2º Domingo da Quaresma
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Evangelho: Mc 9,2-10
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Seis dias depois, Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João e os fez subir a um lugar retirado, no alto de uma montanha, a sós. Lá, ele foi transfigurado diante deles. Sua roupa ficou muito brilhante, tão branca como nenhuma lavadeira na terra conseguiria torná-la assim. Apareceram-lhes Elias e Moisés, conversando com Jesus. Pedro então tomou a palavra e disse a Jesus: “Rabi, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Na realidade, não sabia o que devia falar, pois eles estavam tomados de medo. Desceu, então, uma nuvem, cobrindo-os com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai-o!”. E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém: só Jesus estava com eles. Ao descerem da montanha, Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse dos mortos. Eles ficaram pensando nesta palavra e discutiam entre si o que significaria esse “ressuscitar dos mortos”.
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Reflexão
O Pai age em Jesus, revelando a sua filiação divina
O livro do
Gênesis é o livro das origens: da criação, do mal e da fé no Deus único e
verdadeiro. Na primeira leitura, temos o relato do sacrifício de Abraão. Deus
não pretende tirar a vida de Isaac, como se pode notar no próprio relato –
filho que Abraão teve com Sara já na sua velhice –, mas testar e aprofundar a
fé do Patriarca. Para o Antigo Testamento, o sacrifício não é algo negativo,
mas positivo, porque une o homem a Deus. Pela sua confiança em Deus, Abraão
estava disposto e preparou tudo para oferecer o seu filho. Seu sacrifício e sua
fé constituíram-se numa fonte de bênçãos. A promessa de Deus de uma
descendência numerosa para Abraão é consequência de sua obediência a Deus. Na
leitura cristã do Antigo Testamento, o sacrifício de Isaac é figura do
sacrifício de Jesus.
O relato da
transfiguração do Senhor é a sequência do primeiro anúncio da paixão, morte e
ressurreição do Senhor (Mc 8,31-33) e da apresentação das exigências para
seguir Jesus (Mc 8,34-38). Os discípulos, entre outros, têm dificuldade de
aceitar a novidade do messianismo vivido por Jesus, um Messias que passa pelo
sofrimento e pela morte. Desde então, a glória de Jesus está ligada à sua
paixão e morte. O caminho do discípulo, no entanto, é o caminho do Mestre. A
transfiguração é uma prolepse do mistério pascal de Jesus Cristo. O passivo
divino “foi transfigurado” significa que o Pai é quem age em Jesus, revelando a
sua filiação divina. A observação de que as vestes ficaram brancas como nenhuma
lavadeira conseguiria fazê-lo é o modo bíblico de dizer que se trata de uma
revelação de Deus. O desconcerto de Pedro diante do mistério deve ser vencido
pela escuta do Filho bem amado de Deus. É preciso escutar Jesus, pois sua
mensagem descortina o mistério de Deus; é preciso escutar o Senhor, pois só ele
tem “palavras de vida eterna”. A transfiguração de Jesus nos ajuda a
compreender que aquele que vai sofrer a paixão e ser glorificado é o Filho de
Deus que se encarnou para a nossa salvação.
O que sustenta
nossa vocação cristã, o que sustenta nossa fé é a graça da ressurreição do
Senhor. O sofrimento e a morte não são a última palavra. O Senhor, ressuscitado
dos mortos, venceu o mal e a morte; glorioso, nos faz participantes de sua
vitória. Este é o conteúdo da esperança cristã. É preciso manter os ouvidos
abertos e o olhar fixo no Senhor, que passou pelo sofrimento e pela morte, e
ressuscitou. A experiência dos efeitos de sua ressurreição conduz os
discípulos, todos nós, a vivermos a adesão à pessoa de Jesus Cristo no
cotidiano de nossa vida.
Reflexão: paulinas.org.br Banner: cnbb.org.br Ilustrações: franciscanos.org.br
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