quinta-feira, 8 de maio de 2014

Assembleia da CNBB na reta final

Bispos destacam Eleições 2014, formação de seminaristas e erradicação da fome

Na tarde desta quinta-feira (08), penúltimo dia da 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães; Dom Flávio Giovenale e Dom Alfredo Schaffler atenderam a imprensa e falaram sobre o Projeto Pensando Brasil, a Campanha Mundial contra a Fome, a Pobreza e as Desigualdades e o Projeto Comunhão e Partilha.
Dom Joaquim Mol, Dom Alfredo Schaffler, Dom Flávio Giovenale e Dom Dimas Lara
'Uma família humana, pão e justiça para todas as pessoas'
O bispo de Santarém (PA) e presidente da Cáritas Brasileira, Dom Flávio Giovenale ressaltou detalhes da Campanha Mundial da Cáritas contra a Fome, a Pobreza e as Desigualdades.
Dom Flávio explicou que a Cáritas Brasileira em sintonia com a Cáritas Internacional, entidade da Igreja Católica presente em duzentas nações e territórios espalhados pelo mundo todo, a partir de uma reflexão feita sobre os objetivos do milênio, realiza uma campanha que ressalta o primeiro objetivo do milênio da Organização das Nações Unidas (ONU) é o combate a fome até 2025.
Dom Flávio Giovenale
“Vários governos em vários países do mundo ainda nem começaram ações para eliminar a fome no mundo. Diante dessa realidade, no ano passado em Roma, em uma reunião com o Santo Padre decidiu-se lançar uma campanha mundial nesse sentido”, contou.
A Campanha tem como tema 'Uma família humana, alimentos para todos', que no Brasil foi adaptada para 'Uma família humana, pão e justiça para todas as pessoas'.
O presidente da Cáritas Brasileira ressaltou que esta campanha tem duas vertentes que é erradicar a fome e evitar o desperdício de alimentos. Segundo dados da ONU mais de um bilhão de toneladas de alimentos são jogadas fora todos os anos.
“O Brasil é um dos recordistas nesse sentido, quase 60% da produção de alimentos não chegam à mesa, pois são estragados desde a colheita, manuseio e armazenamento”, afirmou.
De acordo com Dom Flávio, o objetivo é sensibilizar os governos, as pessoas, as empresas para a erradicação da fome.
“No Brasil já existem algumas ações. Estamos fazendo levantamentos de pequenas iniciativas para que se tornem conhecidas e difundidas”, afirmou.
Dom Flávio Giovenale adiantou ainda que a CNBB pretende fazer um gesto concreto e uma coleta em favor da população do Haiti. O bispo ressaltou que o Brasil, a CNBB, se faz presente no Haiti com muitas inciativas para ajudar a população na área da alimentação e ajuda humanitária.
Projeto Comunhão e Partilha
O bispo de Parnaíba (PI), Dom Alfredo Schaffler falou sobre o projeto da CNBB que financia a formação de seminaristas em dioceses mais pobres.
Dom Alfredo Schaffler
“Temos grande desigualdade entre nossas dioceses e no ano da nossa 50ª Assembleia Geral votamos e aprovamos que todas as dioceses e prelazias do Brasil destinam 1% de sua receita bruta mensal para um fundo administrado pela CNBB, com o objetivo de colaborar com as dioceses que não tem recursos para custear plenamente a formação de seus seminaristas”, explicou.
Dom Alfredo Schaffler ressaltou que o projeto solidário surgiu da preocupação do episcopado brasileiro com a formação dos seminaristas das dioceses mais pobres. Durante a 52ª Assembleia Geral foi apresentado o balancete de 2013 do projeto.
Eleições 2014
O bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) e presidente da Comissão para a Cultura e a Educação, Dom Joaquim Mol falou sobre o texto ‘Pensando o Brasil – desafios diante das Eleições 2014’.
“Este é um texto que vai além de uma nota, quer ser uma reflexão para ajudar a pensar o Brasil neste momento e também para inspirar outros materiais para as eleições em nossas dioceses e comunidades de acordo com suas realidades”, afirmou.
Dom Joaquim Mol
O bispo destacou três pontos que estão presentes no texto: a participação consciente nas eleições, olhar para os candidatos para que tenham princípios e valores, tendo uma história que confirme seus princípios e por fim que tenham boas ideias, projeto e programas.
Dom Joaquim Mol afirmou que é importante descobrir pessoas que se comprometeram com a Reforma Política no Brasil.
“Precisamos de muitas reformas, destacando a reforma no campo da educação, com reformas profundas, mas todas essas reformas dependem da participação dos políticos. Sem políticos bons nós também não conseguimos fazer boas reformas em nossos pais’, afirmou.
O bispo auxiliar de Belo Horizonte destacou as palavras do Papa Francisco falando que ‘esta economia que prevalece no mundo é uma economia que mata, pois exclui e promove a desigualdade’.
“Com o objetivo de mudar tudo isso nós precisamos fazer o que esta em nosso alcance: dar um voto cheio de significado com consciência bem formada, pois o povo brasileiro merece bons políticos”, concluiu.
Na sexta-feira (09), último dia da 52ª Assembleia Geral da CNBB, os bispos participaram da missa às 7h30, no Santuário Nacional, e logo em seguida participam da sessão de encerramento da assembleia.
                                                                                             Texto e fotos: a12.com 
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