A humanidade seja servida pela riqueza
e não governada por ela
Cidade do
Vaticano (RV) – Dignidade do homem, economia a serviço do bem comum,
inclusão social, luta contra a fome e atenção aos refugiados: esses são os
principais temas da mensagem enviada, nesta terça-feira, pelo Papa Francisco ao
Fórum Econômico Mundial, que se realiza em Davos, na Suíça, até o próximo
sábado, dia 25. No documento pontifício, endereçado ao Presidente executivo do
Fórum, Klaus Schwab, o Santo Padre faz votos de que o encontro se torne
“ocasião para uma reflexão aprofundada sobre as causas da crise econômica mundial”,
porque – escreve –, apesar de em alguns casos a pobreza ter sido reduzida, “por
vezes permaneceu mesmo assim uma ampla exclusão social”, e ainda hoje, “a
maioria de homens e mulheres continua a experimentar todos os dias a
insegurança, muitas vezes com consequências dramáticas”. Daí, o convite do Papa
a fim de que a política e a economia trabalhem para a promoção de “uma
abordagem inclusiva que leve em consideração a dignidade da pessoa e o bem
comum”.
Pastor e Profeta |
“É intolerável –
escreve Francisco -, que milhares de pessoas continuem a morrer todos os dias
de fome, apesar de serem disponíveis notáveis quantidades de alimento que
frequentemente são desperdiçadas”. Ao mesmo tempo, o Papa sublinha que “não
podemos ficar indiferentes diante de tantos refugiados em busca de condições de
vida minimamente dignas e que não só não encontram hospitalidade, mas às vezes,
tragicamente, morrem durante o percurso de um lugar para outro”. “Sei que essas
são palavras fortes e até mesmo dramáticas – destaca o Santo Padre –, mas elas
querem tanto afirmar quanto desafiar a habilidade deste encontro a fazer a
diferença”. O que é necessário, reafirma o Pontífice, é “um sentido de
responsabilidade renovado, profundo e amplo da parte de todos”, para “servir
mais eficazmente ao bem comum e tornar os bens deste mundo mais acessíveis a
todos”.
Fazendo suas as
palavras de Bento XVI na Caritas in veritate, o Papa Francisco sublinha, ainda,
que a igualdade não dever ser somente econômica, mas também deve basear-se em
uma “visão transcendente da pessoa”, de modo que se possa obter “uma melhor
distribuição da riqueza, a criação de fontes de emprego e uma promoção integral
dos pobres que vá além de uma mentalidade puramente assistencialista”.
A mensagem do
Pontífice se conclui com um forte apelo: “Peço a todos – escreve – que façam de
modo que a humanidade seja servida pela riqueza e não governada por ela”, na
ótica de “uma abordagem ética que seja verdadeiramente humana”, levada avante
por pessoas “de grande honestidade e integridade”, guiadas por “altos ideais de
equidade, generosidade e cuidado pelo autêntico desenvolvimento da família
humana”.
Tendo chegado à
44ª edição, o Fórum de Davos tem a participação, neste ano, de 2.500 pessoas,
dos quais cerca de 40 Chefes de Estado ou de Governo. Presentes também
numerosas ONGs e vários representantes religiosos: representando a Igreja
Católica estão os cardeais Peter Turkson, Presidente do Pontifício Conselho da
Justiça e da Paz; Dom John Onayekan, Arcebispo de Abuja, na Nigéria, e Luis
Antonio Tagle, Arcebispo de Manila, nas Filipinas, além do Arcebispo de Dublin,
Dom Diarmuid Martin. (SP)
Fonte: radiovaticana.va
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