Antes do
Papa discursar, falou em nome da juventude e da sociedade civil o
jovem Walmyr Gonçalves da Silva Júnior, de 28 anos, morador da favela Marcílio
Dias, no Complexo da Maré.
Em um
discurso muito aplaudido, ele afirmou em uma passagem: “nosso cenário
globalizado faz emergir novos rostos pobres em nossa sociedade. Nunca quis
somente conseguir um emprego estável terminando aí meus ideais. Não queria
apenas completar meus estudos e ser feliz. Eu sempre quis mudar a minha vida
mudando a vida de outras pessoas. Esta é para mim uma tarefa constante: ser
útil, amando e sendo amado. Este é para mim o sentido de uma vida em
sociedade”.
Fonte: www.aleteia.org
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