A crise
da fé nas famílias
Oração e espiritualidade na vida família
Os encontros e
intervenções continuam a decorrer na Sala do Sínodo, com a família como tema e
objetivo. O Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé,
no seu briefing diário partilhou com os jornalistas uma imagem verbal que foi
apresentada no terceiro dia de trabalhos
“ Falou-se da
Luz que a Igreja traz ao mundo … não tanto como um farol mas como uma vela
acesa, uma tocha que acompanha o povo em caminho”
Esta imagem
ilustra de maneira original e profunda os trabalhos de quarta-feira dia 8. A fé
não é aderir a conteúdos – sublinhou o Padre Lombardi – mas uma adesão, um
encontro com Cristo. Foram 68 as intervenções e o testemunho do dia foi
apresentado por um casal misto: ela cristã e ele muçulmano, vindos da Costa do
Marfim em África, aliás continente muito interventivo nos trabalhos desta
quarta-feira. Central nos debates foi o tema da crise da fé e da família:
Francisco chega para os trabalhos desta quinta (9) |
“A crise das
famílias na Igreja e também a crise das famílias cristãs na sociedade está
muito ligada à crise geral da fé neste tempo. Foi notado como é preciso estar
atentos em recordar que a fé não é aderir só a conteúdos, a ensinamentos, mas a
fé é, antes de mais, uma adesão pessoal a Cristo, uma escolha por Cristo, um
encontro com Cristo, uma aliança com Ele.”
“Muitas
intervenções falaram da confiança que é preciso ter na graça de Deus: não
tomarmos a nossa debilidade como medida, mas a graça de Deus e a confiança na
graça de Deus, como medida no nosso agir, das nossas decisões. E, neste sentido
da confiança na graça, falou-se intensamente da importância da oração e da
espiritualidade na vida familiar…”
Foi também
sublinhada a necessidade de não fazer uma ligação meramente cultural ou social
com o Batismo e o Matrimónio, mas que deve ser uma decisão vocacional –
explicou o Padre Lombardi que referiu também que os bispos abordaram o tema da
relação entre verdade e misericórdia, entre a fidelidade à doutrina da Igreja e
a atenção ao sofrimento de tantas pessoas:
“Uma intervenção
interessante recordou por analogia o Concílio Vaticano II: conseguiu,
enfrentando o tema da liberdade religiosa, conciliar o tema da fidelidade à
verdade e do empenho da Igreja pela verdade e a liberdade religiosa, pensando
que possa existir uma analogia sobre o esforço que o Sínodo deve fazer agora
também para os temas da pastoral familiar.”
Em comunicado, a
sala de imprensa da Santa Sé clarificou que em relação aos divorciados em
segunda união o debate sublinhou a “prudência necessária” nas grandes questões,
“conjugando a objetividade da verdade com a misericórdia pelas pessoas e os
seus sofrimentos”. (RS)
Fonte: radiovaticana.va news.va
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