Papa Francisco:
"Servir uns aos outros é a herança que Ele nos deixou"
Cidade do
Vaticano (RV) – No final da tarde desta Quinta-feira Santa, o Papa
Francisco presidiu a Missa da Ceia do Senhor no Centro “Santa Maria da
Providência”, em Roma, quando repetiu o gesto de Jesus e lavou os pés de 12
deficientes assistidos pela Fundação Padre Gnocchi. A Missa, num clima de muita
intimidade e familiaridade, foi concelebrada pelo Presidente da Fundação, Mons.
Angelo Bazzari e pelo Capelão do Centro, Padre Pasquale Schiavulli. O coro era
formado por internos e por voluntários do Centro que animam a Missa aos domingos.
Na sua breve
homilia, antes do rito do Lava-pés, o Santo Padre recordou que aquilo que Jesus
fez na última Ceia foi um gesto de entrega. ”É como a herança que nos deixa”,
afirmou. “Ele que é Deus se fez servo, servidor nosso. E esta é a herança: também
vós deveis ser servidores uns dos outros. E Ele fez este caminho por amor:
também vocês deveis amar-vos e serdes servidores no amor:
“E faz este
gesto de lavar os pés, que é um gesto simbólico. O faziam os escravos, os
servos aos comensais, às pessoas que vinham para a refeição, porque naquele
tempo as estradas eram todas de terra e quando entravam em uma casa era
necessário lavar-se os pés”.
“E Jesus faz
este gesto - disse o Santo Padre - um trabalho, um serviço de escravo, de
servo”, e acrescentou:
“Nós devemos ser
servidores uns dos outros. E por isto a Igreja, no dia de hoje, em que se
comemora a Última Ceia, quando Jesus instituiu a Eucaristia, também faz, na
cerimônia, este gesto de lavar os pés, que nos recorda que nós devemos ser
servos uns dos outros. Agora eu farei este gesto, mas todos nós, no nosso
coração, pensemos nos outros e pensemos no amor que Jesus nos disse que devemos
ter pelos outros, e pensemos também como podemos servi-los melhor, as outras
pessoas. Porque isto Jesus quis de nós”.
Após, o Papa
Francisco lavou os pés de 12 pessoas assistidas pelo Instituto. O grupo, com
idades entre 16 e 86 anos, era formado por italianos e estrangeiros, todos
portadores de doenças ortopédicas, neurológicas e oncológicas que provocam
invalidez. Entre estes, chamou a atenção o mais jovem do grupo, Oswaldinho, de
16 anos, nascido em Cabo Verde e residente em Roma. Em agosto de 2013, ao
jogar-se no mar num local raso, teve um trauma vértebro-medular com tetraplegia
imediata. Hoje se locomove em uma cadeira de rodas. Os doze assistidos
simbolizam as velhas e novas formas de fragilidade nas quais a comunidade
cristã é chamada a reconhecer Cristo sofredor e a dedicar atenção,
solidariedade e caridade. (JE)
Fonte: radiovaticana.va news.va
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