Papa Francisco:
A caridade é a via mestra da evangelização
Campobasso (RV) -
A Igreja esteja sempre na linha de frente no testemunho da caridade. Essa é uma
das passagens mais prementes da homilia do Papa durante a missa no ex-estádio
Romagnoli de Campobasso, lotado com mais de 20 mil fiéis, chegando a 80 mil
considerando toda a zona adjacente. Francisco reiterou que é preciso difundir a
cultura da solidariedade, sobretudo diante das situações de precariedade
material.
Partindo de um
trecho do livro da Sabedoria proposto pela liturgia do dia, o Pontífice frisou
que o Senhor não é neutro, mas com a Sua sabedoria "se coloca da parte das
pessoas frágeis, das pessoas discriminadas e oprimidas que se abandonam
confiantemente a Ele".
O Bispo de Roma
observou que esta experiência de Jacó e de José, narrada no Antigo Testamento,
mostra dois aspectos essenciais da vida da Igreja: a Igreja é um povo que serve
a Deus e a Igreja é um povo que vive na liberdade que o Senhor lhe concede.
Somos um povo que serve a Deus |
"Em
primeiro lugar, somos um povo que serve a Deus. O serviço a Deus se realiza de
vários modos, em particular na oração e na adoração, no anúncio do Evangelho e
no testemunho da caridade. E sempre o ícone da Igreja é a Virgem Maria."
Assim que
recebeu o anúncio do Anjo e após ter concebido Jesus – continuou o Pontífice –,
"Maria partiu às pressas para ir ajudar a anciã parente Isabel. E assim
mostra que o caminho privilegiado para servir a Deus é servir aos irmãos que
precisam".
"Na escola
da Mãe, a Igreja aprende a tornar-se, todos os dias, "serva do
Senhor", a estar pronta a partir para ir ao encontro das situações de
maior necessidade, a ser solícita para com os pequenos e os excluídos."
Francisco
ressaltou que todos somos chamados a viver "o serviço da caridade"
nas realidades ordinárias, na família, na paróquia, no trabalho:
A Igreja é a serva do Senhor |
"O
testemunho da caridade é a via mestra da evangelização. Nisso a Igreja sempre
esteve na 'linha de frente', presença materna e fraterna que partilha as
dificuldades do povo. Desse modo, a comunidade cristã busca infundir na
sociedade aquele 'suplemento de alma' que permite olhar além e ter
esperança."
O Papa encorajou
todos a "perseverarem neste caminho, servindo a Deus no serviço aos
irmãos, e difundindo, em todos os lugares, a cultura da solidariedade". É
preciso empenho diante de situações de precariedade material e espiritual,
especialmente diante do desemprego, uma chaga que requer todo esforço e coragem
da parte de todos.
"O desafio
do trabalho interpela de modo particular a responsabilidade das instituições,
do mundo empresarial e financeiro. É preciso colocar a dignidade da pessoa
humana no centro de toda perspectiva e de toda ação. Os outros interesses,
mesmo que legítimos, são secundários."
No centro,
acrescentou, "está a dignidade da pessoa humana", "porque a
pessoa humana é imagem de Deus". Em seguida, disse: "a Igreja é o
povo que serve ao Senhor". A verdadeira liberdade, acrescentou, é dada
sempre pelo Senhor: em primeiro lugar, "a libertação do pecado, do egoísmo
em todas as suas formas. A liberdade de doar-se e de fazê-lo com alegria, como
a Virgem de Nazaré que é livre de si mesma".
Cristo liberta-nos da tristeza existencial |
Essa, disse
ainda, "é a liberdade que Deus nos concedeu, e não devemos perdê-la: a
liberdade de adorar a Deus, de servir a Deus e de servi-lo também em nossos
irmãos":
"Essa é a
liberdade que, com a graça de Deus, experimentamos na comunidade cristã, quando
nos colocamos a serviço uns dos outros. Sem ciúmes, sem partidos, sem
mexericos... Servir-nos uns aos outros, servir-nos! Então o Senhor nos
liberdade de ambições e rivalidades que minam a unidade da comunhão.
Liberta-nos da desconfiança, da tristeza – essa tristeza é perigosa, porque nos
desanima, é perigosa, estejam atentos!"
O Senhor,
reiterou, nos liberta "do medo, do vazio interior, do isolamento, dos
arrependimentos, das lamentações". Também em nossas comunidades "não
faltam atitudes negativas, que tornam as pessoas autorreferenciais, preocupadas
mais em se defender do que em doar-se". Mas Cristo "nos liberta deste
soturno existencial", exortou.
"Por isso
os discípulos, nós discípulos do Senhor, mesmo permanecendo frágeis e pecadores
– todos o somos! –, somos chamados a viver com alegria e coragem a nossa fé, a
comunhão com Deus e com os irmãos, a adoração a Deus e a enfrentar com
fortaleza as fadigas e provações da vida." (RL)
Fonte: radiovaticana.va
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