O testemunho dos santos deve nos conduzir até Jesus, fonte da santidade. No dia 27 de junho, foi abençoada a Igreja de Santa Edwiges, no bairro Lavapés em nossa cidade. Conheça um pouco da vida da Padroeira do novo templo.
Nascida no
período Medieval, em 1174, Edwiges foi uma mulher que marcou seu tempo. De
família nobre e rica, assistiu, desde tenra idade, a miséria em diferentes formas nas pessoas que conhecia, convivia e
amava.
Ao se casar aos
12 anos de idade, com Henrique, duque europeu, a então princesa da Silésia,
país de Lebuska, atual Polônia, Edwiges, educada no Catolicismo e dona de uma
fé inabalável, deparou-se com uma situação completamente diferente da que
estava acostumada a conviver – seu marido, irmão de clérigo, mal sabia rezar.
Cristã, no real
sentido da palavra, a esposa de Henrique logo tomou a educação religiosa de seu
marido, preparando o caminho da paz em sua casa para a chegada de seus seis
filhos – Henrique, Conrado, Boleslau, Inês, Sofia e Gertrudes. E, para
conseguir manter sua família dentro do que acreditava, diariamente, levava a
família até a capela próxima do castelo onde moravam, para participarem,
juntos, diariamente, da missa.
Santa Edwiges, rogai por nós! |
Mas, suas
devoções a Cristo e respeito à Virgem Maria não terminavam em seus horários de
missa ou de oração. Entre as prolongadas ausências do marido, que saía para
lutar nas guerras que dizimavam vidas e eram frequentem naquele período da
humanidade, Edwiges aproveitava para visitar famílias nas maiores condições de
miséria e buscar o socorro para cada uma delas.
Nessas visitas,
descobriu que os maiores problemas que as famílias enfrentavam estavam
relacionados à falta de dinheiro. Lavradores, pequenos sitiantes precisavam
pagar uma quantia aos proprietários da terra que trabalhavam, sobre a colheita
que deveriam ter. Essa colheita sempre era menor do que o esperado devido ao
inverno rigoroso e às intempéries do clima do lugar. Sem ter como pagar as
dívidas, os lavradores eram presos e suas famílias ficavam abandonadas, sem ter
a quem recorrer. Muitas vezes, as mulheres se prostituíam para poder sustentar
seus filhos, ou vagavam pelas ruas, à mercê da quase inexistente caridade
pública, sendo humilhadas e maltratadas pelos moradores que não tinham
condições de sobreviver.
Igreja de Santa Edwiges - Paraisópolis (MG) Noite da inauguração |
Assistindo a dor
e a miséria humana, Edwiges, dona de um coração privilegiado para a época, e
uma das mulheres que mais sentiram, e demonstraram, como ninguém, a caridade e
a compaixão, pagava as dívidas dos presidiários com o dinheiro de seu dote, a
quantia que fora dada em época de seu casamento ao seu marido, que não quis
usá-la e deixou ao inteiro dispor de sua esposa, ajudando-os a reiniciarem suas
vidas.
Preocupada com a
situação das mulheres que perdiam seus maridos nas guerras e viam-se à mercê da
sorte, expostas a estupros e todo tipo de maldade humana, passou a construir em
pequenos vilarejos, conventos para abrigar viúvas e órfãos. Muitas tornaram-se
freiras e passaram a servir a Deus.
Depois de perder
dois de seus filhos precocemente e, por último, seu marido, Edwiges retirou-se
para o convento de Trébnitz e ali viveu, em jejum e oração até sua morte, em
1243, aos 69 anos de idade.
Sua fé foi
motivo de muitos pedidos dos que viveram próximos a ela e, com vários milagres
comprovados, a Igreja Católica a declarou santa em 1.267, 24 anos após a sua
morte.
Até hoje, seu
corpo é venerado no Convento de Trébnitz, na Polônia, e existem igrejas no
mundo inteiro dedicadas à santa.
Fonte: santuariosantaedwiges.com.br
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