Ninguém se salva sozinho.
A dimensão comunitária é parte integrante da vida cristã
Cidade do
Vaticano (RV) – Nesta quarta-feira, 15, o Papa recebeu os fiéis na Praça
São Pedro para a audiência geral. Francisco prosseguiu o ciclo de reflexões
iniciado na última semana sobre o Batismo, sublinhando que o fruto mais
importante deste Sacramento é que ele nos torna membros do Corpo de Cristo e do
Povo de Deus. “Como frisado no Concílio Vaticano II, com o Batismo nos
transformamos em um Povo em caminho, peregrino na história”, afirmou.
Batismo: fonte da salavação |
“Assim como a
vida se transmite de geração em geração, a fonte batismal transmite a graça com
a qual o Povo cristão caminha no tempo, irrigando a terra e difundindo no mundo
a bênção de Deus”, disse Francisco em sua catequese.
Às dezenas de
milhares de pessoas que desafiaram o frio e se apresentaram na Praça para
vê-lo, o Papa chamou a atenção para o nosso papel missionário, como discípulos,
durante toda a vida. "Também o Papa e os bispos devem ser discípulos,
senão não poderiam transmitir a fé".
E citando o
Documento final de Aparecida, lembrou que “todos os batizados e batizadas...
somos chamados a viver e a transmitir a comunhão com a Trindade, pois “a
evangelização é um chamado à participação da comunhão trinitária”.
Outro aspecto da
beleza de compartilhar esta experiência de amor – explicou ainda o Papa – se
encontra na vivência comunitária, onde podemos ser “canais da graça, uns para
os outros, apesar das nossas limitações e pecados. Ninguém se salva sozinho”,
disse, completando:
“A dimensão
comunitária não é apenas uma “moldura”, mas é uma parte integrante da vida
cristã, do testemunho e da evangelização. A fé cristã nasce e vive na Igreja;
no Batismo, as famílias e paróquias celebram a incorporação de um novo membro a
Cristo e ao seu corpo, que é a Igreja”.
Explicando suas
palavras com fatos, Francisco contou a história da comunidade cristã no Japão,
que no início do século XVII foi duramente perseguida, teve muitos mártires,
membros do clero foram expulsos do país e milhares de fiéis, mortos. A
comunidade entrou em clandestinidade, mas manteve a sua fé e rezava em segredo.
Depois de 250 anos, os missionários retornaram ao Japão, os cristãos finalmente
puderam sair das trevas e a Igreja renasceu.
“Eles
sobreviveram com a graça de seu Batismo! E porque mantiveram, em segredo, um
forte espírito comunitário, porque o Batismo os transformou num só corpo em
Cristo: estavam isolados e escondidos, mas eram sempre membros da Igreja”.
Francisco lembrou a todos que “podemos aprender muito desta história!”.
Como sempre, o
Papa saudou todos os grupos presentes. Cumprimentando os peregrinos de língua
árabe provenientes da Jordânia e da Terra Santa, Francisco exortou:
“Aprendam da
Igreja japonesa... as dificuldades e perseguições, quando vividas com confiança
e esperança, purificam e fortalecem a fé. Sejam verdadeiras testemunhas de
Cristo e de seu evangelho, autênticos filhos da Igreja, sempre prontos a dar
razão de sua esperança, com amor e respeito”. (CM)
Fonte: radiovaticana.va news.va
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