"Fugir de Deus é uma tentação cotidiana. Às vezes, os afastados o escutam melhor"
Cidade do
Vaticano (RV) – “Deixemos que Deus escreva a nossa vida”: foi esta a
exortação feita pelo Papa esta manhã na Missa na Casa Santa Marta. Francisco se
concentrou nas figuras de Jonas e do Bom Samaritano.
Que possamos ouvir a voz do Senhor |
“Jonas serviu o
Senhor, rezou muito e fez o bem, mas quando o Senhor o chamou, ele fugiu. Ele
tinha a sua história já escrita e não queria ser incomodado. O Senhor o enviou
a Nínive e ele “tomou um navio para a Espanha, fugindo do Senhor”, começou o
Papa em sua homilia.
“Todos podemos
fugir de Deus! Não escutar Deus, não sentir no coração a sua proposta, o seu
convite, é uma tentação cotidiana. Pode-se fugir diretamente, ou de outras
maneiras, um pouco mais educadas, mais sofisticadas...”
O Papa citou o episódio
do sacerdote que passava pela rua - um sacerdote bem vestido, digno - e viu um
homem moribundo, jogado no chão. Ele olhou e pensou “vou chegar tarde para a
missa” e continuou seu caminho. Não ouviu a voz de Deus, ali.
Em seguida, foi
a vez do levita passar e ignorar, temendo que o homem fosse morto e ele fosse
obrigado a testemunhar diante do juiz. “Ele também fugiu da voz de Deus”, disse
o Papa, acrescentando que “somente teve a capacidade de entender a voz de Deus
aquele que fugia constantemente dele: o pecador, o samaritano que mesmo
afastado de Deus, ouviu a sua voz e se aproximou”.
O samaritano,
observou, “não era acostumado à práticas religiosas, à vida moral, mas todavia,
ele entendeu que Deus o chamava e não fugiu. Se aproximou, curou suas feridas
com óleo e vinho, colocou o homem em seu cavalo, o levou a seu albergue e
cuidou dele. Perdeu toda a sua noite”.
“O sacerdote
chegou a tempo para a Santa Missa; o levita teve um dia tranquilo e não teve
que ir ao juiz... e por que Jonas fugiu de Deus? Por que o sacerdote fugiu de
Deus? Por que o levita fugiu de Deus? Porque seus corações estavam fechados,
não podiam ouvir a voz de Deus. Ao contrário, um samaritano que passava ‘viu e
teve compaixão’: tinha o coração aberto, era humano”.
“Jonas – frisou
o Papa – tinha um projeto em sua vida: queria escrever a sua história, assim
como o sacerdote e o levita. O pecador, por sua vez, “deixou que Deus a
escrevesse: mudou tudo aquela noite, porque o Senhor lhe levou aquele pobre
homem, ferido e jogado na rua”.
“Agora eu me
pergunto e pergunto a vocês: nós deixamos que nossa vida seja escrita por Deus
ou queremos nós escrevê-la?. Somos dóceis à Palavra de Deus? Temos capacidade
para encontrar a Palavra de Deus na história todos os dias, ou não deixamos que
a surpresa do Senhor nos fale?”
Francisco concluiu
pedindo que possamos ouvir a voz do Senhor, a Sua voz, que nos diz “Vá e faça
assim!”. (CM)
Fonte: www.radiovaticana.va
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