quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Apelo do Papa na Mensagem para a Quaresma:

Cristãos sejam ilhas de misericórdia no mar da indiferença

Cidade do Vaticano (RV) – A mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2015 foi apresentada no último dia 27 de janeiro, na Sala de Imprensa da Santa Sé. O tema “Fortalecei os vossos corações” foi extraído do Carta de São Tiago, capítulo 5, versículo 8. O período quaresmal tem início nesta Quarta-feira de Cinzas, 18 de fevereiro.
No texto, o Pontífice reflete sobre a “globalização da indiferença”, que pode atingir três esferas da vida eclesial: a Igreja, as comunidades e cada um dos fiéis.
Escreve o Papa: “Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente  dos outros, não nos  interessam os seus problemas, nem as tribulações  e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração  cai na indiferença: encontrando-me relativamente bem e confortável, esqueço-me dos que não estão  bem! Hoje, esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença. Trata-se de um mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de  enfrentar”.
Igreja
Quanto à Igreja, Francisco recorda que no corpo de Cristo não há espaço para a indiferença, citando  o Apóstolo Paulo: “Assim, se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros”. Estando interligados em Deus, afirma ele, podemos fazer algo mesmo pelos que estão longe, por aqueles que não poderíamos jamais alcançar: “rezamos com eles e por eles a Deus, para que todos nos abramos à sua obra de salvação”.
Paróquias e as comunidades
Nas paróquias e as comunidades, o Papa sugere que, para receber e fazer frutificar plenamente aquilo que Deus nos dá, deve-se ultrapassar as fronteiras da Igreja visível em duas direções. Em primeiro lugar, unindo-nos na oração. Em  segundo  lugar,  cada  comunidade  cristã  é  chamada a atravessar o limiar que a põe em relação com a sociedade circundante, com os pobres e com os  incrédulos. “A Igreja é, por sua natureza, missionária, não fechada em si mesma, mas enviada a todos os  homens”, escreve Francisco, que faz um apelo: “Amados irmãos e irmãs, tornem-se ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença!”.
Fiéis
Por fim, o Pontífice se dirige a cada um dos fiéis, pedindo que não se deixem absorver pela “espiral de terror e impotência” diante de notícias e imagens que relatam o sofrimento humano.
A força da oração é enorme
“Não subestimemos a força da oração!”, escreve o Papa, citando a iniciativa “24 horas para o Senhor”, que se celebrará em toda  a Igreja nos dias 13 e 14 de março. Além da oração, Francisco recorda que todos podem contribuir para o fim do sofrimento com gestos de caridade, graças aos inúmeros organismos caritativos da Igreja.
A Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse pelo outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas  concreto – da nossa participação na humanidade  que temos em comum.
Francisco recorda ainda que o sofrimento do próximo constitui um apelo à conversão, “porque a necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha vida, a minha dependência de Deus e dos irmãos”.
Conversão
E conclui: “Para superar a indiferença e as nossas pretensões de onipotência, gostaria de pedir a todos para viverem este tempo de Quaresma como um percurso de formação do coração. Teremos assim um coração forte e misericordioso, vigilante e generoso, que não se deixa fechar em si mesmo nem cai na  vertigem da globalização da indiferença”. (BF)
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                                                                    Fonte: radiovaticana.va     news.va

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