domingo, 19 de outubro de 2014


Paulo VI é Beato

Cidade do Vaticano (RV) – Paulo VI é Beato. Na Missa celebrada na Praça São Pedro neste domingo, 19 de Outubro, na presença de 70 mil pessoas, o Papa Francisco, beatificou o Papa Montini, que instituiu o Sínodo, e concluiu o Sínodo Extraordinário para a Família. Meditando o Evangelho do 29º Domingo do Tempo Comum, o Pontífice dedicou sua homilia ao Sínodo e ao “timoneiro do Concílio Vaticano II”, Paulo VI, que soube “dar a Deus o que é de Deus”, dedicando toda a sua vida a este “dever sacro, solene e gravíssimo: continuar no tempo e dilatar sobre a terra a missão de Cristo”. O Papa Emérito Bento XVI estava presente na cerimônia.
A imagem de Paulo VI sorridente com as mãos voltadas ao alto ilustrava a fachada da Basílica São Pedro, num domingo de céu azul e temperatura agradável. O rito de beatificação deu-se no início da celebração. O Bispo de Bréscia e Postulador da Causa, agradeceu ao Santo Padre pelo dom da Beatificação de Montini.
Francisco iniciou a homilia refletindo sobre a célebre frase pronunciada por Jesus "dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus", uma "resposta irônica" - observou Francisco - às provocações dos fariseus, e "uma resposta útil que o Senhor dá a todos aqueles que sentem problemas de consciência, sobretudo quando estão em jogo as suas conveniências, as suas riquezas, o seu prestígio, o seu poder e a sua fama".
“Dar a Deus o que é de Deus” significa, por sua vez, “reconhecer e professar, mesmo diante de qualquer tipo de poder, que só Deus é o Senhor do homem e não há outro” - explicou o Papa - e “abrir-se à sua vontade e dedicar-Lhe a nossa vida, cooperando para o seu Reino de misericórdia, amor e paz”. E ressaltou, que devemos descobrir a cada dia esta novidade para vencer “o temor que muitas vezes sentimos perante as surpresas de Deus”:
“Ele não tem medo das novidades! Por isso nos surpreende continuamente, abrindo-nos e levando-nos para caminhos inesperados. Ele renova-nos, isto é, faz-nos «novos» continuamente. Um cristão que vive o Evangelho é «a novidade de Deus» na Igreja e no mundo. E Deus ama tanto esta «novidade»!”
Nisto – disse o Pontífice – “está a nossa verdadeira força, o fermento que faz levedar e o sal que dá sabor a todo o esforço humano contra o pessimismo predominante que o mundo nos propõe”, e nisto reside a nossa esperança, “que não é uma fuga da realidade”, mas leva o cristão a fixar o olhar “na realidade futura, a realidade de Deus, para viver plenamente a existência – com os pés bem fincados na terra – e responder, com coragem, aos inúmeros desafios novos”.
Após o Pontífice falou sobre o Sínodo Extraordinário dos Bispos, dizendo que pastores e leigos de todo o mundo trouxeram a Roma a voz de suas Igrejas particulares para ajudar as famílias de hoje a caminhar na estrada do Evangelho, com o olhar fixo em Jesus:
“Foi uma grande experiência, na qual vivemos a sinodalidade e a colegialidade e sentimos a força do Espírito Santo que sempre guia e renova a Igreja, chamada sem demora a cuidar das feridas que sangram e a reacender a esperança para tantas pessoas sem esperança”.
O Papa pediu que o Espírito Santo que lhes permitiu “nestes dias laboriosos, trabalhar generosamente com verdadeira liberdade e humilde criatividade, continue a acompanhar o caminho que nos prepara, nas Igrejas de toda a terra, para o Sínodo Ordinário dos Bispos no próximo Outubro de 2015”. 
Voltando seu olhar a seguir para Paulo VI, recordou as palavras com que ele instituiu o Sínodo dos Bispos: “Ao perscrutar atentamente os sinais dos tempos, procuramos adaptar os métodos (...) às múltiplas necessidades dos nossos dias e às novas características da sociedade”, para então afirmar:
“Sobre este grande Papa, este cristão corajoso, este apóstolo incansável, diante de Deus hoje só podemos dizer uma palavra tão simples como sincera e importante: Obrigado! Obrigado, nosso querido e amado Papa Paulo VI! Obrigado pelo teu humilde e profético testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja!”.
Ao recordar trechos do diário do Papa Montini, após o encerramento do Concílio Vaticano, Francisco sublinhou que ele soube, “quando se perfilava uma sociedade secularizada e hostil, reger com clarividente sabedoria – e às vezes em solidão – o timão da barca de Pedro, sem nunca perder a alegria e a confiança no Senhor”. (JE)
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Momentos da Celebração


















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Francisco no Angelus: 
Paulo VI, mariano e impulsionador das missões

Ao término da celebração conclusiva do Sínodo e de beatificação de Paulo VI, Francisco dedicou sua reflexão, que precede a Oração Mariana do Angelus, ao Papa Montini. 
O Santo Padre iniciou saudando as Delegações oficiais e em particular os fiéis de Bréscia, Milão e Roma, “ligados de modo significativo à vida e ao ministério do Papa Montini”, exortando-os a “seguir fielmente os ensinamentos e o exemplo do novo Beato”:
“Ele foi um corajoso apoiador da missão ad gentes; testemunha isto sobretudo a Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi com a qual quis despertar o ímpeto e o empenho pela missão da Igreja. E esta exortação ainda é atual. Tem toda a atualidade (apalusos)! É significativo considerar este aspecto do Pontificado de Paulo VI, justamente hoje quando se celebra o Dia Mundial das Missões”.
Antes da oração do Angelus, Francisco ressaltou “a profunda devoção mariana do Beato Paulo VI”, recordando que “o povo cristão será sempre agradecido pelo Exortação Apostólica Marialis cultus e por ter proclamado “Maria Mãe da Igreja”, por ocasião do encerramento da terceira Sessão do Concílio Vaticano II”. (JE)
                                                                      Fonte: radiovaticana.va       news.va
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