sábado, 5 de abril de 2014

Papa Francisco exorta as testemunhas de Cristo

a serem humildes, não triunfalistas  

Cidade do Vaticano (RV) - A entrevista que o Papa Francisco concedeu em 31 de março passado, no Vaticano, a alguns jovens belgas, cujos trechos principais foram transmitidos nesta quinta-feira pela televisão pública flamenga da Bélgica VRT, tem tido ampla repercussão em várias partes do mundo. Neste sábado foi publicada integralmente. Já na sexta-feira, dia 4, a Rádio Vaticano trouxe boa parte da entrevista, e agora propomos alguns trechos inéditos da mesma.
Jesus tinha "certa preferência pelos marginalizados"
Os pobres são uma bandeira do Evangelho, não do comunismo: essa tem sido uma das expressões do Papa de maior repercussão na mídia internacional.
Em sua reflexão mais ampla, agora publicada integralmente, o Papa Francisco fazia referência também a outra pobreza. De fato, no Evangelho lê-se que Jesus tinha "certa preferência pelos marginalizados":
"Os leprosos, as viúvas, as crianças órfãs, os cegos... as pessoas marginalizadas. E também os grandes pecadores... e essa é a minha consolação! Sim, porque Ele não se assusta nem mesmo com o pecado! Quando encontrou uma pessoa como Zaqueu, que era um ladrão, ou como Mateus, que por causa do dinheiro era um traidor da pátria, Ele não se assustou! Olhou para eles e os escolheu. Também esta é uma pobreza: a pobreza do pecado."
Respondendo a outra pergunta, Francisco afirma encontrar Deus, sobretudo, nos doentes: mas também na leitura da Bíblia, na celebração dos Sacramentos, no trabalho cotidiano e, obviamente, na oração. Mas, e como o Papa reza a Deus?
"Deixo que Ele olhe para mim. E sinto – mas não é sentimentalismo –, sinto profundamente as coisas que o Senhor me diz. Algumas vezes não fala... nada, vazio, vazio, vazio... mas pacientemente permaneço ali, e assim rezo... Fico sentado, rezo sentado, porque tenho dificuldade para ajoelhar-me, e algumas vezes me adormeço na oração... É também uma maneira de rezar, como um filho com o Pai, e isso é importante: sinto-me filho com o Pai."
Por fim, uma pergunta sobre como anunciar o Evangelho aos outros na sociedade de hoje
-"O melhor caminho é o testemunho, mas humilde: 'Sou desse jeito', com humildade, sem triunfalismo. Este é outro pecado nosso, o triunfalismo é uma atitude ruim. Jesus não foi triunfalista, e também a história nos ensina a não sermos triunfalistas, porque os grandes triunfalistas foram derrotados. O testemunho: essa é uma chave, ela interpela. E procuro dar esse testemunho com humildade, sem fazer proselitismo. E o ofereço. É desse jeito. E isso não faz medo. Não é uma partir para as cruzadas." (RL)
                                                                                             Fonte: radiovaticana.va
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