sábado, 18 de janeiro de 2014

Dom Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, ao CTV:

A prioridade é a transformação missionária da Igreja

Cidade do Vaticano (RV) - "A prioridade é a transformação missionária da Igreja": foi o que afirmou o Secretário de Estado Vaticano, Dom Pietro Parolin, numa entrevista concedida ao Centro Televisivo Vaticano (CTV).
O prelado – que será criado cardeal no Consistório de 22 de fevereiro próximo – falou sobre a necessidade de uma diplomacia humana que promova a cultura do encontro.
No que tange às prioridades, como Secretário de Estado – primeiro e direto colaborador do Papa –, estas não podem ser senão as prioridades do Papa, afirma Dom Parolin, aquelas prioridades sobre as quais insistiu desde o início de seu Pontificado e que depois as reuniu de forma mais orgânica na "Evangelii Gaudium".
Dom Pietro Parolin: "Diria que a prioridade é a transformação missionária da Igreja: uma Igreja que sai, como diz ele, uma Igreja em estado permanente de missão. E essa característica, essa renovação eclesial, essa conversão pastoral, deve dizer respeito a todas as estruturas da Igreja, e deve dizer respeito também à Cúria Romana e deve concernir também à diplomacia eclesiástica que são de certo modo os dois âmbitos principais em que se coloca a atividade do Secretário de Estado. Espero que se possa fazer tudo com o coração: que consigamos fazer realmente tudo pelo Senhor, e que assim fazendo possamos tocar o coração das pessoas."
CTV: De fato, o Papa Francisco, desde os primeiros meses de seu Pontificado parece ter tocado o coração do homem necessitado de misericórdia e compreensão pastoral. Mesmo do ponto de vista da diplomacia podemos notar páginas novas de história para a Santa Sé...
Dom Pietro Parolin: "Gostaria de recordar de modo particular – creio que seja imprescindível fazê-lo – o Dia de oração e de jejum pela paz na Síria: foi uma página verdadeiramente importante na atividade da diplomacia, promovida pelo próprio Santo Padre, que, efetivamente, expressou a força moral da atividade da Igreja; o Papa que soube acolher e interpretar o grito de paz que se eleva da martirizada população síria e que se eleva de todo coração desejoso de viver de modo humano, de modo solidário as suas vicissitudes. Realmente, soube interpretar e traduzir isso num grande movimento que deu seus frutos, dando exemplo de uma força moral, de uma força espiritual que é, de certo modo, o que a Santa Sé testemunha diante de suas relações com os Estados."
CTV: A diplomacia deveria unir não somente os povos, mas também as pessoas. A seu ver, quais são os princípios fundamentais que devem ser subjacentes ao que podemos definir uma "diplomacia humana"?
Dom Pietro Parolin: "A diplomacia deve ser humana. Portanto, creio que deva ter a pessoa humana em seu centro: o primeiro princípio me parece ser esse. E gostaria de dizer que o Papa Francisco nos impele a considerar essa centralidade da pessoa humana não de modo abstrato – o homem como tal –, mas cada homem em particular, toda pessoa deve estar no centro da nossa ação, sobretudo a pessoa do pobre, do marginalizado, do fraco, as pessoas mais vulneráveis, as pessoas que não têm voz. Diria que o princípio – a centralidade da pessoa – deve ser o esforço de fazer da diplomacia um caminho para o encontro: também aí o Papa ressalta muito a dimensão da cultura do encontro, portanto, sair do isolamento e encontrar-se, porque somente encontrando-se se pode entender o outro, aceitar o outro e se pode colaborar. Um segundo aspecto é a solidariedade, e o terceiro aspecto é ter a peito a situação dos outros, contra essa cultura da indiferença que o Papa continua a denunciar. Ter a peito, mais uma vez, as pessoas individualmente consideradas e suas situações de sofrimento. No fundo, podemos dizer que o princípio de uma diplomacia humana é o amor, é a atenção à pessoa, o amor por todo ser humano que vem a este mundo." (RL)
                                                                           Fonte: radiovaticana.va              news.va
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