"globalizar a solidariedade"
Cidade do
Vaticano (RV) – Depois de uma semana de Exercícios Espirituais, em Ariccia,
perto de Roma, o Papa e seus colaboradores da Cúria Romana voltaram ao
Vaticano, na manhã desta sexta-feira (27). Assim, o Santo Padre retomou,
normalmente, suas atividades, que tinham sido suspensas devido ao Retiro de
Quaresma.
"Vivam como cristãos" |
Desta
maneira, o Papa Francisco recebeu, na manhã deste sábado, no Vaticano, o
Cardeal-arcebispo de Nápoles, Dom Crescenzio Sepe, em vista da Visita pastoral
de um dia, que o Pontífice fará àquela cidade no próximo dia 21 de março.
A seguir, o
Pontífice recebeu, na Sala Paulo VI, cerca de sete mil membros da Confederação
“Cooperativas Italianas”, acompanhado do seu Presidente Maurizio Gardini.
No seu denso
discurso aos numerosos presentes, o Santo Padre expressou sua satisfação e
apreço aos membros das Cooperativas Italianas, que representam “a memória viva
de um grande tesouro da Igreja na Itália. À origem da atividade destas
cooperativas estão os sacerdotes e os párocos, que, sabiamente, as fundaram e
promoveram ao longo destes anos.
Ainda hoje,
afirmou o Papa, em diversas dioceses italianas, se recorre à cooperação como
remédio eficaz para o problema do desemprego e das diversas formas de
dificuldade social.
Neste
sentido, o Pontífice recordou que a Igreja sempre reconheceu, apreciou e
encorajou a experiência de cooperação. Aqui, citou diversos documentos da
Doutrina Social da Igreja, dirigidos aos cooperadores, que ainda são válidos e
atuais em nossos dias.
"Mantenham sua fé e identidade próprias" |
Depois, o
Bispo de Roma convidou os presentes a não olhar somente para o passado, mas
sobretudo para o futuro, às novas perspectivas, às novas responsabilidades e às
novas formas de iniciativas pelas Empresas e Cooperativas.
Trata-se de
uma verdadeira missão que requer fantasia criativa para encontrar meios,
métodos, comportamentos e instrumentos, para combater a “cultura do
desperdício, cultivada pelos poderes que dirigem as políticas
econômico-financeiras do mundo globalizado. E o Papa acrescentou:
“Globalizar a
solidariedade, hoje, significa preocupar-se pelo aumento vertiginoso do
desemprego, das lágrimas dos pobres, da necessidade de retomar um
desenvolvimento que vise o verdadeiro progresso integral das pessoas sem
rendas; preocupar-se com os aspectos da saúde, da solidariedade e da dignidade
da pessoa humana. Enfim, globalizar a solidariedade!”.
A seguir, o
Papa Francisco passou a dar alguns conselhos concretos aos membros das
Cooperativas italianas: primeiro, “ser motor, que alivia e incentiva as camadas
mais fracas das comunidades locais e da sociedade civil”, com particular
referência aos jovens, mulheres, adultos desempregados.
Segundo: “ser
protagonistas para encontrar novas soluções”, sobretudo no campo da saúde, que
envolve as camadas mais pobres das periferias, sem jamais esquecer que “ao
centro de tudo deve estar a pessoa”. A “caridade não é um simples gesto para
tranquilizar o coração, mas um dom”.
"Sejam solidários" |
Terceiro: a
“economia e a sua relação com a justiça social, com a dignidade e o valor das
pessoas”. Com uma nova economia criamos a capacidade de desenvolver as
potencialidades das pessoas. Uma empresa deve crescer e lucrar, mas deve
envolver todos, de modo cooperativo.
Quarto:
“sustentar, facilitar e encorajar a vida das famílias; conciliar o trabalho com
a família, especialmente no que se refere às mães e seus filhos. Somente assim
se poderá administrar os bens comuns.
Quinto: este,
talvez, poderá surpreender, por ser proposto pelo Papa, mas é preciso
“investir, saber investir: colocar juntos os meios bons para realizar obras
boas”. Aumentar a colaboração entre as cooperativas bancárias e as empresas,
sabendo administrar os recursos, para que as famílias vivam com mais serenidade
e dignidade. Os homens devem administrar, com honestidade, o capital econômico
e não vice-versa.
Por fim, o Papa
passou ao seu sexto e último conselho: “as Cooperativas devem colaborar com as
paróquias e as dioceses”, onde há antigas e novas periferias existenciais, onde
há pessoas marginalizadas, excluídas, desrespeitadas. E concluiu: “Vivam como
cristãos! Mantenham a sua fé e identidade próprias! Sejam solidários!” (MT)
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Momentos
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Fonte: radiovaticana.va
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