Francisco aponta leigos como "apóstolos do bairros"
Cidade do
Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência os participantes da Plenária do Pontifício Conselho para os Leigos, que se conclui neste sábado (07/02), sobre o tema “Encontrar Deus no coração das cidades”.
Em seu discurso, o Pontífice fez uma análise do fenômeno urbano, que assumiu dimensões globais, já que que a metade da população do planeta vive nas cidades.
Leigos: protagonismo na Igreja e fermento na sociedade |
Para Francisco, o contexto urbano tem um forte impacto na mentalidade, na cultura, nos estilos de vida, nas relações interpessoais e na religiosidade das pessoas. Sendo a Igreja não mais a única “promotora de sentido”, os cristãos são influenciados por valores que podem contrastar com o Evangelho.
De fato, constata o Papa, as cidades apresentam grandes oportunidades e grandes riscos: “Podem ser magníficos espaços de liberdade e realização humana, mas também terríveis espaços de desumanização e de infelicidade. Parece que toda cidade tenha a capacidade de gerar dentro de si uma “anti-cidade”, onde cidadãos convivem com os não-cidadãos: pessoas invisíveis, pobres de recursos e calor humano, a quem ninguém dirige um olhar, uma atenção e um interesse. Não são só 'anônimos', mas são 'anti-homens'. Isso é terrível”.
“Deus não abandona a cidade, mas habita nela”, recordou Francisco. Ele continua presente mesmo em meio ao seu ritmo frenético e dispersivo. Eis então que os fiéis leigos são chamados a sair sem temor para ir ao encontro dos homens urbanos. “Trata-se de encontrar a coragem de fazer o primeiro passo de aproximação ao outro, para ser apóstolos do bairro.”
Diante desta missão, o Papa adverte os participantes da Plenária para a importância da formação dos leigos: educá-los para que saibam ver a cidade com os olhos de Deus; encorajá-los a viver o Evangelho, sabendo que toda vida vivida de maneira cristã tem sempre um forte impacto social. Ao mesmo tempo, é necessário alimentar neles o desejo do testemunho, para que possam doar aos outros o dom da fé.
“Em uma palavra: os leigos são chamados a viver um humilde protagonismo na Igreja e se tornar fermento de vida cristã para toda a cidade”, concluiu Francisco.
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Papa adverte para novas formas de “colonização” na África
O Papa Francisco recebeu em audiência neste sábado, 7 de
fevereiro, os membros do Comitê Permanente do Simpósio das Conferências
Episcopais de África e Madagáscar (SECAM), que realizou a sua reunião
estatutária no Vaticano esta semana.
No seu discurso
o Papa começou por encorajar esta Instituição continental, pensada e promovida
depois do Concílio Vaticano II para prestar serviço às Igrejas locais na
África. Este serviço, disse o Papa, tem a finalidade de dar respostas comuns
aos novos desafios do continente para que a Igreja possa falar com uma só voz e
testemunhar a sua vocação de ser sinal e instrumento de salvação, de paz,
diálogo e reconciliação.
Mundanismo e
colonização
Este caminho –
prosseguiu Francisco – exige que os pastores permaneçam livres de qualquer
preocupação mundana e política, fortaleçam os vínculos de comunhão com o Papa,
através da colaboração com as Nunciaturas Apostólicas e com uma comunicação
"fluida" e direta com as outras instituições da Igreja, mantendo
experiências eclesiais simples e acessíveis para todos, bem como estruturas
pastorais sóbrias.
Família: fonte privilegiada de fraternidade, fundamento e caminho para a paz |
Em seguida, o
Pontífice referiu-se às novas gerações, que precisam sobretudo do testemunho,
sublinhando que na África o futuro está nas mãos dos jovens, e eles são hoje chamados
a defender-se contra as novas formas de "colonização", tais como o
sucesso, a riqueza, o poder todo o custo, mas também o fundamentalismo e o uso
indevido da religião. A maneira mais eficaz para superar a tentação de ceder a
estes estilos de vida perigosos é investir na educação, e preocupar-se
principalmente por oferecer uma proposta educativa que ensine os jovens a
pensar criticamente e lhes indique um percurso de maturação nos valores.
O Papa Francisco
disse ainda que também na África verifica-se uma certa desagregação familiar,
portanto, a Igreja é chamada a valorizar e incentivar todas as iniciativas em
favor da família, como fonte privilegiada de qualquer fraternidade e fundamento
e via para a paz.
Ebola
Segundo o Santo
Padre, nos últimos tempos muitos sacerdotes, religiosos e leigos têm-se
empenhado em obras louváveis para o apoio da família, com especial atenção para
os idosos, os doentes, os deficientes, sobretudo nas zonas mais remotas onde as
Igrejas têm proclamado o Evangelho da vida e socorrido os mais necessitados a
exemplo do Bom Samaritano. E o Papa citou o maravilhoso testemunho de caridade
diante do recente surto do vírus ebola, em que muitos missionários africanos
deram generosamente a vida para ficar ao lado dos doentes.
O Simpósio,
recordou ainda o Papa Francisco, é também um lugar para promover o Estado de
direito e legalidade, para que se possam sanar as chagas da corrupção e do
fatalismo, e para incentivar o empenho dos cristãos nas realidades seculares,
tendo em vista o bem comum. E para tal, concluiu o Pontífice, é importante
recordar que a evangelização requer a conversão, ou seja, a mudança interior. E
terminou invocando sobre eles a luz e a força do Espírito Santo para que
sustentem os seus esforços pastorais e para que a Virgem Maria proteja e
interceda por todo o Continente. (BS/BF)
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Papa:
Mulheres não são hóspedes da Igreja, mas membros ativos
O papel da mulher na Igreja e na sociedade esteve no centro do
discurso do Papa aos participantes da Plenária do Pontifício Conselho para a
Cultura, que dedicou sua reunião anual ao tema das “culturas femininas”.
Mulheres: missão na família, na Igreja e na sociedade |
Para Francisco,
trata-se de um tema que lhe interessa particularmente, como reiterado inúmeras
vezes, pois segundo ele é necessário estudar critérios e modalidades novas para
que as mulheres não se sintam hóspedes, mas plenamente partícipes dos vários
âmbitos da vida social e eclesial. “A Igreja é mulher. É a Igreja,
não o Igreja”, ressaltou.
Superadas as
fases da “subordinação social” e da “igualdade absoluta”, analisou o Pontífice,
configurou-se agora um novo paradigma, o da “reciprocidade na equivalência e na
diferença”. Isto é, a relação homem-mulher deveria reconhecer que ambos são
necessários enquanto possuem uma idêntica natureza, mas com modalidades
próprias.
Agressão
No âmbito desta
reciprocidade, Francisco destacou como, infelizmente, o corpo feminino –
símbolo de vida – “é agredido e deturpado inclusive pelos companheiros de
vida”.
“As tantas
formas de escravidão, de mercantilização, de mutilação do corpo das mulheres
nos comprometem, portanto, a trabalhar para derrotar esta forma de degradação
que o reduz a um puro objeto de venda nos vários mercados. Desejo chamar à
atenção, neste contexto, a dolorosa situação de tantas mulheres pobres,
obrigadas a viver em condições de perigo, de exploração, relegadas às margens
das sociedades e vítimas de uma cultura do descartável.”
Mulher na Igreja
Quanto ao papel
da mulher na Igreja, o Papa se diz convicto da urgência de oferecer espaços às
mulheres, levando em consideração as específicas e diversificadas
sensibilidades culturais e sociais. “É auspiciável, portanto, uma presença
feminina mais ramificada e incisiva nas comunidades, de modo que possamos ver
muitas mulheres envolvidas nas responsabilidades pastorais, no acompanhamento
de pessoas, famílias e grupos, assim como na reflexão teológica.”
Por fim,
Francisco encorajou ainda a presença eficaz das mulheres na esfera pública, no
mundo do trabalho e nos locais onde são adotadas as decisões mais importantes.
“Todas as instituições, inclusive a comunidade eclesial, são chamadas a
garantir a liberdade de escolha para as mulheres, para que tenham a
possibilidade de assumir responsabilidades sociais e eclesiais, num modo
harmônico com a vida familiar.”
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Fonte: radiovaticana.va
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