"Recordar nossos pecados na oração é glorificar Deus"
Cidade do
Vaticano (RV) – “Quando rezamos, não esquecemos a nossa história”: foi o
que disse o Papa na homilia da manhã desta terça-feira, celebrando a missa na
Casa Santa Marta. O Pontífice ressaltou que o Senhor está ao nosso lado, no
caminho da vida, e convidou os fiéis a não se deixarem distrair pelos afazeres
do dia a dia, esquecendo-se de rezar.
Nossa relação com Deus começou quando Ele nos olhou e escolheu |
“O hábito de
‘fazer memória’ de nossa vida não é muito comum entre nós. Não nos lembramos
das coisas porque vivemos o momento e depois, esquecemos a história. cada um de
nós tem uma história: de graças, de pecados, de caminhos, de tantas coisas...”.
“Fazer memória
da própria vida – explicou – é glorificar Deus. Recordar os nossos pecados, dos
quais o Senhor nos salvou, é dar glória a Deus” – prosseguiu. “Paulo se
envaidece apenas de duas coisas: dos próprios pecados e da graça de Deus
Crucificado, de sua graça. Ele fazia memória de seus pecados e se vangloriava:
‘Fui pecador, mas Cristo Crucificado me salvou’ e se envaidecia de Cristo. Esta
foi a memória de Paulo; esta é a memória que o próprio Jesus me convidou a
fazer”.
“Quando Jesus
disse a Marta: ‘Tu te inquietas e te agitas por muitas coisas; no entanto,
pouca coisa é necessário. Maria escolheu a melhor parte’: ouvir o Senhor e
fazer memória. Não se pode rezar todos os dias como se não tivéssemos história;
mas muitas vezes, nos deixamos levar, como Marta, pelos afazeres, pelos deveres
do dia, e a esquecemos”.
Nossa relação
com Deus – disse ainda – “não começa no dia do Batismo: ali ela é sigilada.
Começa quando Deus, da eternidade, nos olhou e escolheu. Começa no coração de
Deus”.
“Fazer memória
de nossas escolhas, as que Deus fez para nós. Fazer memória do nosso caminho de
aliança. Esta aliança foi respeitada ou não? Não... somos pecadores. Façamos
memória da promessa feita por Deus e que não desilude, mas é a nossa esperança.
Esta é a verdadeira oração”.
O Papa encerrou
a homilia convidando a rezar com o Salmo 138: “Senhor, vós me perscrutais e me
conheceis, sabeis tudo de mim, quando me sento ou me levanto. De longe
penetrais meus pensamentos. Quando ando e quando repouso, vós me vedes,
observais todos os meus passos”.
“Isto é rezar –
disse ainda Francisco – rezar é fazer memória de nossa história diante de Deus,
porque a nossa história é a história do seu amor por nós”. (CM)
Fonte: radiovaticana.va
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