fala sobre a expectativa para a nova missão
O Papa Francisco nomeou, no final do mês de maio, Dom José Luiz Majella Delgado, como arcebispo de Pouso Alegre (MG), transferindo-o da diocese de Jataí (GO).
Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro - 2013 |
Dom José Luiz
Majella Delgado é natural de Juiz de Fora (MG), nascido em 19 de outubro de
1959. Membro da Congregação do Santíssimo Redentor, Dom José Luiz recebeu no
dia 29 de junho, em Missa presidida pelo Papa Francisco na Basílica de São
Pedro no Vaticano, a imposição do “Palio”.
Em entrevista ao
portal A12.com, o novo arcebispo de Pouso Alegre que toma posse no próximo dia
02 de agosto, falou sobre as expectativas, desafios e projetos para a nova
missão.
A12 - Qual
o seu lema episcopal e como pretende honrá-lo na Arquidiocese de Pouso Alegre?
Dom Majella - “Per
caritatem servire”, “servir por amor” (cf. Gl 5,13). Desejo concentrar o
ministério episcopal no serviço por amor, isto é, não entregar tudo
passivamente às mãos da Providência, mas empenhar-me arduamente, sobretudo no
trabalho apostólico. O “amor serviço aos outros” é o projeto de Deus revelado
em Jesus Cristo, que no lava-pés (cf. Jo 13,1-12) se traduz em ação concreta.
Porém, o “lava-pés” de Jesus se prolonga até a cruz, e nela tem seu ponto
culminante. É a expressão máxima do amor: “dar a vida”. É na pequenez “dos
servos amigos de Jesus” que desejo tecer relações de encontro e confronto com
os sacerdotes e todo o povo na construção de uma sociedade sempre mais próxima
do Reino do Deus.
A12 - Qual
a expectativa do senhor para a Arquidiocese de Pouso Alegre?
Dom Majella - É
uma nova experiência, o que gera inquietações e ansiedades. Tenho consciência
das minhas fragilidades, por isso busco o refúgio no Senhor que nos diz: “Eu
conheço aqueles que escolhi” (Jo 13,18). É Nele que busco forças, pois a oração
é o meu alimento, em especial a Eucaristia. Desejo caminhar junto com todos os
que já trabalham na Arquidiocese, clero, religiosos (as), agentes das Pastorais
e Movimentos eclesiais, seminaristas, sempre em comunhão com a Igreja, com o
Santo Padre, com os Bispos do Regional Leste II da CNBB, e com as equipes de
trabalho, ministérios, associações religiosas e com todo o povo e autoridades
dos 45 municípios que compõem a Arquidiocese de Pouso Alegre. Quero com muito
respeito caminhar com as Dioceses sufragâneas, Campanha e Guaxupé, assumindo as
suas histórias. Como Igrejas missionárias precisamos sempre avançar para as
águas mais profundas – sem medos – em busca de tantos destinatários do
Evangelho. Quero que o meu ministério, nesta região do Sul de Minas chegue às “periferias
existenciais e pastorais”, sendo um “serviço à Esperança” neste mundo de tantos
desencantos. Peço a oração de todos para que, através do meu pastoreio, seja
feita a vontade de Deus nessa Arquidiocese.
A12 - Como
a espiritualidade redentorista influenciará no seu episcopado em Pouso
Alegre?
Celebração em comunidade de assentamento Diocese de Jataí (GO) |
Dom Majella - A
espiritualidade redentorista é continuar o exemplo de Jesus Cristo Salvador. É
ser presença. Por isso que é essencialmente missionária. Desejo seguir o
exemplo do Senhor atendendo de modo especial os pobres, os humildes e os
sofredores. Almejo continuar empenhando para expressar em minha vida o zelo
apostólico de Santo Afonso de Ligório, o fundador da Congregação do Santíssimo
Redentor. Tenho consciência de que sou chamado a continuar a presença de Cristo
e sua missão de Redenção no mundo, por isso escolhi a pessoa de Cristo como
centro de minha vida. É meu desejo ser transparência do Redentor. Assim quero
pautar a minha vida de bispo na Arquidiocese de Pouso Alegre. O Papa Francisco,
no discurso aos bispos do CELAM, no Rio de Janeiro por ocasião da Jornada
Mundial da Juventude, disse o que deve ser (e não ser) o Bispo: “Ele deve
guiar, que não é o mesmo que dominar”. Continuando o pensamento do Papa: “os
bispos devem ser Pastores, próximos das pessoas, pais e irmãos, com grande
mansidão: pacientes e misericordiosos.” Assim, quero estar atento aos sinais
dos tempos, sendo na Arquidiocese um companheiro e ministro de Jesus Cristo na
obra da Redenção.
A12 - Como
fazer com que as paróquias sejam mais missionárias, como pediu o papa
Francisco?
Dom Majella - Acredito
que para a paróquia ser mais missionária é preciso que todos, os párocos, os
conselhos, os movimentos estejam motivados e conscientes, em sintonia e
comunhão. Como afirma o Papa Francisco na exortação apostólica Evangelii
Gaudium, “a Paróquia precisa fazer a sua “conversão pastoral e missionária”,
para expressar melhor a sua vida e missão nos tempos atuais”. Que os padres
tenham claro o que pede a Igreja e que, em sintonia com o presbitério, queiram
realmente dar passos decididos. E, é claro, que os leigos, que são a maioria do
povo de Deus, também devam ser motivados e formados, comprometidos e unidos. A
Igreja missionária deve ser próxima das pessoas, acolhendo a todos com bondade,
misericórdia, perdão, acompanhamento, sem exclusão de ninguém.
A12 - A
diferença entre o perfil das cidades (Diocese de Jataí/Arquidiocese de Pouso
Alegre) muda a receptividade à evangelização?
Dom Majella recebendo o Pálio das mãos do Papa Francisco - 29 de junho de 2014 |
Dom Majella - Ainda
não conheço a realidade sócio-econômica-eclesial de Pouso Alegre. É fato de que
precisamos encontrar caminhos de evangelização que atendam as diversas
realidades diocesanas. Certamente encontrarei dificuldades. Mas, almejo olhar
as paróquias para conhecer as diferentes realidades, ver quais as atividades,
práticas pastorais, iniciativas que favoreçam um encontro pessoal e profundo
com Jesus Cristo. Como na região do Sudoeste goiano foi necessário encontrar
formas de colocar em prática a ação evangelizadora envolvendo o maior número
possível de fieis na nova consciência de Igreja, uma Igreja servidora, aberta,
acolhedora, animada e dedicada ao crescimento do Reino de Deus, acredito que
também no Sul de Minas não será muito diferente. E, com o bom povo mineiro
iremos traçar as propostas e caminhos de ação para que todas as comunidades
caminhem juntas.
A12 - O
senhor tem algum projeto em vista para a Arquidiocese?
Dom Majella - Continuar
caminhando com as resoluções das últimas Assembleias arquidiocesanas, agindo
com determinação e entusiasmo. Aqui está a motivação para buscar os meios bem
práticos de reforço da estrutura paroquial, de unidade das igrejas em
comunidades sólidas, com intensa participação e articulação dos movimentos e
pastorais. É isto que nos possibilita ter cristãos mais ativos, preparados,
comprometidos e conscientes.
Fonte: A12.com
..............................................................................................................................
Nenhum comentário:
Postar um comentário