Solenidade
de São Pedro e São Paulo
Pedro nos ensina
que precisamos crescer na caminhada de fé. Que este caminho passa por muitos
questionamentos, crises, visões distorcidas a respeito da vida e de Deus. Não e
fácil proclamar o nosso amor incondicional e nos render a vontade de Deus, como
o fez na ocasião em que o Senhor perguntou se ele o amava... Por sua vez, Paulo
nos ensina que este caminho de fé depende de um encontro decisivo, de uma
experiência que nos assalta e muda a nossa vida. Que é preciso experimentar o
amor de Deus, um amor gratuito que vence o legalismo, a formalidade, a
rigidez...
Pedro nos remete
à instituição, ao papa que é sinal de unidade. Com ele, reforçamos o caminho
eclesial, lembrando que não é possível ser cristão sem Igreja, sem referencias,
sem comunidade. Que mesmo diante de seus limites humanos, a Igreja é nossa mãe,
que nos ampara, acolhe, sustenta. Que os pastores são sinais de comunhão e de
unidade. Paulo nos remete ao carisma, ao dinamismo evangelizador animado pelo
Espírito Santo. Com ele, percebemos que, além da instituição, é preciso ter o
molho especial da graça, o ardor por pregar o Evangelho.
Pedro era mais
afeito à evangelização dos judeus. Com ele lembramos que os de dentro precisam
de cuidado, sobretudo em tempos em que os batizados não são suficientemente
evangelizados. Paulo era o pregador dos pagãos. Lembra-nos de que a nossa
Igreja não pode permanecer fechada em si mesma, mas precisa se abrir a todos, e
se abrir também em seu modo de avaliar e realizar a sua missão. Paulo nos deu o
exemplo de inculturação da fé, de adaptação aos tempos e às circunstâncias.
Pedro nos dá o exemplo
de autenticidade. Ajuda-nos a sermos verdadeiros, a expressar nossos
pensamentos e sentimentos, a não “ficar em cima do muro”. Lembremo-nos de suas
colocações no grupo dos doze. Paulo também poderia ser exemplo de um discurso
forte, mas também vemos nele a docilidade, a ternura nas palavras,
principalmente quando desejava ganhar os seus interlocutores para Deus. Ele
considerava-se como uma mãe que gerava, com carinho, pessoas configuradas a
Cristo.
Pedro e Paulo
estão muito distantes daquela imagem romântica e estereotipada de santidade.
Não são homens serenos, passivos e de rostinhos meigos. Pedro e Paulo revelam
personalidades fortes, discursos e posturas calorosos. Aprendemos destas duas
colunas que a paixão move a vida para o bem. Aprendemos que a santidade não é a
passividade diante das coisas e que mesmo diante dos erros, o que mais importa
é a coragem de realizar. As duas colunas da Igreja nos conduzem à coragem de
mudar, à liderança, à ousadia de se expressar, à paixão pelas convicções. Aprendemos
a amar a vida, a amar com paixão a Jesus e o seu Reino.
Padre Roberto Nentwig
Padre Roberto Nentwig
Fonte: www.catequeseebiblia.blogspot.com.br Ilustração: www.paroquiasaofranciscoxavier.org
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