Papa insiste em pedir 'alegria' aos sacerdotes
Cidade do
Vaticano (RV) – Às 9h30 da manhã desta Quinta-feira Santa, o Santo Padre
Francisco presidiu na Basílica Vaticana a Santa Missa do Crisma, Liturgia
celebrada neste dia em todas as Igrejas Catedrais. A Missa foi concelebrada
pelo Papa com diversos cardeais, bispos e presbíteros.
Na celebração
eucarística, os sacerdotes renovam as promessas feitas no momento de sua
ordenação (pobreza, castidade e obediência); e são abençoados o óleo dos
enfermos, dos catecúmenos e do crisma.
O Papa iniciou a
celebração alguns minutos antes do previsto. Na homilia, cujo tema foi “Ungidos
com o óleo da alegria!”, ele disse que “a alegria dos sacerdotes tem a sua
fonte no Amor do Pai, e o Senhor deseja que a alegria deste amor esteja em nós
e seja completa”.
“Na nossa
alegria sacerdotal, encontro três características significativas: uma alegria
que nos unge, sem nos tornar untuosos, suntuosos e presunçosos, uma alegria
incorruptível e uma alegria missionária que irradia para todos e todos atrai,
começando, inversamente, pelos mais distantes”.
Sobre esta
terceira característica, Francisco reiterou que a alegria flui apenas quando o
pastor está no meio do seu rebanho. O pastor que adora o Pai está sempre no
meio das suas ovelhas:
“Mesmo nos
momentos de tristeza, quando tudo parece entenebrecer-se e nos seduz a vertigem
do isolamento, naqueles momentos apáticos e chatos que por vezes nos assaltam
na vida sacerdotal (e pelos quais também eu passei), mesmo em tais momentos o
povo de Deus é capaz de guardar a alegria, é capaz de proteger-te, abraçar-te,
ajudar-te a abrir o coração e reencontrar uma alegria renovada”.
“Alegria
guardada” pelo rebanho e guardada também por três irmãs que a rodeiam, protegem
e defendem: irmã pobreza, irmã fidelidade e irmã obediência.
A alegria
sacerdotal, continuou o Pontífice, é uma alegria que tem como irmã a pobreza.
"O sacerdote é pobre de alegrias meramente humanas: renunciou a tantas
coisas! E, visto que é pobre – ele que tantas coisas dá aos outros –, a sua
alegria deve pedi-la ao Senhor e ao povo fiel de Deus. Não há identidade – e,
consequentemente, alegria de viver – sem uma activa e empenhada pertença ao
povo fiel de Deus. “Sai de ti mesmo, sai em busca de Deus na adoração, sai e dá
ao teu povo aquilo que te foi confiado, e o teu povo terá o cuidado de fazer-te
sentir e experimentar quem és, como te chamas, qual é a tua identidade e
fazer-te-á rejubilar. “Se não sais de ti mesmo, o óleo torna-se rançoso e a
unção não pode ser fecunda. Sair de si mesmo requer despojar-se de si, comporta
pobreza”.
“A alegria sacerdotal
é uma alegria que tem como irmã a fidelidade, sobretudo à única Esposa, a
Igreja”, prosseguiu, lembrando aos padres que “os filhos espirituais que o
Senhor dá a cada sacerdote, aqueles que batizou, as famílias que abençoou e
ajudou a caminhar, os doentes que apóia, os jovens com quem partilha a
catequese e a formação, os pobres que socorre… todos eles são esta «Esposa» que
o sacerdote se sente feliz em tratar como sua predileta e única amada e ser-lhe
fiel sem cessar. È essa que lhe dá alegria quando lhe é fiel”, explicou.
“Enfim, a
alegria sacerdotal é uma alegria que tem como irmã a obediência, não só à
Igreja na Hierarquia, à paróquia, às faculdades do ministério, àquele encargo
particular... e ainda a união com Deus Pai, mas também à obediência à Igreja no
serviço: disponibilidade e prontidão para servir a todos, sempre e da melhor
maneira. A disponibilidade do sacerdote faz da Igreja a Casa das portas
abertas, refúgio para os pecadores, lar para aqueles que vivem na rua, casa de
cura para os doentes, acampamento para os jovens, sessão de catequese para as
crianças da Primeira Comunhão...”.
Nesta
Quinta-feira sacerdotal, o Papa terminou sua homilia pedindo a Jesus que faça
descobrir a muitos jovens o ardor do coração e a audácia de responder com
prontidão à sua chamada. Pediu que conserve o brilho jubiloso nos olhos dos
recém-ordenados que exultam preparando a primeira homilia, a primeira Missa, o
primeiro Batismo, a primeira Confissão... Pediu ainda que confirme a alegria
sacerdotal daqueles que têm muitos anos de ministério, que já tomaram o pulso
no trabalho, para que reúnam as suas forças e se rearmem: «tomam fôlego», como
dizem os desportistas.
“Enfim, peço ao
Senhor Jesus que brilhe a alegria dos sacerdotes idosos, sãos ou doentes. Sintam
a alegria de passar a chama, a alegria de ver crescer os filhos dos filhos e de
saudar, sorrindo e com mansidão, as promessas, naquela esperança que não
desilude”. (CM)
Fonte: radiovaticana.va news.va
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