A prioridade é a transformação missionária da Igreja
Cidade do Vaticano (RV) - "A prioridade é a transformação missionária da Igreja": foi o que afirmou o Secretário de Estado Vaticano, Dom Pietro Parolin, numa entrevista concedida ao Centro Televisivo Vaticano (CTV).
O prelado – que
será criado cardeal no Consistório de 22 de fevereiro próximo – falou sobre a
necessidade de uma diplomacia humana que promova a cultura do encontro.
No que tange às
prioridades, como Secretário de Estado – primeiro e direto colaborador do Papa
–, estas não podem ser senão as prioridades do Papa, afirma Dom Parolin,
aquelas prioridades sobre as quais insistiu desde o início de seu Pontificado e
que depois as reuniu de forma mais orgânica na "Evangelii Gaudium".
Dom Pietro
Parolin: "Diria que a prioridade é a transformação missionária da
Igreja: uma Igreja que sai, como diz ele, uma Igreja em estado permanente de
missão. E essa característica, essa renovação eclesial, essa conversão
pastoral, deve dizer respeito a todas as estruturas da Igreja, e deve dizer
respeito também à Cúria Romana e deve concernir também à diplomacia
eclesiástica que são de certo modo os dois âmbitos principais em que se coloca
a atividade do Secretário de Estado. Espero que se possa fazer tudo com o
coração: que consigamos fazer realmente tudo pelo Senhor, e que assim fazendo
possamos tocar o coração das pessoas."
CTV: De
fato, o Papa Francisco, desde os primeiros meses de seu Pontificado parece ter
tocado o coração do homem necessitado de misericórdia e compreensão pastoral.
Mesmo do ponto de vista da diplomacia podemos notar páginas novas de história
para a Santa Sé...
Dom Pietro
Parolin: "Gostaria de recordar de modo particular – creio que seja
imprescindível fazê-lo – o Dia de oração e de jejum pela paz na Síria: foi uma
página verdadeiramente importante na atividade da diplomacia, promovida pelo
próprio Santo Padre, que, efetivamente, expressou a força moral da atividade da
Igreja; o Papa que soube acolher e interpretar o grito de paz que se eleva da
martirizada população síria e que se eleva de todo coração desejoso de viver de
modo humano, de modo solidário as suas vicissitudes. Realmente, soube
interpretar e traduzir isso num grande movimento que deu seus frutos, dando
exemplo de uma força moral, de uma força espiritual que é, de certo modo, o que
a Santa Sé testemunha diante de suas relações com os Estados."
CTV: A
diplomacia deveria unir não somente os povos, mas também as pessoas. A seu ver,
quais são os princípios fundamentais que devem ser subjacentes ao que podemos
definir uma "diplomacia humana"?
Dom Pietro
Parolin: "A diplomacia deve ser humana. Portanto, creio que deva ter
a pessoa humana em seu centro: o primeiro princípio me parece ser esse. E
gostaria de dizer que o Papa Francisco nos impele a considerar essa
centralidade da pessoa humana não de modo abstrato – o homem como tal –, mas
cada homem em particular, toda pessoa deve estar no centro da nossa ação,
sobretudo a pessoa do pobre, do marginalizado, do fraco, as pessoas mais
vulneráveis, as pessoas que não têm voz. Diria que o princípio – a centralidade
da pessoa – deve ser o esforço de fazer da diplomacia um caminho para o
encontro: também aí o Papa ressalta muito a dimensão da cultura do encontro,
portanto, sair do isolamento e encontrar-se, porque somente encontrando-se se
pode entender o outro, aceitar o outro e se pode colaborar. Um segundo aspecto
é a solidariedade, e o terceiro aspecto é ter a peito a situação dos outros,
contra essa cultura da indiferença que o Papa continua a denunciar. Ter a
peito, mais uma vez, as pessoas individualmente consideradas e suas situações
de sofrimento. No fundo, podemos dizer que o princípio de uma diplomacia humana
é o amor, é a atenção à pessoa, o amor por todo ser humano que vem a este
mundo." (RL)
Fonte: radiovaticana.va news.va
........................................................................................................................................
Nenhum comentário:
Postar um comentário