último dia de trabalhos
A espiritualidade
que nasce em Assis e que se torna global e juvenil através da Economia de
Francisco, é um convite à economia da partilha. A participação dos jovens
brasileiros.
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Jovens da Argentina |
Silvonei José –
Vatican News - Conclui-se hoje, sábado 21 de novembro o evento de três
dias “Economia de Francisco”, que envolveu mais de 2.000 empresários e
estudantes de economia com menos de 35 anos de todos os continentes. Hoje a
mensagem final do Papa Francisco. "A Economia de Francisco",
evento, transmitido ao vivo de Assis, teve como objetivo construir uma economia
inclusiva envolvendo jovens de mais de 40 países, coligados via web. Muitos os
brasileiros participantes. Entre eles Andrei Thomaz Oss-Emer, de Pelotas,
RS. Andrei é filósofo e membro da Articulação Brasileira pela Economia de
Francisco e Clara (ABEFC). Eis o que ele nos disse:
“A vivência da
Economia de Francisco nos apresenta um novo paradigma moral para a Economia,
convencionalmente fundamentada no autointeresse e no lucro desmedido. O exemplo
de São Francisco de Assis, de Santa Clara e dos demais seguidores deste carisma
nos apresenta o amor como projeto de vida, uma forma de vida frugal, simples e
desapegada de todas as distrações que nos afastam do verdadeiro amor. É preciso
recolocar o amor no centro de nossas ações, para que possamos realmar atitudes
de fraternidade, acolhida e pertencimento mútuo. O desafio para as juventudes
do século XXI é aprender a reabitar esta grande casa comum sob o paradigma do
cuidado. A espiritualidade que nasce em Assis e que torna-se global e juvenil
através da Economia de Francisco, é um convite à economia da partilha, do dom,
da solidariedade, da criatividade e da comunhão, pois o Reino de Deus é um
projeto comunitário”.
Participa também
Eduardo Brasileiro, educador de São Paulo/SP também ele da Articulação
Brasileira pela Economia de Francisco e Clara (ABEFC):
“O evento tem sido
um vendaval de esperança. A articulação de territórios com práticas
libertadoras voltadas as novas economias nos anima a construir esse grande
movimento global convocado pelo Papa Francisco. Nesses dias temos visto sendo
mostrado por todos os jovens do mundo que o sistema econômico capitalista em
sua etapa neoliberal, se resume em empobrecimento global (redução das políticas
sociais de cuidado com os mais pobres), desmantelamento das forças produtivas
(nunca tivemos tanta gente sem emprego), concentração de renda e propriedade
(com aumento de privilégios para bilionários) e negacionismo climático (negar
que crescimento econômico infinito num planeta finito gera um colapso). É
necessário buscar o foco na vida do planeta, somos um todo. E, a discussão
econômica é central: superar o modelo de mercado. Reconhecer que racismo,
machismo e aporofobia (horror à pobres) seja combatida com a cultura do
encontro que o Papa Francisco insiste na Encíclica Fratelli Tutti”.
Presente também
neste encontro Gabriela Consolaro, advogada, de Florianópolis/SC, da
Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara (ABEFC):
“Viver o evento
internacional da Economia de Francisco vem sendo uma experiência singular!
Estamos comungando, nestes dias, da verdadeira cultura do encontro, mesmo tão
distantes. De Assis, onde ocorrem as transmissões, caminhamos pelas vielas
medievais e revivemos a trajetória de despojamento de Clara e Francisco de
Assis, repensando nossas próprias convicções para o germinar da fraternidade
universal. De mãos dadas com o Papa, o mundo inteiro se encontra nas
conferências e alinha as perspectivas para a construção de novos horizontes econômicos.
No Brasil, nos sentimos ainda mais perto, partilhando as realidades
latino-americanas e sonhando com um mundo que atente ainda mais às nossas
experiências, necessidades e potencialidades. A expectativa é que este encontro
nos impulsione e fortaleça ainda mais na direção da justiça social, que exige
de nós coragem e perseverança, hoje e sempre”.
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