14º Domingo do Tempo Comum
1ª Leitura: Zc 9,9-10 Salmo: 145(144) 2ª Leitura: Rm 8,9.11-13
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Evangelho: Mt 11,25-30
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Naquela
ocasião, Jesus pronunciou estas palavras: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da
terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste
aos pequeninos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu
Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o
Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a mim, todos vós que
estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre
vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e
encontrareis descanso para vós. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
Reflexão
É Jesus quem revela o Pai
O profeta
Zacarias viveu no século VI a.C., depois do retorno a Judá dos exilados na
Babilônia. O livro que leva o nome do profeta Zacarias tem, ao todo, quatorze
capítulos. No entanto, o livro não pertence a um mesmo autor. Duas ou mais mãos
o escreveram. É geralmente aceito que os oito primeiros capítulos pertencem ao
profeta e o restante a outro ou vários outros autores. Os dois versículos de
nosso texto falam da volta vitoriosa e triunfante do rei à sua cidade,
Jerusalém. Não se trata de um monarca da descendência davídica. O rei de que se
fala nesses versículos é o próprio Deus que combate em favor do seu povo,
destruindo todos os instrumentos de guerra e violência para selar a paz entre
todas as nações.
Teria sido, em
certo sentido, surpreendente para Jesus experimentar que aqueles que se diziam
sábios, conhecedores e intérpretes da Palavra de Deus fossem os que lhe
fizessem oposição, engajando-se em fazê-lo perecer. O contexto da perícope de
hoje é a crítica de Jesus às cidades vizinhas ao Mar da Galileia que,
beneficiadas pelo ensinamento e pelos atos de poder de Jesus, não se
converteram, não se abriram ao sopro de sua palavra nem aderiram à sua pessoa.
O hino de louvor de Jesus dirigido ao Pai é uma clara oposição a essas cidades
que não se converteram. O que é escondido aos que se pretendem sábios e
entendidos e o que é revelado aos “pobres de espírito”? O que está dito no v.
27 pode ser compreendido nesses termos: é Jesus quem revela o Pai. Somente quem
se abre para reconhecer e aceitar Jesus como enviado do Pai é que pode conhecer
a relação filial que une profundamente Jesus e Deus (cf. Jo 14,10-11; Cl 1,15).
Jesus é não somente o Sábio, mas a “Sabedoria de Deus” que atrai todos a si e
os instrui na Lei que o Senhor deu ao povo para preservar o dom da vida e da
liberdade. O evangelho de hoje termina com um convite de Jesus àqueles que
ainda estão fora do grupo dos seus discípulos. O “jugo” (ou fardo) era uma peça
de madeira colocada sobre o pescoço do animal para equilibrar o peso que ele
carregava. Na tradição bíblica, entre outros significados, ele se refere à Lei
(Jr 2,20; 5,5). Jesus critica os escribas e fariseus por amarrarem pesados
fardos sobre os ombros dos outros (Mt 23,4). Há um modo de interpretar a Lei e
de pô-la em prática que tira a alegria e a vida, como se fosse um enorme peso a
carregar. Ora, a Lei de Deus é para a vida e a liberdade, ela é um caminho para
a vida e a felicidade (cf. Dt 30,16). Jesus, manso e humilde, se oferece para
aliviar tal peso. A lei do Senhor é a lei do amor (Jo 15,12). No amor não há
temor nem amargura.
Carlos Alberto Contieri, sj
Reflexão: paulinas.org.br Banner: cnbb.org.br Ilustração: franciscanos.org.br
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