Deus
quer cristãos livres para ouvir sua voz
Cidade do
Vaticano (RV) – O Papa Francisco rezou neste domingo a oração do Angelus
com milhares de fiéis e peregrinos na Praça S. Pedro.
Na alocução que
precedeu a oração mariana, o Pontífice comentou o Evangelho deste domingo, que
mostra uma passagem muito importante na vida de Cristo: o momento em que – como
escreve São Lucas – “Jesus tomou resolutamente o caminho de Jerusalém”.
Jerusalém,
explicou é a meta final, onde Jesus, na sua última Páscoa, deve morrer e
ressuscitar, e assim levar a termo a sua missão de salvação. A partir daquele
momento, Jesus fixa a meta, e inclusive às pessoas que encontra e que pedem
para segui-Lo, fala claramente quais são as condições: não ter uma moradia
estável; desapegar-se dos afetos humanos; não ceder à nostalgia do passado.
Aos seus
discípulos, encarregados de precedê-lo no caminho rumo a Jerusalém para
anunciar a sua passagem, Jesus diz que não imponham nada: se não encontrarem
disponibilidade a acolhê-Lo, que continuem, que se prossiga. Jesus jamais impõe,
Ele é humilde e convida.
“Tudo isso faz
pensar”, disse o Papa, pois nos diz a importância que, também para Jesus, teve
a consciência: o escutar no seu coração a voz do Pai e segui-la. Jesus, na sua
existência terrena, não era, por assim dizer, “teleguiado”: era o Verbo
encarnado, o Filho de Deus feito homem, e a um certo ponto tomou a firme
decisão de ir a Jerusalém pela última vez; uma decisão tomada na sua
consciência, mas não sozinho: com o Pai, em plena união com Ele! Decidiu em
obediência ao Pai, em escuta profunda, íntimo da sua vontade. E por isso a
decisão era firme, porque tomada com o Pai. E no Pai Jesus encontrava a força e
a luz para o seu caminho.
"Jesus era
livre; aquela decisão foi livre. E ele nos quer livre como ele. Com aquela
liberdade que vem deste diálogo com o Pai. Jesus não quer nem cristãos egoístas
que seguem o próprio eu e não fala com Deus, nem cristãos fracos, que não têm
vontade, cristãos teleguiados, incapazes de criatividade. A liberdade está no
diálogo com Deus na próprio consciência. Se um cristão não sabe falar com Deus
na própria consciência, não é livre."
Por isso,
acrescentou, devemos aprender a escutar mais a nossa consciência. Mas atenção!
– advertiu o Pontífice: “Isso não significa seguir o próprio eu, fazer o que me
interessa, o que me convém, o que eu gosto... Não é isso! A consciência é o
espaço interior da escuta da verdade, do bem, da escuta de Deus; é o lugar
interior da minha relação com Ele, que fala ao meu coração e me ajuda a
discernir, a compreender o caminho que deve percorrer, e uma vez tomada a
decisão, a ir avante, a permanecer fiel".
Recentemente,
disse Francisco sob aplausos, tivemos um exemplo “maravilhoso” de como é esta
relação com Deus na própria consciência, disse o Papa: “Bento XVI nos deu um
grande exemplo neste sentido, quando o Senhor lhe fez entender, na oração, qual
era o passo que ele tinha que dar. Ele seguiu, com grande sentido de
discernimento e coragem, a sua consciência, ou seja, a vontade de Deus que
falava ao seu coração. É um exemplo a seguir”.
Que Nossa
Senhora, concluiu, “nos ajude a nos tornar sempre mais homens e mulheres de
consciência, capazes de escutar a voz de Deus e segui-la com decisão”.
Após rezar o
Angelus, Francisco recordou que hoje se celebra o Dia do Papa. "Desejo
agradecer aos Bispos e a todas as paróquias, especialmente as mais pobres,
pelas orações e ofertas que socorrem tantas iniciativas pastorais e caritativas
do Sucessor de Pedro em todas as partes do mundo. Obrigado a todos!"
Por determinação
da VII Assembleia da CNBB, em todas as igrejas e oratórios, mesmo dos
mosteiros, conventos e colégios, comemora-se o Dia do Papa com pregações e
orações e generosas ofertas para o Óbolo de S. Pedro. (BF)
Fontes: www.news.va www.radiovaticana.va.........................................................................................................................................
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