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Evangelho: Jo 2,1-11
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No terceiro dia,
houve um casamento em Caná da Galileia, e a mãe de Jesus estava lá. Também
Jesus e seus discípulos foram convidados para o casamento. Faltando o vinho, a
mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm vinho!” Jesus lhe respondeu: “Mulher,
para que me dizes isso? A minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse aos que
estavam servindo: “Fazei tudo o que ele vos disser!” Estavam seis talhas de
pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma
delas cabiam mais ou menos cem litros. Jesus disse aos que estavam servindo:
“Enchei as talhas de água!” E eles as encheram até a borda. Então disse:
“Agora, tirai e levai ao encarregado da festa”. E eles levaram. O encarregado
da festa provou da água mudada em vinho, sem saber de onde viesse, embora os
serventes que tiraram a água o soubessem. Então chamou o noivo e disse-lhe:
“Todo mundo serve primeiro o vinho bom e, quando os convidados já beberam
bastante, serve o menos bom. Tu guardaste o vinho bom até agora”. Este início
dos sinais, Jesus o realizou em Caná da Galileia. Manifestou sua glória, e os
seus discípulos creram nele.
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Aquela que recebeu o favor de Deus
O apreço pela
Mãe de Deus entre os fiéis católicos é tal que ela assume os nomes dos lugares
e situações em que a devoção tem origem (Fátima, Lourdes, Aparecida). A
maternidade de Maria e o seu papel no desígnio salvífico de Deus só podem ser
compreendidos à luz do mistério de Jesus Cristo. Maria é tida no evangelho
segundo Lucas como aquela que recebeu o favor de Deus. Tal graça é a de gerar,
segundo a carne, o Filho único de Deus (Lc 1,26-38).
Na releitura
cristã de Ester para a festa de hoje, a súplica da rainha pela vida do seu povo
(Est 7,3) é figura de Maria que se consagrou a Deus em favor do seu povo. Maria
é para o cristão católico fiel intercessora. Mais ainda, ela é modelo do
discípulo, pois é a mulher que escuta a palavra e a põe em prática.
Senhora Aparecida, abençoai-nos! |
Situado na parte
do evangelho segundo João denominada “livro dos sinais” (Jo 1–11), o relato das
bodas de Caná é considerado pelo próprio evangelista o “primeiro dos sinais”
(v. 11), numa série de sete sinais. Dizer que se trata do primeiro sinal
significa que ele é um sinal fundamental para compreender os demais. É preciso
sempre ter presente que o evangelho é fruto da experiência pascal dos
discípulos. No centro do relato está a pessoa de Jesus que inaugura os tempos
messiânicos. Característica do relato das bodas de Caná é que se trata de uma
narração simbólica e que, por isso, exige do leitor o esforço de ultrapassar a
materialidade do que é narrativamente descrito e do imediatamente dito. As
bodas evocam a Aliança de Deus com o seu povo (cf. Os 2,18-21; Ez 16,8; Is
62,3-5). Aliança passada e reiterada ao longo da história decorrida de Israel
(Noé, Abraão, Moisés) e Aliança nova e definitiva em Jesus Cristo (cf. Mc
14,22-25; Mt 26,26-29; Lc 22,19-20). O vinho, símbolo da alegria e da
prosperidade (Sl 104,15; Jz 9,13; Eclo 31,27-28; Zc 10,7), oferecido por Jesus
é melhor do que o primeiro (cf. v. 10). Isto significa que, em Jesus Cristo, a
Aliança atingiu a sua plenitude. A mãe de Jesus (vv. 1.3), que ele mesmo no
relato designa de “mulher” (v. 4) é símbolo de Israel que espera, confia,
suplica e vê realizada a promessa de salvação feita por Deus a seu povo. Na
tradição cristã, a Mãe do Senhor é ícone da Igreja.
Reflexão: paulinas.org.br Banner: cnbb.org.br Ilustração: franciscanos.org.br
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