Bispos destacam
Eleições 2014, formação de seminaristas e erradicação da fome
Na tarde desta
quinta-feira (08), penúltimo dia da 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil,
Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães; Dom Flávio Giovenale e Dom Alfredo Schaffler
atenderam a imprensa e falaram sobre o Projeto Pensando Brasil, a Campanha
Mundial contra a Fome, a Pobreza e as Desigualdades e o Projeto Comunhão e
Partilha.
Dom Joaquim Mol, Dom Alfredo Schaffler, Dom Flávio Giovenale e Dom Dimas Lara |
'Uma família
humana, pão e justiça para todas as pessoas'
O bispo de
Santarém (PA) e presidente da Cáritas Brasileira, Dom Flávio Giovenale
ressaltou detalhes da Campanha Mundial da Cáritas contra a Fome, a Pobreza e as
Desigualdades.
Dom Flávio
explicou que a Cáritas Brasileira em sintonia com a Cáritas Internacional,
entidade da Igreja Católica presente em duzentas nações e territórios
espalhados pelo mundo todo, a partir de uma reflexão feita sobre os objetivos
do milênio, realiza uma campanha que ressalta o primeiro objetivo do milênio da
Organização das Nações Unidas (ONU) é o combate a fome até 2025.
Dom Flávio Giovenale |
“Vários governos
em vários países do mundo ainda nem começaram ações para eliminar a fome no
mundo. Diante dessa realidade, no ano passado em Roma, em uma reunião com o
Santo Padre decidiu-se lançar uma campanha mundial nesse sentido”, contou.
A Campanha tem
como tema 'Uma família humana, alimentos para todos', que no Brasil foi
adaptada para 'Uma família humana, pão e justiça para todas as pessoas'.
O presidente da
Cáritas Brasileira ressaltou que esta campanha tem duas vertentes que é
erradicar a fome e evitar o desperdício de alimentos. Segundo dados da ONU mais
de um bilhão de toneladas de alimentos são jogadas fora todos os anos.
“O Brasil é um
dos recordistas nesse sentido, quase 60% da produção de alimentos não chegam à
mesa, pois são estragados desde a colheita, manuseio e armazenamento”, afirmou.
De acordo com
Dom Flávio, o objetivo é sensibilizar os governos, as pessoas, as empresas para
a erradicação da fome.
“No Brasil já
existem algumas ações. Estamos fazendo levantamentos de pequenas iniciativas
para que se tornem conhecidas e difundidas”, afirmou.
Dom Flávio
Giovenale adiantou ainda que a CNBB pretende fazer um gesto concreto e uma
coleta em favor da população do Haiti. O bispo ressaltou que o Brasil, a CNBB,
se faz presente no Haiti com muitas inciativas para ajudar a população na área
da alimentação e ajuda humanitária.
Projeto Comunhão
e Partilha
O bispo de
Parnaíba (PI), Dom Alfredo Schaffler falou sobre o projeto da CNBB que financia
a formação de seminaristas em dioceses mais pobres.
Dom Alfredo Schaffler |
“Temos grande
desigualdade entre nossas dioceses e no ano da nossa 50ª Assembleia Geral
votamos e aprovamos que todas as dioceses e prelazias do Brasil destinam 1% de
sua receita bruta mensal para um fundo administrado pela CNBB, com o objetivo
de colaborar com as dioceses que não tem recursos para custear plenamente a
formação de seus seminaristas”, explicou.
Dom Alfredo
Schaffler ressaltou que o projeto solidário surgiu da preocupação do episcopado
brasileiro com a formação dos seminaristas das dioceses mais pobres. Durante a
52ª Assembleia Geral foi apresentado o balancete de 2013 do projeto.
Eleições 2014
O bispo auxiliar
de Belo Horizonte (MG) e presidente da Comissão para a Cultura e a Educação,
Dom Joaquim Mol falou sobre o texto ‘Pensando o Brasil – desafios diante das
Eleições 2014’.
“Este é um texto
que vai além de uma nota, quer ser uma reflexão para ajudar a pensar o Brasil
neste momento e também para inspirar outros materiais para as eleições em
nossas dioceses e comunidades de acordo com suas realidades”, afirmou.
Dom Joaquim Mol |
O bispo destacou
três pontos que estão presentes no texto: a participação consciente nas
eleições, olhar para os candidatos para que tenham princípios e valores, tendo
uma história que confirme seus princípios e por fim que tenham boas ideias,
projeto e programas.
Dom Joaquim Mol
afirmou que é importante descobrir pessoas que se comprometeram com a Reforma
Política no Brasil.
“Precisamos de
muitas reformas, destacando a reforma no campo da educação, com reformas
profundas, mas todas essas reformas dependem da participação dos políticos. Sem
políticos bons nós também não conseguimos fazer boas reformas em nossos pais’,
afirmou.
O bispo auxiliar
de Belo Horizonte destacou as palavras do Papa Francisco falando que ‘esta
economia que prevalece no mundo é uma economia que mata, pois exclui e promove
a desigualdade’.
“Com o objetivo
de mudar tudo isso nós precisamos fazer o que esta em nosso alcance: dar um
voto cheio de significado com consciência bem formada, pois o povo brasileiro
merece bons políticos”, concluiu.
Na sexta-feira
(09), último dia da 52ª Assembleia Geral da CNBB, os bispos participaram da
missa às 7h30, no Santuário Nacional, e logo em seguida participam da sessão de
encerramento da assembleia.
Texto e fotos: a12.com
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