Bem-aventuranças, caminho para a santidade
“A solenidade de
hoje, que celebra Todos os Santos, nos lembra a vocação pessoal e universal à
santidade, e nos propõe os modelos seguros para este caminho, que cada um
percorre de forma única e irrepetível, segundo a 'fantasia' do Espírito Santo.
Basta pensar na inesgotável variedade de dons e histórias concretas que existem
entre os santos e as santos, que a Igreja reconheceu ao longo dos séculos e que
continuamente propõe como testemunhas do único Evangelho”, disse o Papa no
Angelus este domingo.
Raimundo de Lima - Vatican News - “Nesta solene festa de Todos os Santos, a Igreja nos convida a refletir sobre a grande esperança, que se fundamenta na ressurreição de Cristo. Os Santos e os Beatos são as testemunhas mais críveis da esperança cristã, porque a viveram plenamente em suas vidas, em meio a alegrias e sofrimentos, pondo em prática as Bem-aventuranças que Jesus pregou e que hoje ressoam na Liturgia (cf. Mt 5,1-12a).
Foi o que disse
o Papa na oração do Angelus ao meio-dia deste domingo, 1º de novembro, festa de
Todos os Santos, falando aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro
para a oração mariana com o Santo Padre.
“Bem-aventurados
os que choram, porque serão consolados”
De fato, as
bem-aventuranças evangélicas são o caminho para a santidade, disse Francisco,
detendo-se em seguida sobre duas Bem-aventuranças, a segunda e a terceira.
A segunda é
esta: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”. O
Pontífice explicou:
“Parecem
palavras contraditórias, porque o choro não é sinal de alegria e felicidade.
Motivos de choro e de sofrimento são a morte, a doença, as adversidades morais,
o pecado e os erros: simplesmente a vida cotidiana, frágil, fraca e marcada por
dificuldades. Uma vida que às vezes é ferida e passa pela provação de ingratidões
e incompreensões.”
“Jesus –
continuou o Papa – proclama beatos aqueles que choram por estas realidades e,
apesar de tudo, confiam no Senhor e se colocam sob sua sombra. Não são
indiferentes, nem endurecem seus corações na dor, mas esperam pacientemente a
consolação de Deus. E esta consolação a experimentam já nesta vida.”
“Bem-aventurados
os mansos, porque herdarão a terra”
Na terceira
Bem-aventurança Jesus afirma: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão
a terra”. Também aqui Francisco explicou:
“A mansidão é
característica de Jesus, que diz de si mesmo: “Aprendei de mim que sou manso e
humilde de coração” (Mt 11,29). Mansos são aqueles que sabem dominar a si
mesmos, que dão espaço ao outro, que o escutam e o respeitam em seu modo de
viver, em suas necessidades e em suas exigências. Não pretendem subjugá-lo ou
diminuí-lo, não querem prevalecer e dominar tudo, nem impor suas próprias
ideias e próprios interesses em detrimento de outros.”
“Estas pessoas
que a mentalidade mundana não aprecia – prosseguiu o Pontífice –, são, ao
invés, preciosas aos olhos de Deus, que lhes dá em herança a terra prometida,
ou seja, a vida eterna. Também esta bem-aventurança começa aqui em baixo e será
cumprida no Céu.”
Todos os Santos:
a vocação pessoal e universal à santidade
Francisco
ressaltou que “escolher a pureza, a mansidão e a misericórdia; escolher
confiar-se ao Senhor na pobreza de espírito e na aflição; empenhar-se pela
justiça e pela paz, significa caminhar contracorrente em relação à mentalidade
deste mundo, em relação à cultura da posse, da diversão sem sentido, da
arrogância para com os mais fracos. Este caminho evangélico foi percorrido
pelos Santos e pelos beatos”. Dito isso, o Santo Padre acrescentou:
“A solenidade de
hoje, que celebra Todos os Santos, nos lembra a vocação pessoal e universal à
santidade, e nos propõe os modelos seguros para este caminho, que cada um
percorre de forma única e irrepetível, segundo a 'fantasia' do Espírito Santo.
Basta pensar na inesgotável variedade de dons e histórias concretas que existem
entre os santos e as santos, que a Igreja reconheceu ao longo dos séculos e que
continuamente propõe como testemunhas do único Evangelho.”
Concluindo a
alocução que precedeu a oração mariana, o Papa frisou que “esta imensa família
de fiéis discípulos de Cristo tem uma Mãe, a Virgem Maria. Nós a veneramos com
o título de Rainha de todos os Santos, mas é acima de tudo a Mãe, que ensina
cada um a acolher e seguir seu Filho. Que ela nos ajude a alimentar o desejo de
santidade, percorrendo o caminho das Bem-aventuranças.
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