"Comunhão dos santos"
Cidade do
Vaticano (RV) – O Santo Padre encontrou-se, esta manhã, na Praça São
Pedro, com os peregrinos e fiéis, de várias partes do mundo, para a habitual
Audiência Geral de quarta-feira.
Entre os
presentes encontrava-se uma delegação de superintendência do Iraque, com
representantes de diversos grupos religiosos, que constituem a riqueza daquele
país. A delegação estava acompanhada pelo Cardeal Jean Louis Tauran, Presidente
do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso. A propósito o Papa fez
um apelo:
“Convido todos a
rezar pela nação iraquiana, infelizmente atingida, diariamente, pelos trágicos
episódios de violência, para que encontre o caminho da reconciliação, da paz,
da unidade e da estabilidade”.
A seguir, o
Santo Padre passou a refletir, em sua catequese semanal, sobre uma das
realidades mais bonitas da nossa fé: a “comunhão dos Santos”. O Catecismo da
Igreja Católica nos recorda que, com esta expressão, se entendem duas realidades:
a comunhão com as coisas santas e a comunhão entre as pessoas santas.
Comunhão com Deus e comunhão fraterna |
Hoje, o Bispo de
Roma deteve-se, de modo particular, sobre a segunda realidade. Trata-se de uma
verdade entre as mais consoladoras da nossa fé, porque nos recorda que não estamos
sozinhos, mas que há uma comunhão de vida entre todos aqueles que pertencem a
Cristo. Esta é uma comunhão que nasce da fé.
Mas, quem são os
santos? O termo “santo” refere-se aos que acreditam no Senhor Jesus e são
incorporados a Ele, na Igreja, mediante o Batismo.
O evangelho de
João, explicou o Papa, atesta que, antes da Paixão, Jesus rezou ao Pai pela
comunhão entre os discípulos, da seguinte maneira: “Para que todos sejam um
como tu, Pai, estás em mim e eu em ti e para que eles estejam em nós, a fim de
que o mundo creia que tu me enviaste”. E acrescentou:
“A Igreja, na
sua verdade mais profunda, é comunhão com Deus, comunhão de amor com Cristo e
com o Pai no Espírito Santo, que se prolonga em uma comunhão fraterna. Esta
relação entre Jesus e o Pai é a ‘matriz’ do elo de união entre os cristãos: se
estivermos intimamente inseridos nesta ‘matriz’, nesta fornalha ardente de
amor, que é a Trindade”.
Somente assim,
disse o Santo Padre, podemos tornar-nos um só coração e uma só alma entre nós,
porque o amor de Deus consome os nossos egoísmos, os nossos preconceitos, as
nossas divisões interiores e exteriores.
Logo, se existe
este enraizamento na fonte do amor, que é Deus, então se verifica um movimento
recíproco dos irmãos a Deus: a experiência da comunhão fraterna nos conduz à
comunhão com Deus. Eis o segundo aspecto da comunhão dos santos que o Papa quis
evidenciar, sobretudo nos momentos difíceis.
Com efeito,
quanto é belo ajudar-nos uns aos outros na aventura maravilhosa da fé! No
entanto, nos momentos difíceis, precisamos confiar na ajuda de Deus, por meio
da oração filial e da humildade em abrir-se aos outros. Na comunhão dos santos,
somos uma grande família, onde todos os componentes de ajudam e se sustentam
uns aos outros. Aqui, o Pontífice passou a outro aspecto:
“A comunhão do
santos vai além da vida terrena, vai além da morte e dura para sempre. A
comunhão espiritual, que nasce do Batismo, não é interrompida pela morte, mas,
graças à Ressurreição de Cristo, encontra a sua plenitude na vida eterna”.
Há uma união
profunda e indissolúvel entre os vivos e os mortos. Esta ligação entre o céu e
a terra se realiza especialmente na oração de intercessão, uma das mais altas
formas de solidariedade; é também a base da celebração de Todos os Santos e dos
fiéis Defuntos, que se realiza nos próximos dias.
O Santo Padre
concluiu sua catequese semanal exortando os fiéis a redescobrirem a beleza da
fé na Comunhão dos Santos! Trata-se de uma realidade que envolve os peregrinos
na terra, na qual, com a graça de Deus, viveremos para sempre.
Ao término da
audiência geral, o Papa cumprimentou os numerosos grupos presentes na Praça São
Pedro, cerca de 50 mil pessoas, entre os quais de língua portuguesa. Eis a sua
saudação, acompanhada de sua Bênção Apostólica:
“Queridos
peregrinos de Portugal, de Timor Leste e do Brasil: sejam bem-vindos! Daqui a
alguns dias, celebraremos a solenidade de Todos os Santos e a comemoração dos
Fiéis Defuntos. Possa a fé na comunhão dos santos lhes animar a encomendar a
Deus, sobretudo na Eucaristia, seus familiares, amigos e conhecidos falecidos,
sentindo a proximidade deles na grande companhia espiritual da Igreja. Que Deus
os abençoe!”. (Sedoc-MT)
Fonte: www.radiovaticana.va www.news.va
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