Papa ao Brasil:
Não sejam indiferente às necessidades de quem sofre
Brasília (RV) - A Campanha da Fraternidade deste ano se realiza dentro do contexto das celebrações dos 50 anos do Concílio Vaticano II e tem como tema: “Igreja e Sociedade” e o lema: “Eu vim para servir” (Mc 10,45).
Com a CF deste
ano, a Igreja deseja “aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração
entre a Igreja e a Sociedade propostos pelo Vaticano II, para melhor servir ao
povo brasileiro no atual momento e contribuir com a construção do reino de
Deus”.
A Igreja no
Brasil, fiel à sua missão evangelizadora, tem participado, desde a chegada dos
primeiros missionários, em 1500, da história da sociedade brasileira.
A presença dos
missionários, leigos e leigas, inspirados no amor de Jesus, suscitou, desde o
início, várias obras de assistência social aos mais necessitados, de promoção
humana. Em todos os momentos importantes da vida de nosso país, a Igreja nunca
deixou de participar e de colaborar com a construção de uma sociedade mais
justa, humana e fraterna. A Igreja nunca se manteve indiferente às situações
vividas pelo povo brasileiro.
Eis a identidade do cristão: amar servindo |
A missão da
Igreja é evangelizar, que implica também libertar as pessoas de situações de
exclusão e injustiça que atentam contra a dignidade da pessoa humana e o bem
comum.
Com a CF de
2015, a Igreja reafirma à sociedade seu compromisso, a exemplo de Jesus, de
colocar-se a serviço de todos os brasileiros na sua missão espiritual e
religiosa que lhe é própria e de colaborar com todos na promoção da dignidade
da pessoa humana, de seus direitos e do bem comum de todos os
brasileiros.
O Papa Francisco
enviou aos fiéis de todo o Brasil uma mensagem por ocasião do início da
Quaresma e da Campanha da Fraternidade 2015. Eis a íntegra da mensagem:
Queridos irmãos
e irmãs do Brasil!
Aproxima-se a
Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa: tempo de penitência, oração e
caridade, tempo de renovar nossas vidas, identificando-nos com Jesus através da
sua entrega generosa aos irmãos, sobretudo aos mais necessitados. Neste ano, a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, inspirando-se nas palavras d’Ele «O
Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em
resgate por muitos» (Mc 10,45), propõe como tema de sua habitual Campanha
«Fraternidade: Igreja e Sociedade».
De fato a
Igreja, enquanto «comunidade congregada por aqueles que, crendo, voltam o seu
olhar a Jesus, autor da salvação e princípio da unidade» (Const. Dogmática
Lumen gentium, 3), não pode ser indiferente às necessidades daqueles que estão
ao seu redor, pois, «as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias
dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também
as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de
Cristo» (Const. Pastoral Gaudium et spes, 1). Mas, o que fazer? Durante os
quarenta dias em que Deus chama o seu povo à conversão, a Campanha da
Fraternidade quer ajudar a aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a
colaboração entre a Igreja e a Sociedade - propostos pelo Concílio Ecumênico
Vaticano II - como serviço de edificação do Reino de Deus, no coração e na vida
do povo brasileiro.
A contribuição
da Igreja, no respeito pela laicidade do Estado (cfr. Idem, 76) e sem esquecer
a autonomia das realidades terrenas (cfr. Idem, 36), encontra forma concreta na
sua Doutrina Social, com a qual quer «assumir evangelicamente e a partir da
perspectiva do Reino as tarefas prioritárias que contribuem para a dignificação
do ser humano e a trabalhar junto com os demais cidadãos e instituições para o
bem do ser humano» (Documento de Aparecida, 384). Isso não é uma tarefa
exclusiva das instituições: cada um deve fazer a sua parte, começando pela
minha casa, no meu trabalho, junto das pessoas com quem me relaciono. E de modo
concreto, é preciso ajudar aqueles que são mais pobres e necessitados.
Lembremo-nos que «cada cristão e cada comunidade são chamados a ser
instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que
possam integrar-se plenamente na sociedade; isto supõe estar docilmente
atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-lo» (Exort. Apost. Evangelii
gaudium, 187), sobretudo sabendo acolher, «porque quando somos generosos
acolhendo uma pessoa e partilhamos algo com ela – um pouco de comida, um lugar
na nossa casa, o nosso tempo - não ficamos mais pobres, mas enriquecemos»
(Discurso na Comunidade de Varginha, 25/7/2013). Assim, examinemos a
consciência sobre o compromisso concreto e efetivo de cada um na construção de
uma sociedade mais justa, fraterna e pacífica.
Queridos irmãos
e irmãs, quando Jesus nos diz «Eu vim para servir» (cf. Mc 10, 45), nos ensina
aquilo que resume a identidade do cristão: amar servindo. Por isso, faço votos
que o caminho quaresmal deste ano, à luz das propostas da Campanha da
Fraternidade, predisponha os corações para a vida nova que Cristo nos oferece,
e que a força transformadora que brota da sua Ressureição alcance a todos em
sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural e fortaleça em cada coração
sentimentos de fraternidade e de viva cooperação. A todos e a cada um, pela
intercessão de Nossa Senhora Aparecida, envio de todo coração a Bênção
Apostólica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim.
Vaticano, 2 de
fevereiro de 2015.
[Franciscus PP.]
.......................................................................................................................
Fonte: radiovaticana.va Banner: familiamissionaria.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário