Devemos servir à Palavra de Deus,
não à idolatria da riqueza e às preocupações do mundo
Cidade do
Vaticano (RV) - As riquezas e as preocupações do mundo "sufocam a
Palavra de Deus". Foi o que afirmou o Papa Francisco na missa desta manhã
na Casa Santa Marta, no Vaticano.
O Pontífice
ressaltou que a nossa vida se fixa em três pilares: Eleição, Aliança e
Promessa, acrescentando que devemos confiar-nos ao Pai no viver o presente sem
ter medo daquilo que acontecerá. Concelebrada, entre outros, pelo Bispo de
Santa Clara, em Cuba, Dom Arturo González, a missa teve a participação de um
grupo de funcionários dos Museus Vaticanos.
Missa deste sábado |
"Ninguém
pode servir a dois senhores." O Santo Padre desenvolveu a sua homilia
partindo das palavras de Jesus que, no Evangelho deste sábado, se detém sobre o
tema das riquezas e das preocupações. Jesus, disse o Papa, tem "uma ideia
clara sobre isso": são "as riquezas e as preocupações do mundo"
que sufocam a Palavra de Deus, esses são os espinhos que sufocam a semente
caída na terra, dos quais se fala na Parábola do Semeador:
"As
riquezas e as preocupações do mundo – explica-nos aí – sufocam a Palavra de
Deus e não a deixam crescer. E a Palavra morre, porque não é custodiada: é
sufocada. Nesse caso se serve à riqueza ou se serve à preocupação, mas não à Palavra
de Deus. E também isso tem um sentido temporal, porque a Parábola é de certo
modo construída – o discurso de Jesus na Parábola – no tempo, não é mesmo? Não
se preocupem com o amanhã, do que fazer amanhã... E também a Parábola do
Semeador é construída no tempo: semeia, depois vem a chuva e cresce. O que faz
em nós, o que fazem as riquezas e o que fazem as preocupações? Simplesmente nos
tomam o tempo."
Toda a nossa
vida, ressaltou o Papa, está fundada em três pilares: um no passado, um no
presente e outro no futuro. O pilar do passado, explicou, "é o da eleição
do Senhor".
De fato, cada um
de nós pode dizer que o Senhor me elegeu, me amou", "me disse
'venha'" e com o Batismo "elegeu-me para caminhar nesta estrada, a
estrada cristã".
O futuro, ao
invés, diz respeito ao "caminhar rumo a uma Promessa", o Senhor
"fez uma promessa conosco". Por fim, o presente "é a nossa
resposta a esse Deus tão bom que me elegeu".
E observou:
"Faz uma promessa, me propõe uma aliança e eu faço uma aliança com
Ele". Eis, portanto, os três pilares: "Eleição, Aliança e
Promessa":
"Os três
pilares de toda a história da Salvação. Mas quando o nosso coração entra nisso
que Jesus nos explica, tira o tempo: tira o passado, tira o futuro, e se
confunde no presente. Quem é apegado às riquezas, não se importa com o passado
nem com o futuro, tem tudo ali no presente. A riqueza é um ídolo. Não preciso
de passado, de uma promessa, de uma eleição: de nada disso. Quem se preocupa
com o que pode acontecer extrai a sua relação com o futuro – 'Mas, isso pode
caminhar?' – e o futuro se torna futurível, mas não o orienta em direção a
nenhuma promessa: permanece confuso, permanece só."
Por isso,
reiterou o Papa, Jesus nos diz que ou se segue o Reino de Deus ou as riquezas e
as preocupações do mundo. Com o Batismo, disse ainda, somos por ele
"eleitos no amor", temos um "Pai que nos colocou no
caminho". E assim "também o futuro é alegre", porque "caminhamos
rumo a uma promessa".
O Senhor "é
fiel, Ele não decepciona" e, portanto, também nós somos chamados a fazer
"aquilo que podemos" sem desilusão, "sem esquecer que temos um
Pai no passado que nos elegeu".
As riquezas e as preocupações, reiterou, são as duas coisas que "nos fazem
esquecer o nosso passado", que nos fazem viver como se não tivéssemos um
Pai. E também o nosso presente é um presente que não se realiza.
"Esquecer o
passado, não aceitar o presente, desfigurar o futuro: é o que fazem as riquezas
e as preocupações. O Senhor nos diz: 'Estejam tranquilos! Busquem o Reino de
Deus e a sua justiça, e tudo o mais lhes será acrescentado. Peçamos ao Senhor a
graça de não errar com as preocupações, com a idolatria da riqueza e de sempre
lembrar que temos um Pai, que nos elegeu; lembrar que este Pai nos promete uma
coisa boa, que é caminhar rumo àquela promessa e ter a coragem de aceitar o
presente como vem. Peçamos essa graça ao Senhor!" (RL)
Fonte: www.radiovaticana.va
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