sábado, 24 de janeiro de 2015

Sábado no Vaticano

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Francisco: 

“Não há unidade sem conversão, sem oração

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu no Vaticano na manhã deste sábado, os 250 participantes do encontro do Pontifício Instituto de Estudos Árabes e de Islamítica.
No seu discurso aos presentes o Santo Padre destacou inicialmente que nos últimos anos, apesar de alguns mal-entendidos e dificuldades, foram dados passos no diálogo inter-religioso, também com os fiéis do Islã. Para isso, é essencial o exercício da escuta. Não é apenas uma condição necessária em um processo de recíproca compreensão e de coexistência pacífica, mas é também um dever pedagógico, a fim de sermos "capazes de reconhecer os valores dos outros, de compreender as preocupações subjacentes os seus pedidos e de fazer emergir as convicções comuns". Na base de tudo isso, está a necessidade de uma adequada formação, para que, firmes na própria identidade, se possa crescer no conhecimento recíproco.
Descubramos os valores uns dos outros
É preciso fazer atenção – continuou o Papa -, para não cair nas armadilhas de um sincretismo conciliador, mas, no final, vazio e prenúncio de um totalitarismo sem valores. Uma cômoda abordagem flexível, “que diz sim a tudo para evitar problemas”, acaba por ser "uma maneira de enganar o outro e negar-lhe o bem que a pessoa recebeu como um dom a ser compartilhado generosamente". Isso nos convida, em primeiro lugar, a voltar aos fundamentos.
Quando nos aproximamos de uma pessoa que professa com convicção a sua religião, - disse ainda Francisco –, o seu testemunho e seu pensamento nos interpelam e nos levam a nos questionar sobre a nossa própria espiritualidade. No início do diálogo está, portanto, o encontro. Desse encontro se gera o primeiro conhecimento do outro. Se, de fato, se parte do pressuposto da comum pertença à natureza humana, se podem superar os preconceitos e as falsidades e se pode começar a compreender o outro de acordo com uma nova perspectiva.
Francisco recordou ainda  que a história do Pontifício Instituto de Estudos árabes e de Islamítica vai precisamente nesta direção.
Não se limita a aceitar o que é dito superficialmente, dando origem a estereótipos e preconceitos. O trabalho acadêmico, fruto de um esforço diário, vai investigar as fontes, para preencher as lacunas, para analisar a etimologia, propor uma hermenêutica do diálogo e, através de uma abordagem científica inspirada no “estupor” e na “maravilha”, é capaz de não perder a bússola do mútuo respeito e da estima recíproca. Com essas premissas, nos aproximamos uns dos outros na ponta dos pés, sem levantar poeira que obscurece a visão.
Recordando os 50 anos do Pontifício Instituto, o Santo Padre destacou que o mesmo é muito precioso entre as instituições acadêmicas da Santa Sé, e precisa ser ainda mais conhecido. Meu desejo – continuou – é que se torne cada vez mais um ponto de referência para a formação dos cristãos que trabalham no campo do diálogo inter-religioso, sob os auspícios da Congregação para a Educação Católica e em estreita colaboração com o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso. No caminho de aprofundado da verdade, – foi os votos finais de Francisco - para o pleno respeito da pessoa e da sua dignidade, possa o Instituto estabelecer uma colaboração frutuosa com as outras Pontifícias Universidades, com os centros de estudo e pesquisa, seja cristãos que muçulmanos em todo o mundo. (SP)
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Papa: 
Causas de nulidade céleres e atentas à certeza moral

O Papa Francisco também recebeu na manhã deste sábado, no Vaticano, 120 participantes do Congresso da Pontifícia Universidade Gregoriana sobre a Dignitas Connubii, no décimo aniversário de sua publicação. Essa Instrução trata das causas de nulidade do matrimônio nos tribunais diocesanos e interdiocesanos.
Atender e valorizar as famílias
O Santo Padre saudou inicialmente os Padres da Faculdade de Direito Canônico da Pontifícia Universidade Gregoriana, que organizou o Congresso, com o auxilio do Pontifício Conselho para os Textos legislativos e da Consociatio internationalis studio iuris canônicos. Os participantes eram provenientes de várias partes do mundo.
A grande participação neste encontro – disse o Papa – indica a importância da Instrução Dignitas connubii, que não é destinada aos especialistas do direito, mas aos operadores dos tribunais locais: de fato, um modesto, mas útil vade-mécum que toma realmente pela mão os ministros dos tribunais para a realização do processo, de modo que seja seguro e rápido juntos.
Um procedimento seguro porque indica e explica com clareza a meta do processo mesmo, ou seja a certeza moral: essa requer que seja excluído qualquer dúvida de erro. Um desenvolvimento rápido porque – como ensina a experiência comum – caminha mais rapidamente quem conhece bem a estrada a ser percorrida.
O Papa faz ainda uma constatação: “O conhecimento e eu diria as preocupações desta Instrução poderão também no futuro ajudar os ministros dos tribunais a abreviar o caminho processual, percebido muitas vezes pelos cônjuges como longo e árduo”. Ainda não foram explorados todos os recursos que esta Instrução coloca à disposição para um processo célere, desprovido de qualquer formalismo fim a si mesmo; não podem ser excluídas para o futuro novas medidas legislativas que visem o mesmo objetivo. (SP)
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Santo Padre: 
Diálogo com o Islã com identidade e mútuo respeito

O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã deste sábado os participantes no Colóquio Ecumênico de Religiosos e Religiosas, promovido pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
Antes de mais nada o Papa deu as boas-vindas aos participantes e agradeceu o Cardeal Braz de Aviz pelas palavras momentos antes dirigidas a ele em nome de todos os presentes, cerca de 50.
O Papa se disse alegre pela iniciativa que reuniu religiosos e religiosas de diversas Igrejas e Comunidades eclesiais, destacando que o mesmo se realizou durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos; todos os anos essa semana – disse o Papa – nos recorda que o ecumenismo espiritual é “a alma do movimento ecumênico”, como destaca o Decreto conciliar Unitatis redintegratio (n. 8), do qual recentemente celebramos os 50 anos.
Vivamos juntos a paz 
O Papa em seguida compartilhou alguns pensamentos sobre a importância da vida consagrada para a unidade dos cristãos.
O desejo de restabelecer a unidade de todos os cristãos está presente naturalmente em todas as Igrejas e abrange seja o clero que os leigos (cf. ibid., 5). Mas a vida religiosa, que afunda suas raízes na vontade de Cristo e na tradição comum da Igreja indivisa, tem sem dúvida uma vocação particular, na promoção desta unidade. Não é, aliás, uma coincidência que muitos pioneiros do ecumenismo foram homens e mulheres consagrados. Ainda hoje, várias comunidades religiosas se dedicam intensamente a este objetivo e são lugares privilegiados de encontro entre cristãos de diferentes tradições.
Neste contexto, - disse o Papa - gostaria de mencionar também as comunidades ecumênicas, como a de Taizé e de Bose, ambas presentes neste Colóquio. À vida religiosa pertence a busca da união com Deus e da unidade no seio da comunidade fraterna, realizando assim de maneira exemplar a oração do Senhor "que todos sejam um" (Jo 17,21).
O Papa Francisco destacou em seguida: “Não há unidade sem conversão. A vida religiosa nos recorda que no centro de cada busca de unidade e, portanto, de todo esforço ecumênico, existe antes de tudo a conversão do coração, que envolve o pedido e a concessão de perdão”. Essa consiste basicamente em uma conversão do nosso próprio olhar: procurar olhar um para o outro em Deus, e saber colocar-se também a partir do ponto de vista do outro; eis um duplo desafio ligado à busca da unidade, seja no interior das comunidades religiosas, seja entre os cristãos de diferentes tradições.
Não há unidade sem oração. A vida religiosa é uma escola de oração. O compromisso ecumênico responde, em primeiro lugar, à oração do próprio Jesus, e baseia-se essencialmente sobre a oração. Um dos pioneiros do ecumenismo e grande promotor do Oitavário para a Unidade, o Padre Paul Couturier, usava uma imagem que ilustra a relação entre ecumenismo e a vida religiosa: ele comparou aqueles que rezam pela unidade, e o movimento ecumênico, em geral, a um "mosteiro invisível" que reúne cristãos de diferentes igrejas, de diferentes países e continentes.
Queridos irmãos e irmãs, - disse o Papa -, vocês são os primeiros animadores deste "mosteiro invisível": eu os encorajo a rezar pela unidade dos cristãos e traduzir esta oração em atitudes e gestos cotidianos.
Não há unidade sem santidade de vida. A vida religiosa nos ajuda a tomar consciência do chamado dirigido a todos os batizados: o chamado à santidade de vida, que é o único caminho para a unidade. Evidencia isso com palavras incisivas o Decreto conciliar Unitatis redintegratio: “Lembrem-se todos os cristãos de que tanto melhor promoverão e até realizarão a união dos cristãos quanto mais se esforçarem por levar uma vida mais pura, de acordo com o Evangelho. Porque, quanto mais unidos estiverem em comunhão estreita com o Pai, o Verbo e o Espírito, tanto mais íntima e facilmente conseguirão aumentar a fraternidade mútua”. (SP)
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