"Cristo e sua Mãe, Cristo e a Igreja são inseparáveis"
Cidade do
Vaticano (RV) – Neste 1º dia de 2015, o Papa Francisco presidiu na Basílica de
São Pedro a Missa por ocasião da Solenidade da Mãe de Deus. Em sua homilia, o
Papa recordou que “nenhuma criatura viu brilhar sobre si a face de Deus como
Maria, que deu uma face humana ao Verbo eterno, para que todos nós O pudéssemos
contemplar”. O Papa reiterou que “assim como Cristo e sua Mãe são
inseparáveis”, “igualmente são inseparáveis Cristo e a Igreja”.
Maria é a mulher da fé |
Francisco
observou que entre Cristo e sua Mãe existe uma relação estreitíssima, como
entre cada filho e sua mãe: “A carne de Cristo, disse ele, foi tecida no
ventre de Maria”. Maria, escolhida para ser a Mãe do Redentor, compartilhou
intimamente toda a sua missão, até o calvário:
“Maria está
assim tão unida a Jesus, porque recebeu d’Ele o conhecimento do coração, o
conhecimento da fé, alimentada pela experiência materna e pela união íntima com
o seu Filho. A Virgem Santa é a mulher de fé, que deu lugar a Deus no seu
coração, nos seus projetos; é a crente capaz de individuar no dom do Filho a
chegada daquela «plenitude do tempo» (Gl 4, 4) na qual Deus, escolhendo o
caminho humilde da existência humana, entrou pessoalmente no sulco da história
da salvação. Por isso, não se pode compreender Jesus sem a sua Mãe”.
Igualmente
inseparáveis são Cristo e a Igreja – disse o Papa – observando que não se
pode compreender a salvação realizada por Jesus sem considerar a maternidade da
Igreja:
“Separar Jesus
da Igreja seria querer introduzir uma «dicotomia absurda», como escreveu o
Beato Paulo VI. Não é possível «amar a Cristo, mas sem amar a Igreja, ouvir
Cristo mas não a Igreja, ser de Cristo mas fora da Igreja». Na verdade, é
precisamente a Igreja, a grande família de Deus, que nos traz Cristo. A nossa
fé não é uma doutrina abstrata nem uma filosofia, mas a relação vital e plena
com uma pessoa: Jesus Cristo, o Filho unigênito de Deus que Se fez homem,
morreu e ressuscitou para nos salvar e que está vivo no meio de nós. Onde
podemos encontrá-Lo? Encontramo-Lo na Igreja. É a Igreja que diz hoje: «Eis o
Cordeiro de Deus»; é a Igreja que O anuncia; é na Igreja que Jesus continua a
realizar os seus gestos de graça que são os sacramentos”.
Maria é Mãe da Igreja, a quem sustenta na missão |
A ação e missão
da Igreja, observou o Santo Padre, exprimem a sua maternidade:
“Na verdade, ela
é como uma mãe que guarda Jesus com ternura, e O dá a todos com alegria e
generosidade. Nenhuma manifestação de Cristo, nem sequer a mais mística, pode
jamais ser separada da carne e do sangue da Igreja, da realidade histórica
concreta do Corpo de Cristo. Sem a Igreja, Jesus Cristo acaba por ficar
reduzido a uma ideia, a uma moral, a um sentimento. Sem a Igreja, a nossa
relação com Cristo ficaria à mercê da nossa imaginação, das nossas
interpretações, dos nossos humores”.
Maria, disse o
Papa, é “aquela que abre a estrada da maternidade da Igreja e sempre sustenta a
sua missão materna destinada a todos os homens. O seu testemunho discreto e
materno caminha com a Igreja desde as origens. Ela, Mãe de Deus, é também Mãe
da Igreja e, por intermédio dela, é Mãe de todos os homens e de todos os
povos”.
Ao concluir, o
Pontífice recordou o Dia Mundial da Paz, celebrado no 1º dia do ano, pedindo
que “o Senhor dê paz a estes nossos dias: paz nos corações, paz nas famílias,
paz entre as nações”. Ao recordar que o tema deste ano «Já não escravos,
mas irmãos», Francisco disse:
“Todos somos
chamados a ser livres, todos chamados a ser filhos; e cada um chamado, segundo
as próprias responsabilidades, a lutar contra as formas modernas de escravidão.
Nós todos, de cada nação, cultura e religião, unamos as nossas forças. Que nos
guie e sustente Aquele que, para nos tornar irmãos a todos, Se fez nosso
servo”. (JE)
"Hoje
voltam à mente as palavras com que Isabel pronunciou a sua bênção sobre a
Virgem Santa: «Bendita és Tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu
ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?» (Lc 1,
42-43).
Esta bênção está
em continuidade com a bênção sacerdotal que Deus sugerira a Moisés para que a
transmitisse a Aarão e a todo o povo: «O Senhor te abençoe e te guarde! O
Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te favoreça. O Senhor volte para ti a
sua face e te dê a paz» (Nm 6, 24-26). Ao celebrar a solenidade de Santa Maria,
Mãe de Deus, a Igreja recorda-nos que Maria é a primeira destinatária desta
bênção. N’Ela tem a sua realização perfeita: na verdade, mais nenhuma criatura
viu brilhar sobre si a face de Deus como Maria, que deu uma face humana ao
Verbo eterno, para que todos nós O pudéssemos contemplar.
E, para além de
contemplar a face de Deus, podemos também louvá-Lo e glorificá-Lo como os
pastores, que regressaram de Belém com um cântico de agradecimento depois de
ter visto o Menino e a sua jovem mãe (cf. Lc 2, 16). Estavam juntos, como
juntos estiveram no Calvário, porque Cristo e sua Mãe são inseparáveis: há
entre ambos uma relação estreitíssima, como aliás entre cada filho e sua mãe. A
carne de Cristo – que é charneira da nossa salvação (Tertuliano) – foi tecida
no ventre de Maria (cf. Sal 139/138, 13). Tal inseparabilidade é significada
também pelo facto de Maria, escolhida para ser Mãe do Redentor, ter
compartilhado intimamente toda a sua missão, permanecendo junto do Filho até ao
fim no calvário.
Maria está assim
tão unida a Jesus, porque recebeu d’Ele o conhecimento do coração, o
conhecimento da fé, alimentada pela experiência materna e pela união íntima com
o seu Filho. A Virgem Santa é a mulher de fé, que deu lugar a Deus no seu
coração, nos seus projectos; é a crente capaz de individuar no dom do Filho a
chegada daquela «plenitude do tempo» (Gl 4, 4) na qual Deus, escolhendo o
caminho humilde da existência humana, entrou pessoalmente no sulco da história
da salvação. Por isso, não se pode compreender Jesus sem a sua Mãe.
Que Maria nos abençoe! |
Igualmente
inseparáveis são Cristo e a Igreja, e não se pode compreender a salvação
realizada por Jesus sem considerar a maternidade da Igreja. Separar Jesus da
Igreja seria querer introduzir uma «dicotomia absurda», como escreveu o Beato
Paulo VI (cf. Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 16). Não é possível «amar a
Cristo, mas sem amar a Igreja, ouvir Cristo mas não a Igreja, ser de Cristo mas
fora da Igreja» (Ibid., 16). Na verdade, é precisamente a Igreja, a grande
família de Deus, que nos traz Cristo. A nossa fé não é uma doutrina abstracta
nem uma filosofia, mas a relação vital e plena com uma pessoa: Jesus Cristo, o
Filho unigénito de Deus que Se fez homem, morreu e ressuscitou para nos salvar
e que está vivo no meio de nós. Onde podemos encontrá-Lo? Encontramo-Lo na
Igreja. É a Igreja que diz hoje: «Eis o Cordeiro de Deus»; é a Igreja que O
anuncia; é na Igreja que Jesus continua a realizar os seus gestos de graça que
são os sacramentos.
Esta ação e
missão da Igreja exprimem a sua maternidade. Na verdade, ela é como uma mãe que
guarda Jesus com ternura, e O dá a todos com alegria e generosidade. Nenhuma
manifestação de Cristo, nem sequer a mais mística, pode jamais ser separada da
carne e do sangue da Igreja, da realidade histórica concreta do Corpo de
Cristo. Sem a Igreja, Jesus Cristo acaba por ficar reduzido a uma ideia, a uma
moral, a um sentimento. Sem a Igreja, a nossa relação com Cristo ficaria à
mercê da nossa imaginação, das nossas interpretações, dos nossos humores.
Que Cristo nos guie e nos sustente para que sejamos todos irmãos |
Amados irmãos e
irmãs! Jesus Cristo é a bênção para cada homem e para a humanidade inteira. Ao
dar-nos Jesus, a Igreja oferece-nos a plenitude da bênção do Senhor. Esta é
precisamente a missão do povo de Deus: irradiar sobre todos os povos a bênção
de Deus encarnada em Jesus Cristo. E Maria, a primeira e perfeita discípula de
Jesus, modelo da Igreja em caminho, é Aquela que abre esta estrada de
maternidade da Igreja e sempre sustenta a sua missão materna destinada a todos
os homens. O seu testemunho discreto e materno caminha com a Igreja desde as
origens. Ela, Mãe de Deus, é também Mãe da Igreja e, por intermédio dela, é Mãe
de todos os homens e de todos os povos.
Que esta Mãe
doce e carinhosa nos obtenha a bênção do Senhor para a família humana inteira!
Hoje, Dia Mundial da Paz, invoquemos de modo especial a sua intercessão para
que o Senhor dê paz a estes nossos dias: paz nos corações, paz nas famílias,
paz entre as nações. Este ano, a mensagem especial para o Dia Mundial da Paz
reza: «Já não escravos, mas irmãos». Todos somos chamados a ser livres, todos
chamados a ser filhos; e cada um chamado, segundo as próprias
responsabilidades, a lutar contra as formas modernas de escravidão. Nós todos,
de cada nação, cultura e religião, unamos as nossas forças. Que nos guie e
sustente Aquele que, para nos tornar irmãos a todos, Se fez nosso servo!"
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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