14º Domingo do tempo Comum
A primeira leitura nos fala de um legítimo rei da dinastia
de Davi. Montado em um jumento e com atitudes pacifistas, o rei de Sião terá um
reino imenso que de tão grande se estenderá até os confins da terra. Esse rei é
humilde e pacificador e manifesta seu poder comunicando justiça e paz a todas
as nações.
Ele não só tem
essa atitude positiva, mas também destrói tudo aquilo que é sinal de morte para
os povos. Assim, ele possibilita a existência da paz.
Ora, a leitura
desse texto nos recorda a liturgia do Domingo de Ramos e já podemos deduzir que
esse rei da paz é Jesus, o Príncipe da Paz, legítimo descendente de Davi como
nos relata a liturgia do Advento.
No Evangelho
vemos Jesus sentindo que sua missão pacifista desagrada os doutores da Lei, os
letrados e as pessoas importantes, mas causa interesse aos pobres e
marginalizados, diz “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste
estas coisas aos sábios e doutores e as revelaste aos pequeninos.” (Mt 11, 25b).
"Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu voa aliviarei" |
Fazemos a
constatação do que vemos sempre: os instalados não precisam, não querem
mudanças e até a proíbem, enquanto os marginalizados, que sentem desconforto e
suas necessidades insaciadas, almejam a mudança da situação, querem justiça,
querem o necessário para viver dignamente.
Nisso tudo é
denunciado o perigo extremo de não sentir-se necessitado de Deus e de aos poucos
tornar-se materialista.
O trecho do
Evangelho termina com o convite de Jesus aos que se sentem marcados,
injustiçados pela sociedade materialista, repleta de pessoas egocêntricas e
muito bem instaladas na cultura da morte. Ao mesmo tempo, o Senhor fala que
fazer parte da Civilização do Amor, de seus seguidores, traz um peso, uma
responsabilidade, mas que eles são suaves porque são provocados pelo amor, pela
descentralização de si, pelo sair de seu comodismo, de desinstalar-se par ir ao
outro, para servir.
Finalmente, São
Paulo em sua Carta aos Romanos, nos diz que vivemos segundo o espírito e não
segundo a carne, pois pertencemos a Cristo e o Espírito de Deus mora em nós.
Esse Espírito foi o que ressuscitou Jesus, eliminando tudo o que conduz a criação
à injustiça e à morte.
Portanto, a
mensagem evangélica da liturgia deste domingo nos fala do benefício fundamental
que é para nós a presença do Espírito ao nos provocar a opção pela vida e nos
impedir a acomodação.
Será um momento
muito importante para nossa vida de cristão, fazermos uma reflexão em que nos
perguntemos: de que lado me encontro? Dos acomodados e que não sentem
necessidade de mudanças profundas? Ou do lado dos marginalizados, dos
inconformados, dos que anseiam pelo Senhor como “terra sedenta e sem água”,
como nos fala o Sl 62, 2. (CAS)
Fonte: radiovaticana.va
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