segunda-feira, 21 de julho de 2014

Para refletir

Três condições para amar

O Apóstolo Paulo ensina que para amar é preciso que o coração seja puro, a consciência correta e a fé sem hipocrisia (Cf. I Tm 1, 5). Eis as três condições para amar.
Primeiro um coração puro. Entendemos que coração puro significa transparência, honestidade, coerência. Pureza de coração não se refere só à sexualidade e afetividade, mas, à opção pela verdade, pelo bem, pela justiça. Ser puro é ser integro correto, sincero.
Não é possível amar, tendo um coração cheio de má intenção, devassidão, repina, adultério, cobiça, fraude, inveja, orgulho, etc. (Cf. Mc 7, 21-22). Jesus pede que limpemos o interior, que abandonemos o coração de pedra, pois, nós vemos as aparências, mas Deus vê o coração. Portanto, coração puro é vencer toda duplicidade, fingimento, aparência, máscara, inautenticidade.
Tem coração puro quem sabe perdoar mágoas e ressentimentos, rancor e ódio; quem reconhece seus pecados, feridas, limites e por isso é humilde, compassivo, indulgente. O coração puro sabe que não se deve julgar, condenar, excluir.
Coração puro, consciência reta, fé sem hipocrisia
Segundo uma consciência reta. A segunda condição para amar é ter consciência reta. Da retidão de consciência vem o agir correto. Reta intenção e reto agir são frutos da consciência reta. Retidão de consciência é compromisso com a verdade e o bem. Nem toda a consciência é reta e bem formada. Há consciência errônea, laxa, rígida, escrupulosa. Portanto a retidão de consciência se consegue pela educação e pela fé. As quatro virtudes cardeais, ou seja, a prudência, a temperança, a fortaleza e a justiça muito contribuem para a retidão da consciência, que significa reta intenção, autenticidade pessoal, certeza interior de estar fazendo o bem, vontade reta. Por ser voz de Deus, a consciência chama-nos a fazer o bem e evitar o mal. Quem segue Jesus consegue ter consciência reta.
Terceiro uma fé sem hipocrisia. O Papa Francisco fala frequentemente da “mundanidade espiritual” que é exatamente a hipocrisia. Usar a religião para auto-promoção, auto-exaltação, interesses egoísticos, segundas intenções, é mundanidade espiritual, é má intenção, é astúcia. Tudo o que se faz a partir da fé é para gloria de Deus, a salvação do mundo e o bem das pessoas. Fé que se manifesta no amor, nas boas obras, no testemunho de vida, no compromisso com a verdade. Fé sem hipocrisia.
Sempre que buscamos a nós mesmos nos cargos, nas pastorais, nas liturgias, na liderança e no trabalho pastoral somos ladrões e salteadores da glória de Deus. Na verdade, nos comportemos idólatras cujo ídolo é o nosso próprio eu. Paulo Apóstolo nos mostra três condições para amar: coração puro, consciência reta, fé sem hipocrisia, isto é, coerência, transparência, retidão, honestidade.
                                             Dom Orlando Brandes - Arcebispo de Londrina (PR)
                                       Fonte: arqlondrina.com.br      Ilustração: drnf.wordpress.com
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