Antes das 10h, o
Pontífice já estava em meio aos fiéis, a bordo do seu jipe, para
cumprimentá-los com bênçãos, carinhos e aperto de mãos. Em sua catequese, o
Papa falou de mais uma característica da Igreja professada no Credo: a
apostolicidade.
Professar que a
Igreja é apostólica, explicou Francisco, significa destacar o elo profundo,
constitutivo que ela tem com os Apóstolos. “Apostolo” é uma palavra grega que
quer dizer “mandado”, “enviado”. Os Apóstolos foram escolhidos, chamados e
enviados por Jesus, para continuar a sua obra. Partindo desta explicação, o
Papa destacou brevemente três significados do adjetivo “apostólica” aplicado à
Igreja.
Amor aos pequenos |
Em segundo
lugar, a Igreja é apostólica, porque Ela guarda e transmite, com ajuda do
Espírito Santo, os ensinamentos recebidos dos Apóstolos, dando-nos a certeza de
que aquilo em que acreditamos é realmente o que Cristo nos comunicou.
“Ele é o
ressuscitado e suas palavras jamais passam, porque Ele está vivo. Hoje Ele está
entre nós, está aqui, nos ouve. Ele está no nosso coração. E esta é a beleza da
Igreja. Já pensamos em quanto é importante este dom que Cristo nos fez, o dom
da Igreja, onde podemos encontrá-Lo? Já pensamos que é justamente a Igreja – no
seu longo caminhar nesses séculos, apesar das dificuldades, dos problemas, das
fraquezas, os nossos pecados – que nos transmite a autêntica mensagem de
Cristo?”
Enfim, a Igreja
é apostólica porque é enviada a levar o Evangelho a todo o mundo. De fato, a
palavra apóstolo significa “enviado”. Esta é uma bela responsabilidade que
somos chamados a redescobrir: a Igreja é missionária e não pode ficar fechada
em si mesma.
“Insisto sobre
este aspecto da missionariedade, porque Cristo convida todos a irem ao encontro
dos outros. Nos envia, nos pede que nos movamos para levar a alegria do
Evangelho. Devemos nos perguntar: somos missionários ou somos cristãos de
sacristia, só de palavras mas que vivem como pagãos? Isso não é uma crítica,
também eu me questiono. A Igreja tem suas raízes, mas olha sempre para o
futuro, com a consciência de ser enviada por Jesus. Uma Igreja fechada trai sua
própria identidade. Redescubramos hoje toda a beleza e a responsabilidade de
ser Igreja apostólica.”
Após a
catequese, o Pontífice saudou os peregrinos de língua portuguesa, em especial
os fiéis brasileiros de São José dos Campos, Santos e São Paulo. (BF)
Papa em mensagem para o Dia Mundial da Alimentação:
Não podemos nos acostumar com a fome. A cultura do despedício deve acabar
“Fome e desnutrição jamais podem ser consideradas um fato normal ao qual se habituar”: palavras do Papa Francisco na mensagem para o Dia Mundial da Alimentação, celebrada esta quarta-feira, 16.
O Pontífice
endereçou sua mensagem ao Diretor-Geral do Fundo das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO), que foi lida em plenária pelo Observador da
Santa Sé na FAO, Dom Luigi Travaglino.
No texto, o
Pontífice reitera a frase pronunciada em 20 de junho passado, quando definiu a
fome como um escândalo e um dos desafios mais sérios para a humanidade:
Não se pode aceitar a cultura do desperdício |
Para Francisco,
um passo importante nessa direção seria abater as barreiras do individualismo e
da escravidão do lucro a todo custo. “Penso que seja necessário hoje, mais do
que nunca, educar-nos à solidariedade, redescobrir o valor e o significado
desta palavra tão incômoda e deixada de lado e fazer com que ela norteie as
escolhas em nível político, econômico e financeiro, nas relações entre as pessoas,
entre os povos e entre as nações.”
Só se pode ser
solidário de modo concreto, disse o Papa, recordando que esta atitude não se
reduz ao assistencialismo, mas deve levar à independência econômica.
Comentando o
tema escolhido pela FAO para a celebração deste Dia, “Sistemas alimentares
sustentáveis para a segurança alimentar e a nutrição”, o Papa pede uma
renovação desses sistemas numa perspectiva solidária, ou seja, superando a
lógica da exploração selvagem da criação, protegendo o meio ambiente e os seus
recursos.
Mais uma vez,
falou da “cultura do desperdício” – sinal da “globalização da indiferença” que
leva a sacrificar homens e mulheres aos ídolos do lucro e do consumo. Um fruto
dessa cultura é o desperdício de alimentos – destino de quase um terço da
produção alimentar mundial.
Eis então que
“educar-nos à solidariedade significa educar-nos à humanidade: edificar uma
sociedade que seja realmente humana significa colocar no centro, sempre, a
pessoa e a sua dignidade, e jamais liquidá-la à lógica do lucro”.
Esta educação
deve começar em casa, disse Francisco, que é a primeira comunidade educativa
onde se aprende a cuidar do outro, do bem do outro, a amar a harmonia da
criação e a gozar e compartilhar os seus frutos, favorecendo um consumo racional,
equilibrado e sustentável.
“Apoiar e
tutelar a família para que eduque à solidariedade e ao respeito é um passo
decisivo para caminhar rumo a uma sociedade mais equânime e humana”, concluiu o
Pontífice, garantindo o empenho e companhia da Igreja Católica neste percurso. (BF)
Fonte: www.radiovaticana.va www.news.va
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