domingo, 7 de abril de 2013

Papa toma posse da sua Cátedra:

“Jamais percamos a confiança na paciente misericórdia de Deus”


Cidade do Vaticano (RV) – Na tarde deste domingo, o Papa Francisco tomou posse da sua Cátedra na Basílica de São João de Latrão, a Catedral de Roma, com uma solene cerimônia na qual ressaltou a paciência e a misericórdia de Deus. 
Chegando à Basílica a bordo do papamóvel em meio ao entusiasmo dos fiéis e peregrinos presentes que o aguradavam, pouco antes, o Santo Padre abençoara, na praça diante do vicariato, a placa toponomástica que muda o nome do lugar para "Praça João Paulo II, Pontífice de 1978 a 2005".
Na sua homilia, comentando as leituras do dia, falou da relutância de Tomé em acreditar nos demais apóstolos, quando lhe dizem «Vimos o Senhor».
E qual é a reação de Jesus? A paciência: Jesus não abandona Tomé, não fecha a porta, espera. E Tomé acaba por reconhecer a sua própria pobreza, a sua pouca fé. Também Pedro renegou por três vezes Jesus. Quando toca o fundo, encontra o olhar de Jesus que, com paciência e sem palavras, lhe diz: «Pedro, não tenhas medo da tua fraqueza, confia em Mim». 
“Como é belo este olhar de Jesus! Quanta ternura! Irmãos e irmãs, jamais percamos a confiança na paciente misericórdia de Deus!” – exortou o Pontífice. 
Papa Francisco
na cátedra de São João de Latrão
Este é o estilo de Deus: não é impaciente como nós, que muitas vezes queremos tudo e imediatamente, mesmo quando se trata de pessoas. Ele é paciente conosco, porque nos ama; e quem ama compreende, espera, dá confiança, não abandona, não corta as pontes, sabe perdoar. 
“Recordemo-lo na nossa vida de cristãos: Deus sempre espera por nós, mesmo quando nos afastamos! Ele nunca está longe e, se voltarmos para Ele, está pronto a abraçar-nos.”
Todavia, destacou Francisco, a paciência de Deus deve encontrar em nós a coragem de regressar a Ele, qualquer que seja o erro, qualquer que seja o pecado na nossa vida. 
Talvez alguém possa pensar: o meu pecado é tão grande, o meu afastamento de Deus é como o do filho mais novo da parábola, a minha incredulidade é como a de Tomé; não tenho coragem para voltar, para pensar que Deus me possa acolher e esteja à espera precisamente de mim.
“Mas é precisamente por ti que o Senhor espera!” – disse com veemência o Papa e continuou: “Só te pede a coragem de ires ter com Ele. Ouvimos tantas propostas do mundo ao nosso redor; mas deixemo-nos conquistar pela proposta de Deus: a proposta Dele é uma carícia de amor. Para Deus, não somos números; somos importantes, antes, somos o que Ele tem de mais importante.”
É precisamente sentindo o meu pecado, disse o Papa, olhando o meu pecado que posso ver e encontrar a misericórdia de Deus, o seu amor, e ir até Ele para receber o seu perdão.
“Amados irmãos e irmãs, deixemo-nos envolver pela misericórdia de Deus; confiemos na sua paciência, que sempre nos dá tempo; tenhamos a coragem de voltar para sua casa, habitar nas feridas do seu amor deixando-nos amar por Ele, encontrar a sua misericórdia nos Sacramentos. Sentiremos a sua ternura, sentiremos o seu abraço, e ficaremos nós também mais capazes de misericórdia, paciência, perdão e amor.”
A posse da Cátedra foi feita logo no início da Missa. Depois, alguns representantes da diocese manifestaram, em nome da Igreja de Roma, a obediência e a filial devoção ao próprio bispo. 
Na Missa de início de pontificado, a obediência foi prestada por seis cardeais, representando todo o Colégio Cardinalício. Desta vez, na Catedral da Diocese de Roma, foi prestada por representantes de vários membros da comunidade eclesial: o cardeal-vigário, um bispo auxiliar, um pároco, um vice-pároco, um religioso, uma religiosa, uma família e dois jovens (uma moça e um rapaz).
Concelebraram com o Santo Padre o Vigário de Roma, Card. Agostino Vallini, o Vigário emérito, Card. Camillo Ruini, o conselho episcopal da diocese e o conselho dos párocos prefeitos.
Antes de deixar a Basílica o Santo Padre assomou à sacada da Igreja-Catedral para mais uma vez saudar os milhares de fiéis que, em clima de festa, aguardavam-no do lado de fora. Francisco pediu orações dizendo precisar muito das orações dos fiéis convidando-os a caminharem junto, povo e bispo. Por fim, concedeu mais uma vez a sua Bênção. (BF)
                                                                    Fontes: www.radiovaticana.va         www.news.va

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