"Hipocrisia é linguagem de corruptos;
cristãos falam com verdade e amor"
Cidade do
Vaticano (RV) – Os cristãos não usam uma linguagem “socialmente educada”,
tendente à hipocrisia, mas são porta-vozes da verdade do Evangelho com a mesma
transparência das crianças. Este foi o ensinamento proposto por Francisco na
homilia proferida na manhã desta terça-feira, 04, na Capela da Casa Santa
Marta.
A cena
evangélica do tributo a César e do questionamento de fariseus a Cristo sobre a
legitimidade daquele tributo forneceu ao Papa a ocasião de continuar a reflexão
feita já na homilia desta segunda-feira, 03. A intenção com que se aproximam de
Jesus é a de “fazê-lo cair na armadilha”.
Liturgia Eucarística |
“Quando
perguntam, com palavras macias, açucaradas, se é lícito ou não pagar impostos a
César, eles tentam demonstrar-se amigos, mas é tudo falso!” – prosseguiu o
Papa, explicando que “eles não amam a verdade, mas somente a si mesmos e assim,
tentam enganar, envolver os outros na mentira. Têm o coração mentiroso, não
podem dizer a verdade”.
“É esta a
linguagem da corrupção, da hipocrisia. Quando Jesus diz a seus discípulos, diz
que seu modo de falar deve ser ‘sim, sim’ ou ‘não, não’, porque a hipocrisia
não fala a verdade, porque a verdade não está nunca sozinha: está sempre com o
amor. Não há verdade sem amor”.
A linguagem que
parece ser “persuasiva”, insistiu Papa Francisco, leva ao erro e à mentira. O
Pontífice lembrou que “aqueles que pareciam tão amáveis com Jesus foram os
mesmos que na quinta-feira à noite o pegaram no Jardim das Oliveiras e o
levaram sexta-feira a Pilatos”. Na sequência, Francisco observou:
“E a docilidade
que Jesus quer de nós não tem nada a ver com esta adulação, com este modo
‘açucarado’ de ir avante. A docilidade é simples; é como a de uma criança, e as
crianças não são hipócritas, porque não são corruptas”.
Outra
consideração avançada pelo Papa foi a “fraqueza interior, estimulada pela
vaidade”, que faz com que “gostemos quando alguém fala bem de nós”. “Os
corruptos sabem disso e usando esta linguagem, tentam nos enfraquecer”:
“Pensando bem:
nós falamos a verdade, com amor, ou falamos aquela ‘língua social’ de sermos
educados, de dizer coisas bonitas, mas que não sentimos? Que o nosso falar seja
evangélico, irmãos! Os hipócritas que começam com a adulação acabam procurando
falsas testemunhas para acusar quem haviam adulado. Hoje, peçamos ao Senhor que
o nosso modo de falar seja simples, como o de filhos de Deus, que falam com a
verdade do amor”. (CM)
Fonte: www.radiovaticana.va
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