6º Domingo do Tempo Comum
Cidade do
Vaticano (RV) - A primeira leitura nos fala do preconceito a alguém que é
portador de alguma doença. Na época era a lepra, hoje poderia ser a AIDS. O
importante é refletirmos sobre nossas atitudes e as de nossos contemporâneos em
relação aos enfermos de nosso tempo.
Vejamos como
Jesus vai se comportar nessa temática. Marcos, em seu evangelho, nos relata uma
cena onde um leproso se aproxima do Senhor e lhe pede a cura. O Mestre o toca e
o cura.
Sejamos solidários com os irmãos que sofrem |
Temos dois
atores em cena: o leproso e Jesus. O leproso verdadeiramente quer ser curado.
Entre obedecer às normas rituais e quebrá-las para se aproximar do Senhor, ele
opta por essa segunda. Seu desejo de cura e sua fé no poder do Senhor são mais
fortes que as prescrições judaicas. Se está contaminado por uma doença
socialmente marginalizante, é porque mereceu essa marca por algo errado que
cometeu e somente o sacerdote poderá libertá-lo dessa pecha. É o reflexo do
espiritual no físico, assim pensavam essas pessoas.
Jesus, ao mesmo
tempo misericordioso e fraterno, quebra a visão de uma religiosidade
preconceituosa em que o leproso é visto como impuro. O Senhor se aproxima, o
toca, e o cura. O Senhor se mostra maior que os sacerdotes, pois de fato
liberta o homem de sua doença e de sua culpa.
A segunda
leitura, tirada da Carta de São Paulo aos Coríntios, nos ensina a sermos
livres. E ser livre para Paulo é ser responsável, fazendo tudo em prol da
salvação de todos e não pensando em vantagens para si mesmo.
Jesus é livre, é
responsável, pois rompe com tabus para libertar um filho de Deus.
Queridos irmãos,
ouvintes da Rádio Vaticano, até onde somos livres? Até onde enfrentamos
preconceitos, medos, temores, para sermos irmãos? Até onde nos acomodamos para
que nossa vida calma e tranqüila continue, mesmo que essa atitude guarde nosso
egoísmo, proteja nosso prestígio, tudo em prejuízo do amor fraterno, do amor ao
Senhor que se identificou com o humilhado e com o sofredor?
Pe. César
Augusto dos Santos, SJ
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Fonte: radiovaticana.va
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