sábado, 14 de fevereiro de 2015

Leituras do

6º Domingo do Tempo Comum


1ª Leitura: Lv 13,1-2.44-46              Salmo: 32(31)              2ª Leitura: 1Cor 10,31-11,1
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Evangelho:  Mc 1,40-45
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"Eu quero, fica curado"
Um leproso aproximou-se de Jesus e, de joelhos, suplicava-lhe: “Se queres, tens o poder de purificar-me!”. Jesus encheu-se de compaixão, e estendendo a mão sobre ele, o tocou, dizendo: “Eu quero, fica purificado”. Imediatamente a lepra desapareceu, e ele ficou purificado. Jesus, com severidade, despediu-o e recomendou-lhe: “Não contes nada a ninguém! Mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta, por tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés. Isso lhes servirá de testemunho”. Ele, porém, assim que partiu, começou a proclamar e a divulgar muito este acontecimento, de modo que Jesus já não podia entrar, publicamente, na cidade. Ele ficava fora, em lugares desertos, mas de toda parte vinham a ele.
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Reflexão
Jesus transmite o Espírito Santo que purifica
O livro do Levítico, cujo trecho nós temos na primeira leitura, dedica dois capítulos à lepra e nos mostra como os leprosos eram considerados (Lv 13–14). O capítulo 13 revela como se fazia o diagnóstico das diferentes formas de lepra, e o capítulo 14, a maneira como se devia fazer a purificação. A situação dos leprosos era particularmente dura, pois eram considerados impuros, atingidos, feridos e castigados por Deus e retirados do convívio social. A lepra, mais que uma doença, era considerada, do ponto de vista religioso, como uma impureza. Por isso, o leproso que se aproxima de Jesus pede para ser purificado ou, se quiserem, perdoado.
No evangelho, ao leproso que se aproxima, Jesus não se esquiva, nem se preocupa em ser contaminado com a impureza. Ao contrário, acolhe a sua súplica e a sua profissão de fé: “se queres, tu tens o poder de purificar-me”. Somente Deus pode purificar alguém atingido pela lepra. A lepra, como observamos acima, é compreendida como um castigo anunciador da morte; ela comunica impureza ao judeu e a todos os de sua casa, mas não ao pagão. Daí o leproso ter de viver fora do acampamento ou da cidade e gritar declarando sua impureza a fim de que ninguém se aproximasse dele, como se pode ver no livro do Levítico. A sua situação é dramática e profundamente humilhante. Para a mentalidade da época, ele é um desprezado por Deus e pelos homens. Jesus se enche de compaixão pelo homem que se aproxima dele suplicando. A compaixão é o sentimento divino que move o mais íntimo da pessoa e a faz agir em benefício do outro. A prontidão de Jesus em atendê-lo manifesta o desejo divino de que todo ser humano, purificado, possa experimentar a vida plena na comunhão com o seu Senhor. A palavra de Jesus é acompanhada pelo gesto com o qual ele toca o leproso. Tocar um leproso era proibido, pois tinha por consequência se tornar impuro. Jesus toca o leproso e não é contaminado, não recebe a impureza do leproso, mas comunica a sua purificação. A atitude de Jesus, tocando o leproso com a mão, transmite o “Espírito puro”, o Espírito Santo que purifica, que devolve ao ser humano o brilho original do homem criado à imagem e semelhança de Deus.
Ao sacerdote cabia igualmente constatar a purificação da lepra, por isso, Jesus envia-lhe aquele que havia sido leproso para que a cura fosse constatada, e este fosse reintegrado no seio da comunidade de fé. A constatação da cura é o testemunho da intervenção divina, de que em Jesus habita a vida de Deus. Purificado, o homem pode proclamar o que Jesus fez por ele.
                                     Pe. Carlos Alberto Contieri, sj 
       Reflexão: paulinas.org.br  Banner: cnbb.org.br  Ilustrações: franciscanos.org.br  
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