Mergulhados no Reino
O tempo do Natal
se encerra com a Festa do Batismo do Senhor, liturgia que assinala um dos
mistérios que revela a identidade de Cristo pela teofania do Pai, que coloca em
seu Filho Unigênito sua complacência. Mas também abre para nós os irmãos de
Jesus que nos tornamos filhos no Filho, o caminho no nascimento para a vida
plena, para a filiação divina e a cidadania do Reino.
A grande
reviravolta e descoberta do Concílio Vaticano II, é apresentar a Igreja como
Povo de Deus, família e comunidade de fieis batizados. Ainda não conseguimos
plasmar e testemunhar a maravilhosa beleza e dignidade do ser cristão
decorrente da raiz batismal, fonte da vida nova. Na verdade este é o grande
desafio pastoral que interpela a Igreja hoje : a massa de cristãos batizados que
vive na amnésia, isto é no total esquecimento da filiação divina e da pertença
ao Corpo de Cristo.
Somos chamados a viver sempre os compromissos do nosso batismo |
Torna-se
necessária além de uma pastoral do retorno e da acolhida destes irmãos
afastados, a implantação de um processo de iniciação cristã, catecumenal e discipular,
que leve ao batizado a uma união e seguimento de Cristo na comunidade de fé,
assumindo um estilo e projeto de vida condizente com a sua fé. Não podemos
conformar-nos com o conceito ilusório e fictício do cristão anônimo e não
praticante, é como falar de um ciclista não pedalante ou de um peixe não
nadante. Quem renasceu para a vida cristã pelo mergulho batismal, é pessoa e
criatura nova, e por isso a graça santificante orientará e inspirará seus
passos, seus gestos e atitudes, testemunhando a alegria e felicidade de
pertencer a Cristo.
No caso do
batismo de crianças hoje ainda o mais comum, a atenção pastoral e
evangelizadora estará centrada nos pais e responsáveis, buscando a sua
integração comunitária e oferecendo itinerários e meios de formação e
perseverança, para que possam cuidar com empenho e capacidade da educação da fé
dos seus filhos.
É de suma
importância e relevo a catequese familiar, que desde a gravidez até os
primeiros cinco anos, iniciará e conduzirá a experiência religiosa e cristã,
dos filhos, ajudando-os a percorrerem o caminho da fé e motivando-os a
participarem da comunidade eclesial. A família sempre será insubstituível como
transmissora e educadora da vida cristã, pois os pais são os primeiros mestres,
catequistas, confidentes e testemunhas de Cristo. Deus seja louvado!
Dom Roberto
Francisco Ferreria Paz - Bispo de Campos (RJ)
..........................................................................................................................
Fonte: cnbb.org.br Ilustração: cleofas.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário