domingo, 11 de janeiro de 2015

Reflexão para a Festa do Batismo do Senhor Jesus

Mergulhados no Reino

O tempo do Natal se encerra com a Festa do Batismo do Senhor, liturgia que assinala um dos mistérios que revela a identidade de Cristo pela teofania do Pai, que coloca em seu Filho Unigênito sua complacência. Mas também abre para nós os irmãos de Jesus que nos tornamos filhos no Filho, o caminho no nascimento para a vida plena, para a filiação divina e a cidadania do Reino.
A grande reviravolta e descoberta do Concílio Vaticano II, é apresentar a Igreja como Povo de Deus, família e comunidade de fieis batizados. Ainda não conseguimos plasmar e testemunhar a maravilhosa beleza e dignidade do ser cristão decorrente da raiz batismal, fonte da vida nova. Na verdade este é o grande desafio pastoral que interpela a Igreja hoje : a massa de cristãos batizados que vive na amnésia, isto é no total esquecimento da filiação divina e da pertença ao Corpo de Cristo.
Somos chamados a viver sempre os compromissos do nosso batismo
Torna-se necessária além de uma pastoral do retorno e da acolhida destes irmãos afastados, a implantação de um processo de iniciação cristã, catecumenal e discipular, que leve ao batizado a uma união e seguimento de Cristo na comunidade de fé, assumindo um estilo e projeto de vida condizente com a sua fé. Não podemos conformar-nos com o conceito ilusório e fictício do cristão anônimo e não praticante, é como falar de um ciclista não pedalante ou de um peixe não nadante. Quem renasceu para a vida cristã pelo mergulho batismal, é pessoa e criatura nova, e por isso a graça santificante orientará e inspirará seus passos, seus gestos e atitudes, testemunhando a alegria e felicidade de pertencer a Cristo.
No caso do batismo de crianças hoje ainda o mais comum, a atenção pastoral e evangelizadora estará centrada nos pais e responsáveis, buscando a sua integração comunitária e oferecendo itinerários e meios de formação e perseverança, para que possam cuidar com empenho e capacidade da educação da fé dos seus filhos.
É de suma importância e relevo a catequese familiar, que desde a gravidez até os primeiros cinco anos, iniciará e conduzirá a experiência religiosa e cristã, dos filhos, ajudando-os a percorrerem o caminho da fé e motivando-os a participarem da comunidade eclesial. A família sempre será insubstituível como transmissora e educadora da vida cristã, pois os pais são os primeiros mestres, catequistas, confidentes e testemunhas de Cristo. Deus seja louvado!
                      Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo de Campos (RJ)
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                                                    Fonte: cnbb.org.br     Ilustração: cleofas.com.br

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