Missionariedade: rádio e televisão
"A Igreja
agindo em sua missionariedade, bem informada da sua missão irá nos fortalecer
ainda mais"
O documento de
estudo da CNBB nº 111, “Orientações pastorais para as mídias católicas”,
apresenta uma máxima muito relevante solidificada na Exortação
Apostólica Evangelli Nuntiandi: “as mídias católicas têm sua razão de ser
como um serviço a ação missionária e evangelizadora da Igreja: “postos ao
serviço do Evangelho, tais meios são susceptíveis de ampliar, quase ao
infinito, o campo para poder ser ouvida a Palavra de Deus e fazem com que
a Boa-Nova chegue a milhões de pessoas” (45).
Com a crise
sanitária provocada pelo Covid 19 e o consequente isolamento social,
o rádio e a televisão têm se afirmado como meios de informação
indispensáveis, mesmo diante do avanço e aperfeiçoamento da internet em
níveis cada vez mais sofisticados. A diretora comercial da Kantar Ibope
Media, Giovana Alcântara, explica que o confinamento social levou as
pessoas para dentro de casa. Consequentemente, a audiência da televisão,
por exemplo, cresceu diariamente, pois tem o poder de entreter e informar
ao mesmo tempo. “Em média, os indivíduos estão assistindo 41 minutos a
mais de tv durante a semana e 1h 26 nos finais de semana. Essa evolução é percebida
em vários perfis de público e gêneros de programação, com destaque para o
jornalismo: 79% da população consideram a tv o meio mais confiável para
obter informações sobre o coronavírus”.
O rádio, nem
sempre lembrado em nossas iniciativas evangelizadoras, não fica
atrás. “Para 75% das pessoas, os meios de comunicação estabelecidos
oferecem notícias que elas podem confiar. O rádio se destaca com 78%. Vale
lembrar que 83% da população é ouvinte de rádio. Três em cada cinco
pessoas escutam o rádio todos os dias”. Com esse cenário, somos chamados a
repensar a evangelização de forma mais criativa, ousada, proativa
e inovadora. A Igreja vem trabalhando a muitos e muitos anos com tais
meios de comunicação, mas sem tanta expertise, muitas vezes na dinâmica da
manutenção. Com efeito, a mudança de mentalidade impõe-se com muito vigor.
As comunidades
paroquiais devem aproveitar esses meios de comunicação para lançar as
Sementes do Verbo e fortalecer, na diversidade, a nossa catolicidade. Esses
canais de relacionamentos necessitam, sobretudo onde já disponíveis,
formar leigos e leigas mais conscientes para a missionariedade.
Necessitamos adentrar nesses meios, com verdadeiro ardor missionário.
Criarmos planejamentos de atuação com objetivos, estratégias e metas para
suscitar multiplicadores do testemunho e anúncio do Evangelho. Fazer com que
as pessoas cresçam na fé, dar formação litúrgico-pastoral, etc.
Como
consequência explícita deste tempo, marcado pelas fake news e
pela polarização político-partidária-religiosa, precisamos fortalecer a
valorização do humano, os sentimentos de fraternidade e solidariedade.
Também nossas relações eclesiais carecem de uma maior adesão às
orientações do magistério ordinário e extraordinário de nossa
Igreja. Sobretudo, não podemos perder a oportunidade de lançar mão de
recursos e estratégias para cumprirmos nossa missão.
A Igreja agindo
em sua missionariedade, bem informada da sua missão irá nos fortalecer
ainda mais. Precisamos proclamar e compartilhar o Evangelho, levando os
nossos fiéis a escolhê-lo, saindo fortalecidos dessa crise sanitária e
valorizando sempre mais a riqueza dos sacramentos, dando-lhes toda a
dignidade, coerente com o que são e significam.
Dom Edson José
Oriolo dos Santos - Bispo Diocesano de Leopoldina - MG
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