quinta-feira, 1 de maio de 2014

Notícias da 52ª Assembleia da CNBB em Aparecida (SP)

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Bispos refletem questão agrária, 
reforma política e dignidade do trabalho

No segundo dia da 52ª Assembleia Geral da CNBB nesta quinta-feira, 1º de maio, Dia do Trabalhador, a coletiva de imprensa destacou as considerações dos bispos sobre a questão agrária, a reforma política e a comemoração dos trabalhadores e trabalhadoras em seu dia.
Dom Dimas Lara  Barbosa apresenta os temas da pauta
Dom Dimas Lara Barbosa apresentou aos jornalistas os temas que estão na pauta dos bispos neste dia. Entre eles, o texto que a Comissão para o Laicato divulgará nesta tarde sobre os leigos e leigas, os trabalhos de revisão do Missal Romano pela comissão dos textos litúrgicos, o relatório da participação das dioceses e outras instituições na composição do Texto de Estudo 104, a análise do Texto da Questão Agrária e a reforma política na proximidade das eleições.
Participaram neste segundo dia, o arcebispo de São Paulo (SP), cardeal Odilo Pedro Scherer; o arcebispo de Feira de Santana (BA) e presidente da Comissão Episcopal para o Texto da Questão Agrária, dom Itamar Vian; e bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB, dom Joaquim Giovani Mol Guimarães
A reforma política
Dom Joaquim Mol apresentou um panorama sobre as atividades e ações em vista da reforma política, tanto da CNBB como também da Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas que envolve mais de 90 entidades civis. O trabalho desta entidade segundo dom Joaquim, nasceu da necessidade de unificar as diversas ações em vista do mesmo objetivo para reforçar e fortalecer o andamento da reforma política no país. “Estamos envolvidos em uma grande campanha cívica de cidadania que envolve o tema da reforma política”, disse.
Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães
Há mais de 15 anos a reforma política se arrasta no Congresso, a esse respeito, dom Joaquim Mol considerou:
“O Congresso Nacional já fez seis tentativas de reforma politica e nenhuma foi adiante. Porque na realidade fazer reforma política significa mexer na organização, por exemplo, do sistema eleitoral, além do sistema político e que diz respeito aos interesses não só pessoais, mas grupais das pessoas que estão no Congresso Nacional”.
No último dia 22, foi lançada em Brasília (DF), na Câmara dos Deputados, a cartilha sobre o Projeto de Lei de Iniciativa Popular pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, intitulada ‘Por um sistema político identificado com as reivindicações do povo’. Na mesma ocasião foi lançada a Coalizão Parlamentar pela Reforma Política, que conta com o apoio, segundo dados da OAB, de 170 parlamentares. Ações que tomaram proporção com o desenvolvido da Coalizão destacada por dom Joaquim. 
A questão agrária
O documento ‘A Igreja e a questão agrária brasileira’ deverá ser votado na próxima segunda ou terça-feira, disse dom Itamar aos jornalistas no início de sua fala na coletiva.
Dom Itamar Navildo Vian
O arcebispo lembrou que o texto vem sendo elaborado desde 2009, e que a questão sobre a reforma agrária sempre esteve na pauta dos bispos, porém como o último documento a respeito desse assunto foi publicado em 1980 era necessário um novo documento que contemplasse a realidade atual.
“São 34 anos que a CNBB não publica um documento sobre questões de terra. É um direito da Igreja evangelizar o social e a partir deste direito que estamos preparando esse documento”, sublinhou.
Ao falar sobre o conteúdo do material, dom Itamar frisou o apelo que os bispos da Igreja no Brasil fazem com o novo documento. “Que todos nos unamos em um verdadeiro mutirão para que essas questões tão tradicionais e históricas possam ser minimizadas em nosso país”. 
O trabalho na visão da Igreja 
Dom Odilo que presidiu pela manhã a missa deste segundo dia retomou a mensagem sobre a questão do trabalho no Brasil na coletiva.
Dom Odilo Pedro Scherer
Dom Odilo falou sobre as diversas controvérsias que existem no campo do trabalho, como a falta de mão de obra por causa da falta de formação profissional, a realidade dos estrangeiros que buscam emprego no país, e muitos destes, que vivem em condições precárias e até análogas de escravidão.
O cardeal destacou que a visão humanística da Igreja sobre o trabalho se contrapõe ao modelo mecanicista e materialista sobre o trabalho.
“Se se olha o trabalho apenas nesta chave, nós temos o risco de cairmos numa armadilha, isto é, de favorecer com muita facilidade o lado econômico, ou seja, o lado da moeda, em vez da pessoa”.
‘A Igreja na sua visão, na visão da Doutrina Social da Igreja vê o trabalho primeiramente como ocasião de valorização da pessoa e depois da afirmação da dignidade da pessoa".
                                                                                             Texto e fotos: a12.com
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