“Aprender a lei de amor
para superar guerras, divisões e egoísmos”
Cidade do
Vaticano (RV) – O sol forte e a temperatura de 30 graus na Praça S. Pedro
não desencorajou os fiéis, peregrinos e famílias que lotaram a Praça S. Pedro
para a Audiência Geral com o Papa Francisco.
Após saudar a
multidão, o Pontífice dedicou sua catequese ao “Povo de Deus” – um dos termos
com os quais o Concílio Vaticano II definiu a Igreja.
Esta expressão,
explicou o Papa, significa antes de tudo que Deus não pertence a nenhum povo: é
Ele que nos chama, nos convoca e nos convida a fazer parte do seu povo. Jesus
não diz aos Apóstolos e a nós de formar um grupo exclusivo, de elite, mas diz:
“Ide e fazei com que todas as nações se tornem discípulos”.
Francisco então
se dirigiu a quem se sente distante de Deus e da Igreja, a quem desconfia ou é
indiferente, a quem acredita que é tarde para mudar, dizendo: “O Senhor chama
também você a fazer parte do seu povo e o faz com grande respeito e amor!
O Batismo é a
“porta de entrada” para se tornar membro deste povo, cuja lei é a lei do amor –
amor a Deus e a amor ao próximo.
Um amor, porém,
que não é um sentimentalismo estéril ou algo vago, mas é reconhecer Deus como
único Senhor da vida e, ao mesmo tempo, acolher o outro como verdadeiro irmão,
superando divisões, rivalidades, incompreensões, egoísmos.
Papa a caminho da Audiência |
Essas duas
coisas caminham juntas, disse o Papa, acrescentando que o nosso caminho ainda é
longo para viver concretamente esta nova lei: “Quantas guerras, inclusive entre
cristãos. Como isso pode acontecer? No nosso bairro, no trabalho, na família,
quantas guerras internas por inveja, ciúme. Peçamos ao Senhor que nos faça
entender esta lei do amor. Quanto é belo amarmo-nos como verdadeiros irmãos”. E
fez um pacto com os presentes:
“Façamos uma
coisa hoje. Talvez todos nós temos simpatias e antipatias. Talvez muitos de nós
estamos bravos com alguém. Ao menos digamos ao Senhor: ‘Eu estou bravo, mas
rezo por esta pessoa. Rezar pela pessoa com a qual estamos bravos é um belo
passo nesta lei do amor. Vamos fazer isso? Mas o façamos hoje!”
A missão do Povo
de Deus é levar ao mundo a esperança e a salvação de Deus. “Ao nosso redor,
basta abrir um jornal para ver a presença do mal, o Diabo que age. Mas quero
dizer em alta voz: Deus é mais forte!”, disse Francisco, pedindo que a multidão
repetisse essa frase e acrescentando que podemos mudar a realidade marcada pelo
mal se nós formos os primeiros a levar a luz do Evangelho. E deu como exemplo
um estádio de futebol:
“Se num estádio,
pensemos aqui em Roma no Olímpico ou no San Lorenzo, em Buenos Aires, numa
noite escura uma pessoa acende uma luz, esta será apenas entrevista, mas se os
mais de 70 mil expectadores acenderem cada um a própria luz, o estádio se
ilumina. Façamos com que a nossa vida seja uma luz de Cristo; juntos levaremos
a luz do Evangelho a toda a realidade.”
A finalidade
deste povo é o Reino de Deus, a comunhão plena com o Senhor, onde viveremos a
alegria do seu amor incomensurável. E então concluiu: “Que a Igreja seja lugar
da misericórdia e da esperança de Deus, onde cada um possa se sentir acolhida,
amada e encorajada a viver segundo a vida boa do Evangelho. Para isso, a Igreja
deve estar de portas abertas, para que todos possam vir. E nós devemos sair por
essas portas para anunciar o Evangelho”.
Após a
catequese, o Papa saudou os fiéis oriundos de várias partes do mundo. Do
Brasil, fez uma saudação especial aos grupos de Florianópolis e de Goiânia. (BF)
Fontes: www.news.va www.radiovaticana.va
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