sábado, 15 de junho de 2013

Leituras do Domingo

11º do Tempo Comum


1ª Leitura: 2Sm 12,7-10.13                  Salmo: 31                2ª Leitura: Gl 2,16.19-21

Evangelho:  Lc 7,36-8,3

Ela mostrou muito amor
Um fariseu convidou Jesus para jantar. Ele entrou na casa do fariseu e sentou-se à mesa. Havia na cidade uma mulher que era pecadora. Quando soube que Jesus estava à mesa na casa do fariseu, trouxe um frasco de alabastro, cheio de perfume, postou-se atrás, aos pés de Jesus e, chorando, lavou-os com suas lágrimas. Em seguida, enxugou-os com os seus cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume. Ao ver isso, o fariseu que o tinha convidado comentou: “Se este homem fosse profeta, saberia quem é a mulher que está tocando nele: é uma pecadora!” Então Jesus falou: “Simão, tenho uma coisa para te dizer”. Ele respondeu: “Fala, Mestre”. “Certo credor”, retomou Jesus, “tinha dois devedores. Um lhe devia quinhentas moedas de prata, e o outro cinquenta. Como não tivessem com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles o amará mais?” Simão respondeu: “Aquele ao qual perdoou mais”. Jesus lhe disse: “Julgaste corretamente”. Voltando-se para a mulher, disse a Simão: “Estás vendo esta mulher? Quando entrei na tua casa, não me ofereceste água para lavar os pés; ela, porém, lavou meus pés com lágrimas e os enxugou com seus cabelos. Não me beijaste; ela, porém, desde que cheguei, não parou de beijar meus pés. Não derramaste óleo na minha cabeça; ela, porém, ungiu meus pés com perfume. Por isso te digo: os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados, pois ela mostrou muito amor. Aquele, porém, a quem menos se perdoa, ama menos”. Em seguida, disse à mulher: “Teus pecados estão perdoados”. Os convidados começaram a comentar entre si: “Quem é este que até perdoa pecados?” Jesus, por sua vez, disse à mulher: “Tua fé te salvou. Vai em paz!” Depois disso, Jesus percorria cidades e povoados proclamando e anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Os Doze iam com ele, e também algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos maus e de doenças: Maria, chamada Madalena, de quem saíram sete demônios; Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes; Susana, e muitas outras mulheres, que os ajudavam com seus bens.

Reflexão
As leis religiosas no tempo de Jesus eram muito duras com as adúlteras e prostitutas, com práticas desde o isolamento até o apedrejamento. Vejamos como Jesus se relaciona com as pecadoras públicas, e qual a boa notícia que ele nos anuncia.
Essa passagem estrutura-se em um duplo escândalo: pela atitude da mulher, que Jesus aceita sem opor qualquer resistência, e pela proclamação de Jesus em perdoar os pecados, anunciando a salvação pela fé (v. 48-50). Dessa maneira, Jesus se manifesta como aquele que salva os pecadores, realizando plenamente o anúncio feito a Maria: ele será chamado de Jesus (nome hebraico que significa “aquele que salva”). A parábola dos dois devedores, inserida no meio, põe em confronto a atitude da mulher e do fariseu. A primeira  tem um encontro de amor e perdão e faz a experiência da salvação pela fé. O fariseu, no entanto, se considerava justo, mas a salvação é dada a quem se sente pobre.
O texto continua, apresentando Jesus a caminho de Jerusalém por cidades e aldeias, acompanhado dos Doze e de um grupo de mulheres, contra os costumes dos rabinos. Duas dessas mulheres, Maria de Magdala e Joana, serão citadas entre as primeiras testemunhas da ressurreição (24,10); talvez elas e outras desse grupo estejam incluídas entre os que esperam, com os Doze, a vinda do Espírito Santo depois da ascensão (At 1,14). A comunidade que segue Jesus aparece, assim, como aquele grupo de pobres que foi curado de suas enfermidades e perdoado de seus pecados. Longe de se considerar perfeita e justa, faz a experiência de reconhecer-se pecadora e de ser salva pela fé. Aceita ser amada gratuitamente, sem mérito nenhum de sua parte, tornando-se capaz de amar e enfrentar a vida, tal como a mulher pecadora que, liberta pela acolhida de Jesus, seguiu seu caminho em paz. 
Na assembléia litúrgica acolhemos a salvação de Deus, que se manifesta a nós amorosamente, na sua palavra, na partilha do pão, na comunhão fraterna. Por fazermos nele a experiência de afeição e do perdão de Deus, também manifestamos o nosso amor. É preciso superar todo formalismo e ritualismo para, em cada gesto e em cada palavra, darmos razão a toda ternura e todo carinho àquele que muito nos perdoou. E, ao final dela, recebermos do Cristo a mesma palavra dita à pecadora: “Ide em paz”.
                                                                              Fonte da reflexão: www.revistadeliturgia.com.br   
                                Banner: www.cnbb.org.br       Ilustração: www.padreelenivaldo.blogspot.com.br
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