quarta-feira, 9 de julho de 2014

Quadro econômico da Santa Sé:

transparência e racionalização dos gastos 


Cidade do Vaticano (RV) - Transparência e racionalização dos gastos são as palavras-chaves do novo quadro econômico da Santa Sé. Foi o que emergiu na coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira, 9 de julho, na Sala de Imprensa da Santa Sé. Até o final do ano deve ser nomeado o revisor geral das contas do Vaticano.
Coletiva de imprensa
O objetivo é racionalizar as despesas e funções, mantendo sempre resultados elevados. Os desafios são muitos. A esse propósito eis o que disse o Prefeito da Secretaria para a Economia, Cardeal George Pell, numa entrevista à Rádio Vaticano.
"Primeiramente, estamos trabalhando sobre os padrões financeiros internacionais que deverão ser seguidos por todos os organismos e seções da Santa Sé e do Governatorato. Atualmente, estamos na fase em que se indica claramente a direção e os objetivos que queremos atingir. Quando dizemos isso, entendemos uma transparência substancial. Serão elaborados relatórios anuais e estes relatórios serão realizados externamente."
Dentre as indicações operacionais, em setembro deste ano, a Secretaria para a Economia iniciará a preparação de um orçamento para 2015. Em relação aos meios de comunicação vaticanos, se buscará "economizar sem sacrificar a amplitude da informação", frisou ainda o Cardeal Pell. O objetivo é atingir um número cada vez mais elevado de católicos através dos meios digitais. 
Outra questão crucial é o Instituto para as Obras de Religião (IOR) que se encontra numa fase de transição pacífica. O novo presidente, Jean-Baptiste de Franssu, disse à nossa emissora:
"Estou na expectativa de continuar os esforços de transparência iniciados pelo meu predecessor Ernest von Freiberg e por todos vocês. Agradeço-lhes antecipadamente pelo tempo que me dedicaram hoje e pelas próximas oportunidades que teremos de nos encontrar no futuro."
Outro tema importante é o das aposentadorias. O vice-coordenador do Conselho para a Economia, Joseph Zhara, disse a esse propósito:
"As aposentadorias pagas hoje a todos os funcionários da Santa Sé e do Governatorato, e para os aposentados da próxima geração serão garantidas. Sabemos o que está acontecendo nos países ocidentais e sublinho este ponto porque analisei a situação de outros países. Muitas nações, nos últimos anos, estão enfrentando batalhas na questão do sistema de aposentadorias." (MJ)
Com um Motu Proprio 
Papa Francisco transfere Apsa à Secretaria para a Economia

Foi publicada nesta quarta-feira uma Carta Apostólica do Papa Francisco, em forma de Motu Proprio, com a qual a Seção Ordinária da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica passa para a Secretaria para a Economia.
Confirmando uma tradição ao longo dos séculos, o último Concílio Vaticano II destaca a necessidade de conformar a organização da Santa Sé às necessidades dos tempos, adequando sobretudo a estrutura dos Dicastérios da Cúria Romana, o seu número, denominação e competência, assim como os seus modos de proceder e a recíproca coordenação às reais exigências da Igreja em cada momento.
Serviço ao Povo de Deus
O Papa Francisco recorda que com a promulgação, em 24 de fevereiro de 2014, da Carta Apostólica, em forma de Motu Proprio, Fidelis Dispensator et Prudens, foi instituída a Secretaria para a Economia como Dicastério da Cúria Romana, que tem como competência o controle econômico e a vigilância sobre os Dicastérios da Cúria Romana, sobre instituições ligadas à Santa Sé e sobre as administrações do Estado da Cidade do Vaticano.
Ao acolher o parecer dos Chefes dos Dicastérios interessados, o Papa Francisco considerou oportuno que a Secretaria para a Economia passasse a assumir a partir de agora, entre as suas tarefas institucionais, aquelas atribuídas à denominada “Seção Ordinária” da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica e portanto, de transferir ao referido Dicastério as competências que a Constituição Apostólica Pastor Bonus de 28 de junho de 1988 havia atribuído à referida Seção da Administração do Patrimônio da Santa Sé.
Como conseqüência, a Administração do Patrimônio da Santa Sé não será mais dividida em Seções e, futuramente, desenvolverá unicamente as tarefas que até agora eram de competência da Seção Extraordinária.
Em função disto, após ter examinado com cuidado todas as questões que dizem respeito à matéria e pedido o parecer dos Dicastérios competentes e de especialistas, o Papa Francisco estabelece e decreta o seguinte:
Artigo 1.
O texto do artigo 172 da Constituição Apostólica Pastor Bonus é integralmente substituído pelo texto seguinte:
§1. Compete a este Escritório administrar os bens de propriedade destinados a fornecer os fundos necessários ao cumprimento das funções da Cúria Romana
§2. O Escritório administra também os bens móveis a ele confiados por outras entidades da Santa Sé.
Artigo 2. 
O texto do artigo 173 da Constituição Apostólica Pastor Bonus é integralmente substituído pelo texto seguinte:
O Escritório é presidido por um Cardeal, assistido por um determinado número de Cardeais e por um Prelado Secretário.
Artigo 3. 
São revogados os artigos 174 e 175 da Constituição Apostólica Pastor Bonus.
Artigo 4.
O Prefeito da Secretaria para a Economia constituirá uma Comissão técnica com o objetivo de facilitar a transferência de competências até agora atribuídas à Seção Ordinária da Administração do patrimônio da Sé Apostólica e determinará, a partir da data de hoje, como deverão ser resolvidas as questões pendentes junto à referida Seção Ordinária, até a completa transferência efetiva das tarefas.

Cardeal Pell: 
Francisco quer mudanças rápidas na economia vaticana

"Existem muitos desafios e muito trabalho a ser feito". Foi o que afirmou o Prefeito da Secretaria para a Economia, Cardeal George Pell, ao apresentar na manhã desta quarta-feira, 9, na Sala de Imprensa, o "Novo quadro econômico na Santa Sé". O purpurado anunciou importantes iniciativas em relação à APSA (Administração do Patrimônio da Santa Sé), o Fundo de Pensões, as mídias vaticanas e o IOR (Instituto para as Obras de Religião). Também esteve presente na coletiva, o Presidente em saída do IOR, Ernst von Freyberg.
Cardeal George Pell
O Papa Francisco deseja que "tais mudanças ocorram rapidamente" - afirmou o Cardeal Pell - para enfrentar "pontos débeis e riscos" já identificados pela Pontifícia Comissão, referência de estudos sobre organização da estrutura econômica administrativa da Santa Sé (COSEA). Por isto foi criado um Project Management Office (PMO), dirigido pelo australiano Danny Casey, ex-Business manager da Arquidiocese de Sidney.
As novidades dizem respeito à seção ordinária da APSA que é transferida - como estabelecido pelo Motu Proprio do Papa publicado hoje - à Secretaria para a Economia, que vigiará as agências da Santa Sé, políticas e procedimentos de aquisições e distribuição de recursos humanos. O restante do pessoal da APSA será dedicado à atividade de tesouraria, restabelecendo estreitas relações, com todos os principais bancos centrais - como pedido pelo Moneyval - para garantir a liquidez e estabilidade financeira à Santa Sé.
Em relação ao Fundo de Pensões foi nomeado um comitê técnico - guiado por Dom Brian Ferme, coadjuvado por quatro especialistas leigos - Bernhard Kotanko (Áustria), Andrea Lesca (Itália), Antoine de Salins (França) e Prof. Nino Savelli (Itália) - para formular propostas de revisão ao Conselho para a Economia até 2014; as aposentadorias atuais e para a próxima geração estão asseguradas, mas é necessário garantir disponibilidade suficientre para o futuro.
Também as mídias vaticanas serão reformuladas, segundo as novas tendências de consumo, melhorando a coordenação entre elas e reduzindo as suas despesas. Em até 12 meses um Comitê de especialistas internacionais e referentes vaticanos proporão um plano. O grupo será presidido pelo britânico Lord Christopher Patten, assessorado por Gregory Erlandson (USA), Daniela Frank (Alemanha), Pe. Eric Salobir (França), Letícia Soberon (Espanha, México) e George Yeo (Singapura). Junto a Dom Paul Tighe (Pontificio Conselho das Comunicações Sociais), Giacomo Ghisani (Radio Vaticano ), Dom Carlo Maria Polvani (Secretaria de Estado), Dom Lucio Adrián Ruiz (Internet Service Vaticano) e Giovanni Maria Vian (L'Osservatore Romano).
Por fim, um novo grupo dirigente para o IOR, guiado por Jean-Baptiste de Franssu, chamado a partir de hoje a realizar a segunda fase das reformas - após a primeira concluída pelo seu predecessor von Freyberg -, tendo três prioridades: reforçar o business do IOR, transferir a gestão do patrimônio a um novo 'Vatican asset Management (Vam)' e concentrar as suas atividades a serviço do clero, congregações, dioceses e leigos dependentes vaticanos. (JE)
                                                                                           Fonte: radiovaticana.va
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