Bispos lembram a luta e causa dos afrodescendentes
O compromisso
com a promoção e a dignidade dos afrodescendentes foram colocados sob o Altar
na Santa Missa desta quarta-feira, 17 de abril, durante a 51ª Assembleia Geral
da CNBB, no Santuário Nacional. A Celebração
Eucarística foi presidida pelo bispo de São Mateus (ES), dom Zanoni
Demettino de Castro.
No início da
missa, o bispo da Diocese de Guarapuava (PR), dom Antônio Wagner da Silva leu
uma mensagem fazendo memória aos 125 anos da Leia Áurea, do fim de uma luta e
inicio de outra em busca dos direitos da negritude. De acordo com
dom Antônio Wagner, atualmente existe mais de 30 bispos afrodescendentes entre
o episcopado brasileiro.
Em sua homilia,
dom Zanoni Demettino destacou as batalhas do povo negro na história, o
sofrimento durante o período da escravidão e as suas lutas atuais. “No primeiro
momento do dia, nos reunidos no Santuário da mãe negra, Nossa Senhora
Aparecida, oferecendo no altar do Pai as alegrias e dores do povo negro. Somos
descendentes daquele povo que foi arrancado de suas terras, um povo que
constitui as nossas raízes e ao Senhor confiamos o seu cuidado”, afirmou.
Dom Zanoni ainda
ressaltou que embora vivamos em um tempo novo ainda precisamos lutar pela causa
dos afrodescendentes e pela Pastoral Afro-Brasileira.
O bispo de São
Mateus destacou as palavras de Jesus no Evangelho de hoje em que diz ‘Eu sou o
pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais
terá sede. Eu, porém, vos disse que vós me vistes, mas não acreditais. Todos os
que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei’. “Jesus é o pão
da vida, aquele que desceu do céu para fazer a vontade do Pai. Que não se
percam nenhum daqueles que lhe foram confiados”.
Dom Zanoni
afirmou também que em sua diocese, São Mateus no Espírito Santo, existem 32
comunidades quilombolas. O bispo lembrou
entre tantas lutas, a Batalha do Cricaré, um dos mais sangrentos massacres
promovido pelos portugueses contra índios Tapuias. Aconteceu no Rio São Mateus,
também conhecido como Cricaré, atualmente município de São Mateus, onde é bispo
diocesano. “Esse infeliz
episódio é narrado pelo beato José de Anchieta, que fundou a cidade de São
Mateus”, destacou.
“Agradeço a
Deus, colocando no seu Altar a vida tantos irmãos e irmãs afrodescendentes que
testemunharam em sua vida a fé que receberam. As consequências dos 300 anos de
escravidão ainda não foram reparados. Ainda nos nosso dias convivemos com a
discriminação no trabalho, na escola, nas relações cotidianas”, acrescentou. “Peçamos a Deus, com
a intercessão da soberana Mãe de Deus, a Senhora Aparecida, pelo compromisso
com o povo negro”, concluiu
Fonte: http://www.cnbb.org.br
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