sábado, 13 de abril de 2013

Leituras do 3º Domingo da Páscoa



1ª Leitura:  At 5,27b-32.40b-41          Salmo: 29           2ª Leitura: Ap 5,11-14

Evangelho: Jo 21,1-19

Depois disso, Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Gêmeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos dele. Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Nós vamos contigo”. Saíram, entraram no barco, mas não pescaram nada naquela noite. Já de manhã, Jesus estava aí na praia, mas os discípulos não sabiam que  era  Jesus.  Ele  perguntou:  “Filhinhos,  tendes  alguma  coisa
Lançai as redes ...
para comer?
” Responderam: “Não”. Ele lhes disse: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. Eles lançaram a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. Então, o discípulo que Jesus mais amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu e arregaçou a túnica (pois estava nu) e lançou-se ao mar. Os outros discípulos vieram com o barco, arrastando as redes com os peixes. Na realidade, não estavam longe da terra, mas somente uns cem metros. Quando chegaram à terra, viram umas brasas preparadas, com peixe em cima e pão. Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. Então, Simão Pedro subiu e arrastou a rede para terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rasgou. Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu a eles. E fez a mesma coisa com o peixe. Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos. Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. Jesus lhe disse: “Cuida dos meus cordeiros”. E disse-lhe, pela segunda vez: “Simão, filho de João, tu me amas?”. Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. Jesus lhe disse: “Apascenta minhas ovelhas”. Pela terceira vez, perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro ficou triste, porque lhe perguntou pela terceira vez se o amava. E respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”. Jesus disse-lhe: “Cuida das minhas ovelhas. Em verdade, em verdade, te digo: quando eras jovem, tu mesmo amarravas teu cinto e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as mãos, e outro te amarrará pela cintura e te levará para onde não queres ir”. (Disse isso para dar a entender com que morte Pedro iria glorificar a Deus.) E acrescentou: “Segue-me”.

Reflexão
Na força do Ressuscitado, a Igreja iniciou o seu trabalho evangelizador como nos testemunha o livro dos Atos dos Apóstolos. Duas são as reações provocadas: empatia e hostilidade. De um lado, os cristãos eram estimados por todos (At 4,33) pois não proclamavam uma verdade teórica, mas um novo modo de viver (At 5,20). Por outro lado, os cristãos eram perseguidos, porque falavam em nome do Senhor Jesus.
Hoje, ainda percebemos esta dupla reação. Mas é preciso ter clareza de que o mais importante é o testemunho, não as palavras. É preciso também reconhecer os limites dos cristãos, que pela falta de testemunho criam barreiras para que o mundo se encante pelo Evangelho. No caso da Igreja como instituição, é preciso um constante exame de consciência, reconhecendo que a igreja está em contínua reforma - Ecclesia semper reformanda.
No Evangelho, vemos que os discípulos ainda não haviam se deixado tocar totalmente pela força do Ressuscitado. Estavam em um estágio bem diferente daquele relatado na primeira leitura, ou seja, sem vitalidade. Mesmo tendo visto o Senhor, voltaram às atividades cotidianas. Além disso, realizavam um trabalho vão, pois não pescaram nada.
A presença de Cristo causou uma transformação, iniciada com uma provocação de fé: “joguem a rede do lado direito!” Deviam confiar, abrindo-se para a graça da fé, obedecer mesmo quando parecia improvável. Jogaram a rede do lado direito, que simboliza o lado das bênçãos, dos escolhidos (lá é o lugar dos benditos do Pai: cf. Mt 25), o lado da consciência, do sentido da vida. Devem, com esta atitude, lembrar que são escolhidos e agraciados, tendo consciência do sentido que o Senhor Ressuscitado traz para suas vidas. Devem deixar o estado de marasmo, abandonar a tristeza e abraçar a alegria, o sentido da vida e da missão. Agora a barca da Igreja vai pescar, e em sua rede caberá todos os tipos de peixes, simbolizados pelo número 153.
O maior milagre, no entanto, não foi a pesca. Mais importante foi a transformação de vida operada nos discípulos. Mais ainda a transformação de Pedro: de negador e temeroso em apóstolo do amor. Permitiu que a omissão e um coração vacilante se convertessem em amor ao Mestre: “Sim, Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo”.
Hoje a Palavra de Deus nos convida a uma transformação. As dificuldades (perseguições) devem se tornar alegria, à exemplo dos apóstolos ao saírem do Sinédrio, como nos diz o Salmo: “transformastes o meu pranto em uma festa” (Sl 29,12). Devemos transformar nosso coração temeroso e sem vitalidade em um coração cheio de vida, tocado pelo dinamismo do Ressuscitado. Para tanto, será necessário encher a vida de amor como Pedro o fez. Nosso apóstolo não fez uma confissão de fé como Tomé, mas uma confissão de amor que o tornou apto para conduzir a Igreja primitiva: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”.
                                                                                                                 Pe. Roberto Nentwig
      Fonte: catequeseebiblia.blogspot.com.br        Banner: cnbb.org.br       Ilustração: ecclesia.com.br

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