XXVII Domingo do Tempo Comum
Quando fazemos
corretamente nossa obrigação, esperamos resultados positivos. Usamos nossa
inteligência, nossos recursos e empregamos o melhor e da melhor forma.
Aí sentamos e
esperamos os resultados que, de acordo com nossa ideia, tem de dar certo.
Fizemos o que devíamos e o fizemos da melhor forma. É esperar para usufruir do
trabalho realizado. Mas para nossa surpresa o resultado não é o esperado, pelo
contrário, é de péssima qualidade. O que fazer?
É tempo de mudança, é tempo de conversão |
A primeira
leitura da liturgia deste domingo nos conta algo parecido. O proprietário de
uma vinha faz tudo o que pode e o resultado é negativo. No caso, ele fica
revoltado e destrói a vinha. O Profeta Isaías, autor desse texto, diz que Deus
é o agricultor e nós somos a vinha. Deus colocou em nós e em nosso redor o
melhor e nos mandou produzir bons frutos, mas na hora da colheita encontrou
injustiça e opressão no lugar de obras de bondade e de solidariedade.
No Evangelho
encontramos Jesus contando a parábola dos vinhateiros. O Senhor se encontra no
Templo de Jerusalém, no meio dos doutores da Lei e lhes conta a parábola onde
um proprietário plantou uma vinha, cercou-a e também construiu um lagar para
produzir o vinho excelente que ele esperava obter. Arrendou a propriedade e
viajou para o estrangeiro. Na época da colheita enviou seus empregados para
receber seus frutos, contudo, os arrendatários maltrataram e feriram gravemente
os enviados. Por fim, ele enviou seu filho com a esperança de que ele fosse
respeitado, mas tal não aconteceu. O herdeiro foi morto. E o Senhor termina o
relato perguntando o que o proprietário fará quando retornar. Os doutores da
Lei responderam que o proprietário mandará matar, de modo violento, os
assassinos, e entregará a vinha a outros arrendatários.
Jesus concluiu
dizendo que o Pai irá entregar o Reino a um povo que produza frutos e não mais
aos judeus, aqueles com quem foi realizada a primeira aliança, mas que
crucificaram o herdeiro.
Quais são esses
frutos que deverão ser produzidos? Como vimos na primeira leitura, os frutos
são justiça e bondade. Sem eles não se pode entrar no Reino de Deus.
O Pai, como bom
agricultor, dedicou-se de modo excelente à sua vinha. Deu-lhe condições para
produzir frutos de justiça e de direito. Mas a realidade encontrada foi outra.
Também em nossa realidade, olhemos para nosso mundo, nossa cultura, nossa
ciência, nosso progresso, nosso século
Temos tudo para
uma vida plena de justiça, sem fome, pobreza, sem guerras e destruições, mas
não é assim nossa realidade. Já tivemos duas grandes guerras com mortes e
destruições. Nossa sociedade, apesar de ter inúmeros restaurantes e colocar
sobras de comida no lixo, tem uma imensa porcentagem de pessoas que passam
fome, que é desnutrida; fazemos transplantes de órgãos de um modo
impressionante, mas também é impressionante o número gigantesco de pessoas
pobres que morrem por causa de um simples vírus; temos uma elite privilegiada
que usufrui de todas as benesses de uma cultura ocidental, mas, ao mesmo tempo,
temos um número ingente de pessoas que morrem por falta de atendimento médico,
por desconhecerem cuidados elementares de higiene. Temos recursos econômicos,
mas desaparecidos nas mãos dos administradores corruptos.
O Senhor nos deu
um belo mundo com recursos imensos e variados, além disso nos deu inteligência,
capacidade de discernimento e sabedoria e tudo que é necessário para sermos
seus colaboradores na criação de um mundo belo e feliz. O Senhor enviou seu
Filho nas pessoas dos pobres, dos carentes, das crianças, dos idosos; e qual
foi nossa resposta? Qual a resposta que demos?
“Pecador, ainda
é tempo!”, assim fala um antigo canto penitencial. Ainda é tempo de mudança,
tempo de conversão, tempo de entregar a Deus os frutos por Ele desejados.
Deixemos nosso coração falar mais alto e construamos um mundo de justiça e
fraternidade: Minhas capacidades para Deus, para um mundo mais justo e mais
irmão! (CAS)
Fonte: radiovaticana.va
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