Memória e esperança são os "parâmetros" do cristão
Cidade do
Vaticano (RV) – Um cristão deve sempre custodiar em si a “memória” do seu
primeiro encontro com Cristo e a “esperança” Nele, que o leva a prosseguir na
vida com a “coragem” da fé. Foi o que afirmou o Papa Francisco na homilia
da Missa matutina desta sexta-feira, 30 de janeiro, presidida na capela da Casa
Santa Marta.
Na sua homilia,
o Papa se inspirou na frase inicial da carta aos Hebreus, na qual o autor
convida todos a reevocarem “na memória aqueles primeiros dias”, quando
receberam “a luz de Cristo”. Em especial, “o dia do encontro com Jesus” jamais
deve ser esquecido, observou Francisco, porque é o dia “de uma alegria imensa”.
E com a memória, jamais deve se perder “a coragem dos primeiros tempos” e o
“entusiasmo”, a “franqueza” que nascem da lembrança do primeiro amor:
É preciso estar atento à salvação |
“A memória é tão
importante para recordar a graça recebida, porque se nós expulsarmos este
entusiasmo que vem da memória do primeiro amor, há um perigo muito grande para
os cristãos: o tepor. Os cristãos “mornos”. Eh, mas estão ali, parados, e sim,
são cristãos, mas perderam a memória do primeiro amor. E, sim, perderam o
entusiasmo. Também perderam a paciência, aquele “tolerar” as coisas da vida com
o espírito do amor de Jesus; aquele “tolerar”, o “carregar nas costas” as
dificuldades... Os cristãos mornos, coitados, estão em grave perigo”.
Quando pensa nos
cristãos mornos, vêm à mente de Francisco duas imagens incisivas e
desagradáveis: aquela evocada por Pedro, do “cão que volta ao seu próprio
vômito”; e a outra de Jesus, para o qual existem pessoas que, ao decidirem
seguir o Evangelho, expulsaram sim o demônio, mas quando este volta, lhe
abrem a porta sem estarem atentos. Assim, o demônio “toma posse daquela casa”
inicialmente limpa e bela. Que seria como voltar ao “vômito” daquele mal num
primeiro momento rejeitado. E vice-versa, afirmou Francisco:
“O cristão tem
esses dois parâmetros: a memória e a esperança. Evocar a memória para não
perder aquela experiência tão bela do primeiro amor, e que alimenta a
esperança. Tantas vezes a esperança é obscura, mas vai avante. Acredita, vai,
porque sabe que a esperança não desilude para encontrar Jesus. Esses dois
parâmetros são justamente a moldura na qual podemos custodiar esta salvação dos
justos, que vem do Senhor”.
Uma salvação,
conclui o Papa citando o trecho do Evangelho, que deve ser protegida “para que
a pequena semente de mostarda cresça e dê o seu fruto”:
“Dão pena, fazem
mal ao coração tantos cristãos – tantos cristãos! – na metade do caminho,
tantos cristãos falidos neste caminho rumo ao encontro com Jesus, partindo do
encontro com Jesus. Este caminho no qual perderam a memória do primeiro amor e
não têm a esperança. Estão ali… Peçamos ao Senhor a graça de custodiar o
presente, o dom da salvação”. (BF)
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Fonte: radiovaticana.va
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