Cardeais apreciam trabalho de reforma da Cúria Romana
Cidade do
Vaticano (RV) - Um trabalho de reforma muito apreciável, a ser aplicado
gradualmente, e que seja capaz de expressar um profundo sentido de “comunhão”
entre o centro e a periferia da Igreja, sem limitar-se a um mero
“eficientismo”.
Foram alguns dos
temas que emergiram durante a sessão da tarde de quinta-feira e sessão da manhã
desta sexta-feira no Consistório, realizadas na presença do Papa Francisco, e
dedicadas, respectivamente, à renovação da Cúria e à verificação do caminho feito
até agora no âmbito administrativo e econômico.
No encontro
desta sexta-feira com os jornalistas, o diretor da Sala de Imprensa da Santa
Sé, Pe. Federico Lombardi, tratou dos trabalhos em andamento e precisou que na
parte desta tarde se teria o pronunciamento do Cardeal O’Malley sobre a
Comissão vaticana de tutela dos menores.
Uma “comunhão”
entre o coração da Igreja e as comunidades locais, não uma simples
“comunicação” de ordem pragmática, voltada a fazer funcionar a máquina.
Esse é o
espírito profundo da reforma que deverá brotar do processo de revisão da Cúria
Romana. Os votos foram expressos pelos 165 cardeais que esta quinta-feira
terminaram – com 28 pronunciamentos além dos 12 já contabilizados na manhã de
ontem – de argumentar sobre o trabalho de reorganização realizado até então
pelo Conselho de Cardeais.
Fortalecimento da Colegialidade |
A relação entre
Vaticano e Conferências episcopais, afirmou Pe. Lombardi, é um dos pontos
principais mais sentidos da reforma e essa expectativa se une à necessidade,
ressaltada por várias partes, de que as responsabilidades até então de
pertinência dos dicastérios vaticanos possam ser descentradas no sentido da
“subsidiariedade”, conservando aquilo que já se dá de eficaz no seio das
repartições da Santa Sé e mudando, quem sabe destinado a outros, aquilo que, ao
invés, é possível melhorar:
“Tomando o
critério da simplificação como critério partilhado, considerações sobre os
membros, que seja um grupo qualificado do ponto de vista quer da competência,
quer também do espírito eclesial, da espiritualidade, da dedicação e que venha
das diferentes partes da Igreja de modo tal que a Cúria seja reflexo também da
riqueza e da variedade da Igreja universal. Houve também pronunciamentos que
voltaram ao tema da responsabilidade dos leigos e, em particular, também das
mulheres e da presença delas em posições de responsabilidade na Cúria Romana.”
A reforma em
andamento é longa e complexa e não necessariamente – ponderou um dos presentes
no Consistório – deve representar uma ruptura em relação à “Pastor bonus”, que,
aliás – foi reiterado –, contém “elementos muito positivos e importantes” que
“não se devem perder”.
Além disso, o
próprio percurso de renovação poderá ser feito “por partes”, como observou Pe.
Lombardi referindo-se à preferência expressa por alguns dos purpurados:
“Um certo
consenso sobre o fato que é positiva a possibilidade de uma aplicação, também
gradual, quando há decisões ou medidas que parecem amadurecidas, que podem
começar a ser aplicadas sem a necessidade de esperar a conclusão de toda a
obra, que – como dizíamos – requer também um tempo prolongado.”
A parte da manhã
desta sexta-feira foi ocupada por um amplo relatório sobre questões de economia
apresentado aos 164 participantes.
O Cardeal George
Pell introduziu a apresentação com a projeção de “slide” acompanhada das
respectivas explicações, seguida da participação do vice-coordenador do
Conselho de Economia, Joseph Zahra, que na veste de ex-presidente da Cosea
(Cooperativa serviços empresariais) descreveu o estudo realizado no ano passado
pela Comissão pontifícia para questões econômica-administrativas da Santa Sé.
O terceiro
pronunciamento foi feito pelo Cardeal Reinhard Marx, o qual tratou da
composição e funcionamento do Conselho para a Economia.
Antes de os
quatro relatores responderem a umas vinte perguntas dos presentes, o presidente
do Ior (Instituto para as Obras de Religião), Jean-Baptiste de Franssu, fez uma
apresentação sobre a situação atual e sobre suas perspectivas – disse Pe.
Lombardi.
Muitas das
perguntas finais, precisou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, foram, na
realidade, explícitas apreciações pelo empenho feito na reorganização da
administração da Santa Sé no sentido “da transparência, da responsabilidade, da
integridade, da competência” que conferem grande “credibilidade” ao caminho de
mudança tomado pela Cúria Romana. (RL)
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Fonte: radiovaticana.va
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